




01 - Era ele; ele era o homem misterioso da noite anterior!
POV ISABELA
Bebi como se não houvesse amanhã. Mas havia. Olha ele aqui, me acertando bem na cara!
Abri os olhos, mas me arrependi amargamente dessa decisão. Fecho-os novamente, sentindo minha cabeça girar. A claridade entrando no quarto não me deixa manter os olhos abertos.
Um pouco distante, consigo ouvir meu celular tocando insistentemente.
Reunindo todas as minhas forças, me sento na cama, ainda com os olhos fechados.
Minha cabeça gira.
Passo as mãos pelo rosto, esfregando os olhos para tentar abri-los sem dificuldade. Aos poucos, consigo mantê-los abertos.
Olho ao redor, tentando lembrar onde estou.
"Hmm..." resmungo, "Este não é meu quarto!" Digo para mim mesma. "O que aconteceu ontem?"
Este é um quarto de hotel—luxuoso, eu diria. A paleta de cores é branca e bege. Os móveis são modernos e tudo está bem decorado.
Observo minhas roupas espalhadas pelo chão do quarto e encaro a porta do banheiro, tendo um breve flashback da noite passada.
Lembro vagamente das minhas costas batendo forte naquela porta enquanto era intensamente beijada por um homem, um estranho.
"MEU DEUS!" Caiu a ficha de que dormi com um estranho.
Por um momento, sinto minhas bochechas corarem ao recordar alguns momentos da noite passada. Suspiro. Fazia muito, muito tempo que eu não sentia um prazer físico tão intenso.
Tento lembrar do rosto do homem, mas falho miseravelmente. Não lembro do rosto dele; eu estava bêbada. Mas o cheiro dele está vívido em mim—o aroma do perfume misturado com o suor da nossa noite quente.
Interrompendo meus pensamentos, meu celular começa a tocar novamente.
Saio da cama, envolvo meu corpo no lençol e procuro o celular pelo quarto, que está caído no chão ao lado de uma poltrona.
Pego o celular e olho para a tela, vendo que é a diretora da emissora de televisão onde trabalho. Franzo a testa, intrigada com a ligação dela.
O que ela quer? Penso. Deve ser algo importante, pois já são dez chamadas perdidas.
Antes que eu pudesse retornar a ligação, ela me ligou novamente. Suspiro e atendo a chamada.
"Oi!" Digo ao atender.
"Graças a Deus, você atendeu!" ela diz, aliviada e tensa. Imediatamente fico preocupada, pois ela parecia desesperada para falar comigo.
"O que aconteceu?" Pergunto, "Você está me deixando preocupada."
"Temos uma entrevista em exatamente 30 minutos," ela pausa "30 minutos, eu preciso de você," ela implora.
Suspiro aliviada.
"Pensei que fosse algo sério..." resmungo.
"E é!" ela praticamente grita. "Um caso urgente, ISA. Você pode fazer essa entrevista?"
Eu estava pronta para recusar. A noite passada foi intensa, e eu estava com uma ressaca daquelas. Minha cabeça estava latejando, e com certeza meu rosto estava horrível.
"Eu conheço esse seu silêncio," ela diz. "Nem pense em recusar, Isabela! Eu prometo que te devo uma; você pode me pedir qualquer coisa!"
Caminho pelo quarto, indo em direção ao banheiro, olhando para mim mesma no espelho, assustada com o que vejo.
"Meu Deus!"
Meu rosto está borrado de maquiagem. Meu cabelo está uma bagunça, olheiras presentes, e meu Deus, meu pescoço...
Aquele homem me deixou com marcas!
"Mayara, eu não posso..." resmungo, olhando para mim mesma no espelho.
"Isaaaaa" ela grita histericamente, "já se passaram cinco minutos. Se você não aceitar, eu vou ser demitida, vou passar fome e vou ser expulsa do meu apartamento," ela dramatiza.
Suspiro relutantemente.
"Tá bom," ouço seu grito de alegria, "estarei aí em dez minutos," informo.
"Obrigada! Obrigada! Obrigada!" ela me agradece.
"Você me deve uma." Lembro-a.
"Você pode me pedir qualquer coisa."
"Tchau," digo antes de desligar a chamada.
Olho para mim mesma no espelho mais uma vez, sentindo meu rosto queimar ao olhar para as marcas no meu pescoço.
Jogo um pouco de água no rosto para acordar de vez. Volto para o quarto e pego minhas roupas espalhadas. Visto apenas o vestido, já que minha roupa íntima desapareceu, e eu não tinha tempo para procurá-la. Pego minha bolsa da poltrona, dou uma última olhada ao redor do quarto e saio rapidamente.
"Você disse que estaria aqui em dez minutos; já se passaram quinze!" Mayara diz ansiosa assim que me vê entrar no estúdio.
"Quer que eu vá embora?" Pergunto, encarando-a.
"NÃO!" ela grita, agarrando meu braço. "Desculpa, estou nervosa! Vamos para o camarim. Você tem alguns minutos para se arrumar. E, meu Deus, onde você estava? Parece que um caminhão passou por cima de você!"
"Por que todo esse alvoroço? Vou entrevistar o presidente, por acaso?" Brinco.
"Melhor que isso, menina," ela diz, me puxando pelos corredores até o camarim. "Você vai entrevistar ninguém menos que Noah Cooper," ela diz animada.
Entro no camarim com Mayara ainda me seguindo. Depois que ela fechou a porta atrás de si, comecei a tirar o vestido sem me importar com sua presença; não era a primeira, nem seria a última vez que fazia isso. Tínhamos intimidade suficiente para tal ato.
“Noah Cooper?” pergunto, “O famoso jogador?” E ela rapidamente acena com a cabeça, me seguindo até o banheiro.
“Sem tempo para um banho!” ela avisa.
“Eu preciso desse banho!”
Eu precisava, e ia tomar meu banho. Sentia que cheirava a sexo, e o cheiro daquele homem ainda estava em mim.
Comecei a tomar meu banho enquanto Mayara escolhia minhas roupas e conversava.
“O que é isso no seu corpo?” ela sorriu. “Você fez as pazes com o Daniel?” ela perguntou.
Terminei de ensaboar meu corpo e desliguei o chuveiro, pegando a toalha. Foi um banho rápido, só para me livrar do cheiro de sexo que estava grudado em mim.
“Não quero falar sobre isso.” Me sequei e coloquei um roupão, sentando-me em frente à penteadeira. Tinha pouco tempo para me arrumar, então, obviamente, não poderia me produzir como de costume. Decidi ser bem natural, aplicando apenas base, corretivo, pó facial e um gloss. Demorei um pouco mais do que esperava porque tive que tentar esconder as marcas no meu pescoço. “Esse vestido não é muito curto?” perguntei ao ver o vestido nas mãos de Mayara.
“É perfeito para essa entrevista. Vamos, ele já deve ter chegado!”
Levantei-me e comecei a vestir o vestido azul. Era curto, acima do joelho, e acentuava bem minhas curvas. Coloquei uma sandália de cor nude.
“O que você vai fazer com o seu cabelo?” ela perguntou.
Olhei para mim mesma no espelho e depois para o relógio na parede. Não tinha tempo para fazer um penteado.
“Vou deixar solto.”
Normalmente, não gosto de usar o cabelo solto para entrevistas. Mas será necessário desta vez. Passei uma escova pelo meu longo cabelo loiro.
“Pronta.” Levantei-me, dando uma última olhada no espelho.
“Maravilhosa! Vamos.” ela me puxou pela mão, saindo do camarim.
O estúdio onde a entrevista aconteceria já estava cheio de pessoas trabalhando. Cumprimentei todos.
Olhei para Mayara para ver se o tal jogador já havia chegado.
“Não,” ela respondeu antes que eu perguntasse, “ele ainda não chegou.” Ela suspirou. “Espero que ele venha!”
Mordi o lábio, querendo xingá-la.
“O que você quer dizer com espero que ele venha?” perguntei, “Você me fez correr aqui como uma louca, e essa entrevista nem está certa?”
Eu estava prestes a surtar.
“O pai dele me garantiu que ele viria... O filho é um pouco complicado; ele odeia entrevistas... e bem, seremos a primeira emissora de televisão a conseguir uma entrevista com ele!” ela disse animada sobre a última parte.
“Se ele não aparecer, eu juro que vou...” Fui interrompida por uma série de murmúrios.
“Ele está aqui!” Mayara disse animada.
Suspirei aliviada. Honestamente, se esse cara não tivesse aparecido, eu teria ido arrastá-lo até aqui à força.
Caminhei até o pequeno palco improvisado ali, com duas poltronas no meio onde nos sentaríamos. Uma assistente veio até mim para ajustar os microfones.
“Meu Deus!” ela disse, olhando para trás de mim. A garota estava pálida e parecia que teria um ataque cardíaco ali mesmo. “Ele é ainda mais bonito pessoalmente,” ela comentou.
Sorri com o comentário dela e balancei a cabeça. Essas garotas de hoje em dia...
Ela terminou de ajustar o microfone, dizendo como esse jogador era bonito e como todas as garotas eram loucas por ele.
“Obrigada.” Agradeci antes que ela se afastasse.
“VAMOS COMEÇAR EM 5 MINUTOS!” ouvi a diretora gritar.
Peguei o papel na pequena mesa ali no palco, onde havia algumas informações sobre o entrevistado.
Noah Cooper tem 25 anos, é jogador de futebol e solteiro. Foi eleito o melhor jogador do ano e ganhou a Bola de Ouro.
Posicionei-me no meu lugar, esperando a autorização da produção, e assim que ouvi a autorização, comecei.
“Hoje temos o privilégio de entrevistar a revelação do esporte e o jogador de futebol do momento. Noah Cooper.” Eu disse, chamando-o.
O homem alto, forte e loiro se aproximou de onde eu estava. E meu Deus, enquanto ele se aproximava com toda sua postura intacta, alguns flashes da noite anterior invadiram minha mente, e quando ele estava de frente para mim, seu perfume amadeirado preencheu o ambiente; seu cheiro era inconfundível.
Seus olhos queimavam em mim, e ele me olhava de uma maneira que ninguém jamais havia me olhado antes. Eu me sentia nua e exposta com seu olhar sobre mim.
“Olá,” ele disse com uma voz profunda.
Pelo amor de Deus...
Era ele; ele era o homem misterioso da noite anterior!