Capítulo 7 - A Casa dos Lobos
PONTO DE VISTA DE GEMMA
Eu tinha acabado de desempacotar minhas coisas no meu novo quarto, admirando a decoração elegante e a bela vista dos jardins da mansão. O sol começava a se pôr, lançando um brilho quente através das minhas janelas. Depois de um dia tão longo e de me instalar, decidi tomar um banho relaxante para lavar o cansaço do dia.
Me senti tão revigorada e relaxada após o banho. Vesti um vestido simples enquanto esperava meu cabelo secar. Meu coração acelerou ao ouvir uma batida suave na porta. Uma funcionária estava do lado de fora, os olhos arregalados de expectativa.
"Senhorita Gemma Bracken, o Governador Rhys voltou para a mansão," informou a funcionária.
Meu pulso acelerou com a notícia, se ela estava me informando pessoalmente, talvez isso significasse que o Governador queria me ver. Respirei fundo, alisando o vestido. "Obrigada. Estarei lá em um instante."
Nervosa, segui a funcionária pelos corredores da grandiosa mansão até me encontrar parada do lado de fora do escritório do Governador Rhys. Cobri meu cabelo com um lenço, já que ainda estava visivelmente molhado. Respirando fundo, empurrei a porta e entrei.
O Governador levantou os olhos da sua mesa, sua expressão severa suavizou ligeiramente ao me ver. Esta era a primeira vez que eu o via com roupas normais. Eu diria que ele parecia comum nelas, mas não parecia. Ele apenas parecia bem nelas e mais relaxado.
"Mostraram seu quarto para você?"
Ofereci um pequeno sorriso, minha voz tingida de nervosismo. "Sim, obrigada, Governador. O quarto é adorável."
"Rhys."
Ele corrigiu.
Ele gesticulou para que eu me sentasse, seu olhar firme. "Bom. Agora, quero estabelecer algumas regras enquanto você estiver aqui. Esta é uma situação delicada, eu não a teria trazido aqui se não fosse necessário. Por isso, preciso que você fique no seu quarto o máximo possível quando não estiver comigo ou trabalhando para mim."
Levantei uma sobrancelha, um pouco ofendida com isso, um toque de zombaria na minha voz. "Então, devo ser uma prisioneira bem comportada, é isso?"
Seus olhos brilharam em advertência. "Isso é importante."
Fingi inocência. "Claro, Rhys."
Rhys enfiou a mão no bolso e retirou um telefone preto e elegante. Ele me entregou. "Esta é uma linha direta para mim. Vou ligar para você neste telefone se precisar de você. Você deve atender imediatamente."
Peguei o telefone, olhei para ele, provavelmente tinha um software de rastreamento instalado também. Se ele estava me dando um telefone novo, então definitivamente queria me monitorar.
"Então, estou também à sua disposição agora?"
Ele se inclinou para frente, seu tom severo. "Sim, Gemma. Você é."
Eu ri, claramente testando sua paciência. "Muito bem."
Ele me lançou um olhar de advertência antes de continuar, então me olhou de cima a baixo, me avaliando. Me perguntei se ele podia notar que eu tinha acabado de tomar banho.
"Mais uma coisa, troque para algo mais apropriado. Você vai conhecer minha mãe e minha irmã em breve."
Meus olhos se arregalaram de surpresa. "Sua mãe e sua irmã? Elas estão aqui?"
Ele assentiu. "Sim. Espero que você cause uma boa impressão, minha mãe não é muito fã de bruxas."
Comentei. "Assim como você."
Ele não me respondeu, provavelmente porque sabia que eu estava certa.
"Apenas troque de roupa."
Com uma saudação zombeteira, me levantei. "Imediatamente, senhor!"
..........
Respirei fundo, ajustando as delicadas dobras do meu vestido enquanto descia a grandiosa escadaria. Era o melhor vestido que eu tinha e devia ter pelo menos quatro anos. Eu o peguei do guarda-roupa de uma debutante rica como pagamento por um feitiço simples. E desde então, eu o guardava para ocasiões especiais e eventos.
Conhecer a família do Governador certamente qualificava como uma ocasião especial. Então, eu o vesti.
O tecido farfalhava suavemente contra o chão de mármore, e meu coração batia acelerado de antecipação. Era também meu vestido mais bonito, uma criação fluida de seda e renda que brilhava sob o suave brilho do lustre acima.
Rhys estava na entrada da sala de estar da família, sua expressão fria e severa como de costume. "Você está apropriada."
Isso era o mais próximo de um elogio que eu jamais receberia dele. "Obrigada, Rhys."
Ao entrarmos na sala de estar, meu olhar percorreu os arredores opulentos. A sala estava banhada em uma luz dourada suave, com móveis de madeira intrincadamente esculpidos e sofás de veludo luxuosos que convidavam os convidados a se sentarem e ficarem um pouco. Pinturas ornamentadas adornavam as paredes, retratando cenas de grandeza e beleza.
Arabella, a mãe de Rhys, estava sentada em um dos sofás, sua presença comandando atenção. Seus olhos me estudavam intensamente, sua expressão inescrutável. Ela era uma mulher bonita, mas não conseguia esconder seu desagrado ao me ver e perceber o que eu era. Quando Rhys me apresentou, os lábios de Arabella se curvaram em um sorriso educado, embora seus olhos tivessem um brilho de ceticismo.
A mulher era intimidadora, apesar de eu mesma saber que também era intimidadora.
A voz de Arabella era suave e medida enquanto ela voltava sua atenção para mim. "Então, você é a assistente pessoal do meu filho. Ele nunca teve uma antes..."
Encontrei o olhar de Arabella.
"Sim, Sra. Amman. Eu gerencio a agenda dele e o ajudo a se manter organizado."
Arabella levantou uma sobrancelha, seu olhar penetrante. "E por que o Governador precisa de uma assistente pessoal agora? Ele sempre foi perfeitamente capaz de gerenciar as coisas sozinho."
Eu queria retrucar que ela mesma perguntasse a ele, mas segurei minha língua afiada. Eu mal era gostada aqui e tinha certeza de que o Governador não hesitaria em me jogar de volta na prisão se eu desrespeitasse sua mãe.
Felizmente, ele interveio suavemente, sua voz calma. "Mãe, a eficiência de Gemma em lidar com meus assuntos tem sido inestimável. Com a ajuda dela, posso me concentrar em outras questões importantes."
Os lábios de Arabella se comprimiram em uma linha fina, mas ela assentiu levemente, claramente não completamente convencida.
Meu coração pulou uma batida quando Arabella voltou sua atenção para mim. "Diga-me, Gemma, como bruxa, você pratica magia?"
Minha mente correu, lembrando do aviso de Rhys. Eu teria que mentir. Forcei um sorriso. "Sou uma bruxa, mas não pratico magia. É apenas parte da minha herança."
O olhar de Arabella perfurou-me, como se tentasse discernir a verdade. Ela me olhava como se olhar profundamente na minha alma lhe desse a resposta que tanto queria. Surpreendentemente, ela assentiu, aparentemente satisfeita com minha resposta.
O tom de Arabella suavizou enquanto ela sorria. "Bem, Gemma, teremos jantar em breve. Espero que você se junte a nós."
Hesitei. Eu já estava desconfortável o suficiente, não queria nem pensar em como seria um jantar com aquela mulher. Já era suficiente ter que passar meus dias com o insuportável Governador. Eu precisava sofrer com a família dele também na hora do jantar?
Eu tinha que recusar agora.
"Obrigada, Sra. Amman, mas não gostaria de impor ou deixá-la desconfortável. Estarei bem sozinha."
Os lábios de Arabella se curvaram, um toque de aprovação em seus olhos. "Muito bem. Você é uma garota sensata."
Também decidi que era melhor deixar as coisas claras agora da maneira mais gentil possível e encontrei o olhar de Arabella diretamente. "Quero deixar claro, Sra. Amman. Estou aqui para fazer meu trabalho, não me importo se não sou bem-quista. Meu foco é ajudar o Governador."
O olhar de Arabella encontrou o meu, e depois de um momento, um pequeno sorriso surgiu nos cantos de seus lábios. "Aprecio sua honestidade, Gemma."
............
Acordei lentamente com o calor acolhedor de um novo dia. A luz do sol filtrava pelas cortinas, lançando um brilho suave sobre meu rosto. Enquanto me espreguiçava, uma batida suave na porta chamou minha atenção.
"Bom dia, Srta. Gemma. É hora de acordar!"
A voz chamou do outro lado da porta. Eu estava com preguiça de levantar. Levantei a mão e abri a porta com um aceno.
A funcionária entrou rapidamente, não parecia se importar com a porta se abrindo magicamente.
"Já é de manhã?"
A funcionária entrou, seu uniforme impecável e arrumado.
"O Governador Rhys solicita sua presença para uma breve reunião. Também queria informá-la que o café da manhã será servido em trinta minutos. O que gostaria de comer?"
Era assim que era viver na casa do Governador?! Café da manhã na cama?! Parece que eu ia me divertir, pensei enquanto me espreguiçava mais um pouco, pensando no que comer.
"Panquecas, por favor. Com algumas frutas frescas ao lado."
"Certamente, Srta. Gemma. Vou trazer para o seu quarto em breve."
Com um aceno, a funcionária deixou o quarto, me deixando para me arrumar. Depois de um banho rápido e trocar de roupa, o delicioso aroma de panquecas encheu o ar quando o café da manhã chegou em uma linda bandeja com flores frescas.
Assim que terminei minha refeição, me dirigi ao escritório do Governador Rhys. Ao entrar, meus olhos caíram sobre o Governador, que estava vestido casualmente com uma camiseta e shorts. Shorts?! Pensei enquanto meus olhos percorriam suas longas pernas nuas.
Meu coração pulou uma batida ao ser atingida por sua inegável beleza jovial.
"Bom dia, Gemma. Espero que já tenha tomado café da manhã."
"Sim, obrigada. Estava muito bom."
"Há uma razão para você me chamar aqui?! Acho que você mencionou ontem que não iria ao escritório hoje."
Ele assentiu brevemente.
"Sim. Você está certa sobre isso... temos uma viagem para Rusa em algumas horas."
Minha mandíbula caiu. Rusa era o país vizinho de Azov. E eu nunca tinha estado lá. Ouvi dizer que as ruas eram pavimentadas com ouro e o palácio era coberto de ouro.
"Rusa? Mas eu não estava preparada para isso. Nem sei o que levar comigo!"
O Governador parecia ignorar tudo o que eu disse.
"Eu arranjei um estilista pessoal para ajudá-la. Eles encontrarão roupas adequadas com base em suas medidas. É muito importante que façamos uma boa impressão ao encontrar o Governador de Rusa."
Levantei as sobrancelhas. "Está dizendo que há algo errado com minhas roupas?"
Ele fez uma careta.
"Elas não são apropriadas para o trabalho, então vou mudar todo o seu guarda-roupa."
"Meu guarda-roupa inteiro?!"
Ele olhou para cima e assentiu.
"Tudo."