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02 - Eu quero um replay.

POV ISABELA

Quais eram as chances de eu encontrar aquele homem de novo?

Eu jurei que nunca mais o veria. Jurei que foi apenas uma noite louca e que nunca mais colocaria os olhos no homem responsável pelo melhor orgasmo da minha vida.

Eu não conseguia lembrar todos os detalhes e não lembrava do rosto dele, mas lembrava perfeitamente das emoções que ele me fez sentir...

Ouvi alguém pigarrear e saí dos meus pensamentos, percebendo que estava encarando meu entrevistado por tempo demais.

Pela primeira vez em toda a minha carreira, eu não sabia o que fazer ou como começar essa entrevista enquanto lembrava da boca dele me fazendo ver estrelas...

Foco, Isabela. Foco!

Repeti esse mantra na minha cabeça. Eu precisava ser profissional!

"Bem-vindo, Noah," eu disse, reunindo coragem para começar o que vim fazer aqui. "Obrigada por aceitar essa entrevista," acrescentei, sorrindo, tentando disfarçar o quanto a presença dele me abalou.

"Obrigado," ele sorriu, e por Deus, que sorriso perfeito era aquele! "Se eu soubesse que você iria me entrevistar, teria aceitado antes," ele piscou.

As meninas no estúdio quase desmaiaram e até soltaram suspiros bobos. Por outro lado, eu me senti envergonhada. E se alguém percebesse que eu o conhecia?

"Vamos sentar para começar," eu disse, apontando para as cadeiras atrás de nós.

Os olhos dele não deixaram os meus por um momento; ele parecia ver minha alma com seu olhar intenso.

Felizmente, a entrevista foi muito bem. Eu perguntei o que estava nos papéis à nossa frente, e ele sempre respondia de forma curta e direta. Acho que ele não gostava de entrevistas.

"Bem, o Twitter está enlouquecendo com essa entrevista. Vamos ler o que nossos espectadores estão dizendo lá."

No painel à nossa frente, algumas mensagens apareceram, a maioria de mulheres perguntando se ele estava solteiro, se o coração dele pertencia a alguém, e dizendo o quão bonito ele era.

"Os espectadores perguntam, e nós entregamos." Eu sorri. "O pessoal de casa quer saber, Noah, você está solteiro? Seu coração pertence a alguém?" perguntei, olhando nos olhos dele. Ele manteve o olhar e demorou mais do que o esperado para responder.

"Estou solteiro," ele disse sem quebrar nosso contato visual, passando a língua pelos lábios para umedecê-los. Havia uma grande tensão entre nós.

"INTERVALO!" o diretor gritou, e logo a sala se encheu de vozes e pessoas andando de um lado para o outro. Mas continuamos do mesmo jeito, nos encarando. Ele tinha algo no olhar que me hipnotizou por um momento. O estúdio estava lotado, mas parecia que só havia nós dois ali.

"Quer retocar a maquiagem, Isa?" Mayara perguntou, se aproximando de mim. Relutantemente, desviei o olhar para encará-la.

"Não. O ar-condicionado está ligado?" perguntei, sentindo um calor incomum e me abanando com os papéis próximos.

"Está," ela disse, me olhando com uma expressão confusa. "Você está com calor. Vou pedir para colocarem um ventilador ao seu lado."

Eu assenti agradecida.

"Mundo pequeno, não é?" ele disse, começando uma conversa. Tentei não olhar para ele para evitar cair sob seu feitiço novamente. Ele se lembra da noite passada; é óbvio.

"Podemos esquecer que isso aconteceu?" falei baixinho, olhando ao redor para ver se alguém estava prestando atenção em nós.

"Por quê?" ele quis saber. "Você tem medo de alguém descobrir que passamos a noite juntos?"

Ele falou em um tom normal, mas para mim, parecia que ele tinha gritado e alguém tinha ouvido. Virei o rosto em direção a ele, encarando-o.

O atrevido estava sentado casualmente na cadeira com um sorriso bobo nos lábios.

"Qual é o problema, Isa? Qualquer mulher faria de tudo para sair comigo e gostaria que todos soubessem disso..."

"Eu não sou qualquer mulher," eu disse entre dentes.

"E eu sei disso assim como sei..." ele suspirou.

"O que você quer dizer com isso?" perguntei.

"VOLTAMOS EM 5 MINUTOS!" ouvi o diretor gritar. Droga, eu queria ouvir a resposta dele...

(…)

Eu praticamente corri pelos corredores do estúdio para chegar ao meu camarim o mais rápido possível.

Suspirei aliviada assim que abri a porta, entrando e fechando-a atrás de mim.

Rapidamente tirei meu vestido e coloquei meu robe branco, que tinha meu nome bordado nas costas. Sentei-me em frente à minha penteadeira e comecei a remover a maquiagem com um algodão.

Ouvi a porta se abrir, mas não estava com humor para conversar com a Mayara agora, então ignorei sua presença e continuei removendo a maquiagem.

Levantei-me da cadeira e, quando me virei, levei um susto. Abafei um grito e coloquei as mãos no peito.

"Quer me matar?" perguntei, "Droga, que susto." xinguei.

Noah estava encostado na porta, me observando. Seus braços cruzados enfatizavam ainda mais os músculos de seus braços fortes.

Seus olhos não saíam do meu decote, e rapidamente me lembrei de que estava apenas de robe, sem nada por baixo.

"O que você quer?" perguntei, abraçando meu corpo de forma desajeitada sob o olhar dele.

"Quero um replay," ele disse, direto como sempre.

"Um replay?" perguntei, confusa.

"Sim. Quero repetir a noite passada."

Eu ri ironicamente.

"Desculpe desapontá-lo, mas isso não será possível," disse, ficando séria.

"Por quê?" Claro que ele queria saber.

"Aquela noite foi um erro."

"Um erro muito prazeroso," ele interrompeu.

"Você sabe quantos anos eu tenho?" perguntei. Ele deu de ombros como se não se importasse com isso. "Mas eu me importo! Tenho 35 anos, dez anos a mais que você."

"E por que isso importa?" ele questionou, descruzando os braços lentamente e começando a caminhar em minha direção sem tirar os olhos dos meus. "São apenas números para mim, e eu não me importo com isso."

"Eu me importo..." resmunguei. "Por que você está insistindo nisso? Você não tem a mulher que quer quando quer?" Cruzei os braços.

Ele se aproximou—muito perto, eu diria. Ele levantou a mão direita e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

"Não entendo sua resistência quando você me disse ontem que tinha acabado de se divorciar, ou seja, você está solteira. Não estou pedindo para você se casar comigo ou propor um relacionamento; só queria repetir a noite passada," ele pausou, respirando fundo. "Já estive com muitas mulheres, Isa, mas nunca tive um sexo tão intenso quanto o de ontem à noite."

Senti meu rosto esquentar. Tenho 10 anos a mais que ele, e fico vermelha como uma adolescente. O que há de errado comigo?

"Desculpe, mas nada mais vai acontecer," disse, afastando-me do toque dele. Onde ele tocou, parecia fogo.

Ele suspirou e assentiu, virando-se para sair.

"Se mudar de ideia, estarei esperando," ele disse com um sorriso maroto.

Era óbvio que eu não mudaria de ideia.

Meu telefone tocou, me tirando do devaneio. Peguei-o da minha penteadeira, e o nome da minha filha Isis apareceu na tela. Sorri ao atender.

"Filha!" Coloquei o telefone no viva-voz e sentei-me no pequeno sofá ali.

"Mãe!" ela gritou animada. "Eu estava assistindo sua entrevista com o Noah; meu Deus, mãe, fala para ele sobre mim!"

Ah, não...

"Mãe, estou apaixonada por aquele homem!" ela gritou.

Senti um leve desconforto com as palavras dela.

"Isis, você não tem idade para dizer e pensar essas coisas!" falei com uma voz rude. "Você ainda é uma criança."

"Sou uma adolescente, mãe. Que papo infantil é esse? Já tenho 15 anos!" Ela disse irritada.

"Ok, adolescente. Eu não conheço o Noah; fui recrutada de última hora para entrevistá-lo."

"Me conta tudo!" ela gritou animada. "Ele é mais bonito pessoalmente? Qual é o cheiro dele? Meu Deus, não acredito que minha mãe entrevistou meu crush!"

Respirei fundo para me preparar psicologicamente para responder todas as perguntas da minha filha.

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