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Capítulo 3 - As flores

Na manhã seguinte, Natalia estava deitada na cama olhando para o teto. Ela tinha uma agenda cheia hoje, mas depois do que Cliff tinha feito, ela não sentia vontade de sair da cama. Por que os homens sempre achavam que uma mulher lhes devia algo? Ela tinha trabalhado para ele em um momento, mas nunca pediu favores ou tratamento especial. Ela não devia nada a ele. Natalia não acreditava em ameaças vazias, e se ele a tivesse estuprado, ela não hesitaria em prestar queixa.

Ela gemeu ao sair da cama e foi para o chuveiro. Na noite anterior, ela tinha tomado um banho de uma hora para tirar qualquer vestígio de Cliff. Mesmo assim, Natalia sentia que precisava de outro banho.

Pensar em como Hayden tinha colocado seu casaco em volta dela e a abraçado enquanto ela chorava a fazia se sentir humilhada. Ela não gostava de fazer ninguém vê-la como uma donzela em apuros. Ela olhou ao redor com um sorriso enquanto voltava para o quarto.

Ela amava este apartamento. Era maior do que ela precisava, mas era o único disponível tão alto. Ela tinha dois quartos com dois banheiros e meio. Ela transformou um dos quartos em um escritório em casa com uma grande mesa de madeira cerejeira e estantes ao longo de uma parede.

Natalia montou seu quarto pensando no conforto. Ela tinha um sofá e uma poltrona verde-azulados de frente para a lareira. O piso era de madeira cinza clara, então ela colocou grandes tapetes brancos espalhados pelo quarto. Sua cama tinha uma cabeceira verde-azulada com roupa de cama cinza claro e branca.

Ela entrou no closet e pegou um terninho preto e uma blusa verde. Depois de passar uma maquiagem leve, alisar o cabelo e se vestir, ela saiu do quarto com seus saltos pretos de dez centímetros.

Sua sala de estar tinha um sofá seccional de couro cinza escuro com mesas pretas. Nesta sala, ela tinha um grande tapete vermelho vivo e almofadas para contrastar com o cinza e o preto. Havia uma televisão de bom tamanho pendurada na parede, mas ela preferia olhar para a vista panorâmica da cidade.

Ela entrou na cozinha e fez uma xícara de café preto. Havia eletrodomésticos de aço inoxidável preto e um fogão a gás de seis bocas, mas Natalia não cozinhava, então achava que era um desperdício para ela. Ela tinha uma pequena área de jantar que nunca usou, com uma mesa retangular preta e seis cadeiras brancas de encosto alto.

Ela pegou sua pasta, bolsa e o paletó de Hayden antes de sair pela porta depois de tomar seu café em questão de segundos. Seu carro estava esperando por ela quando saiu. Os motoristas eram profissionais e sabiam que não deviam fazer conversa fiada a menos que o passageiro iniciasse. Natalia nunca iniciava. É por isso que ela usava o serviço de carro em vez de um aplicativo de carona.

A sede da NC estava localizada no décimo sexto andar de um dos muitos arranha-céus da cidade. Quando Natalia entrou pela porta, muitos de seus funcionários já estavam ocupados trabalhando. Ela tinha vinte funcionários, e todos a respeitavam como chefe. Ela era justa e acessível. Assim que entrou em seu escritório, sua assistente Patrice entrou logo atrás.

"Como foi ontem à noite? Conseguiu alguma pista?" Patrice perguntou esperançosa enquanto se sentava.

"Feche a porta." Natalia confiava em Patrice. Ela estava com ela desde o início, quando eram apenas as duas trabalhando em sua casa de tijolos marrons. Patrice olhou para sua amiga com preocupação.

"O que houve, Nat?" Ela perguntou enquanto se sentava novamente.

"Ontem à noite, Cliff Judd tentou me estuprar. Ele fingiu que tinha uma empresa para discutir, depois me atacou." Natalia respirou fundo para se acalmar. Ela não podia perder o controle enquanto estava no trabalho.

"Meu Deus. Por que aquele porco tentaria algo assim? Você chamou a polícia?" Patrice franziu a testa quando viu Nat desviar o olhar.

"Não. Eu não queria esse tipo de atenção sobre mim. Cliff foi interrompido antes que pudesse fazer mais do que agarrar meu braço." Natalia estremeceu ao pensar no que ele poderia ter feito.

"Você ainda deveria tê-lo denunciado. Agora ele acha que escapou impune. E se ele tentar fazer isso de novo?" Ela sabia que Patrice estava certa, mas pelo menos não o deixou sair ileso.

"Eu dei um joelhada na virilha dele antes de sair. Espero que essa dor fique com ele por um tempo." Ela deu um pequeno sorriso para Patrice.

"Acho que isso pode ajudar a mantê-lo longe de você. Alguma novidade de negócios?"

"Bem, eu conheci Hayden Sumner ontem à noite." Ela não achava que precisava contar a Patrice que chorou no ombro dele.

"Você está falando de Hayden Sumner, o CEO da Sumner Enterprises? Ele é o solteiro mais cobiçado da costa leste. As mulheres se jogam nele só para chamar sua atenção. Ele é tão bonito pessoalmente quanto na televisão?" Patrice perguntou sonhadora, pensando em como adoraria conhecê-lo.

"Ele é agradável aos olhos; vou admitir isso. Falando nisso, você pode mandar isso para a lavanderia?" Ela entregou o paletó de Hayden para ela.

"De quem é isso?" Patrice perguntou, olhando para o paletó em suas mãos.

"É do Hayden. Ele entrou na sala logo depois que eu parei o Cliff. Ele colocou o paletó nos meus ombros quando me acompanhou para fora. Eu esqueci de tirá-lo quando entrei no carro." Ela evitou o sorriso maroto de Patrice enquanto abria seu laptop.

"Claro, vou mandar limpar. Você quer entregar pessoalmente?" Patrice perguntou com uma sobrancelha levantada. Se ela não tivesse um noivo, teria implorado para Nat deixá-la levar o paletó.

"Tenho certeza de que podemos pedir para outra pessoa levar ao escritório dele." Natalia voltou para o laptop para começar a trabalhar, e Patrice se levantou com um sorriso.

"Se você mudar de ideia, eu aviso quando estiver pronto para ser retirado." Quando ela abriu a porta, Aimee, a recepcionista, estava se preparando para bater. Ela carregava um enorme buquê de lírios cor-de-rosa misturados com rosas brancas e mosquitinho em um vaso transparente. A pequena morena sorriu.

"Esses foram entregues na recepção." Aimee colocou as flores no canto da mesa enquanto Natalia olhava surpresa. Quem enviaria flores para ela?

"De quem são?" Patrice perguntou.

"Não sei, mas tem um cartão." Aimee pegou o cartão do topo e entregou para Natalia. Quando ela abriu, sorriu suavemente, e as outras duas mulheres se entreolharam em dúvida.

Espero que você esteja se sentindo melhor. Não gosto desse apelido, a rainha do gelo. Vamos conversar sobre mudar isso durante um jantar algum dia. Cuide-se. - Hayden.

"De quem são?" Patrice perguntou enquanto Nat continuava olhando para o cartão.

"Hayden." Ela disse baixinho, relendo a pequena mensagem. Ela se perguntava se ele mesmo escreveu ou se foi transcrito.

"O quê? Hayden Sumner enviou isso para você?" Aimee exclamou animada. Ela e Patrice trocaram um sorriso cúmplice. Muitos homens já tinham enviado flores para a chefe, tentando conquistá-la, mas ela nunca teve a reação que estava tendo agora.

"Ok, já chega. Temos um dia cheio, então voltem ao trabalho." Natalia colocou o pequeno cartão na mesa e apontou para a porta para que elas saíssem. Ela não queria responder a mais perguntas sobre a noite passada.

Quando seu telefone tocou algumas horas depois, Natalia estava ocupada analisando um contrato proposto para outro negócio e comparando com a pesquisa realizada. Seu telefone do escritório estava tocando, mas não era a linha principal; era sua linha pessoal. Apenas algumas pessoas tinham aquele número, então ela atendeu sem hesitação.

"Natalia Crawford." Ela respondeu distraída.

"Gostou das flores?" O coração de Natalia começou a acelerar quando ouviu Hayden. Sua voz era suave como mel.

"Sim, são lindas. Como conseguiu esse número?" Ela perguntou, tentando falar com sua voz de negócios.

"Tenho meus meios. Estava preocupado com você e precisava garantir que estava bem. Não gostei de deixá-la sozinha depois do que aquele idiota fez. Sinto muito e espero que ele não tenha arruinado sua imagem dos outros homens neste negócio." Hayden estava sendo sincero. Ele pensou em Natalia a noite toda, preocupado que ela estivesse chorando sozinha em seu apartamento.

"Estou bem. Não se desculpe por algo que você não fez. Normalmente, não me coloco em situações assim, mas achei que Cliff fosse inofensivo. Também estou com seu paletó. Está na lavanderia. Vou pedir para alguém levar para você quando estiver pronto." O coração de Natalia ainda batia forte em seu peito. Ela não gostava de ter essa reação. Lembrava-se de como se sentiu com Jon durante seu primeiro ano na faculdade.

"Que tal eu te levar para jantar e você me entrega? Acho que é hora de nossas duas empresas se encontrarem para ver como podemos colaborar no futuro." Hayden prendeu a respiração, esperando que ela dissesse sim. Ele não tinha planejado ligar para ela tão cedo, mas não conseguiu se conter.

"Normalmente, não vou jantar com associados de negócios; nos encontramos em salas de conferência. Por que eu deveria fazer uma exceção para você?" Natalia perguntou com um leve sorriso nos lábios.

"Bem, eu sou o mais bonito de todos os outros, e vou me comportar da melhor maneira possível. Vou até deixar você escolher o restaurante, se quiser." Ele sentiu uma ponta de esperança, sabendo que ela estava considerando. Ele esperava que ela o recusasse imediatamente.

Ela pensou em jantar com Hayden. Natalia não fazia jantares, fossem eles relacionados a negócios ou não. No entanto, ele mostrou compaixão na noite anterior, então não faria mal ouvi-lo para ver como poderiam trabalhar juntos.

"Fechado. Não me importo onde vamos. Me envie os detalhes por mensagem, e eu te encontro lá." Hayden queria buscá-la, mas sendo um jantar de negócios, ele não queria assustá-la fazendo parecer um encontro.

"Obrigado, Natalia. Você não vai se decepcionar." Ela deu a ele seu número de celular e depois ficou sentada em sua mesa, atordoada. Rapidamente pegou o telefone e ligou para Patrice quando saiu do transe.

"Oi, chefe." Ela disse em sua saudação habitual.

"Certifique-se de colocar urgência no paletó e tê-lo de volta aqui antes de eu sair. Vou entregá-lo a Hayden pessoalmente." Natalia observou enquanto Patrice se virava na cadeira, olhando para ela através das paredes de vidro do escritório.

"Pode deixar." Patrice sorriu de orelha a orelha. Talvez Nat finalmente encontrasse alguém para fazê-la feliz.

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