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Desbloqueio de #Chapter 4

Alicia trabalhou horas extras tentando tirar Olivia do caminho e finalmente conseguiu. Reese vinha espalhando rumores há um tempo, falando mal da futura Luna e como ela nunca realmente ajudou o Alpha a sobreviver, apenas fazendo um controle de danos social, mas Reese sabia toda a verdade. Ele espalhou tudo pela alcateia até o final da semana e, quando os guerreiros apareceram no hospital para levá-lo para a prisão, Olivia tinha outros planos.

Ela sabia que seu tempo estava chegando ao fim de qualquer maneira. Ela só queria que o bebê vivesse e contou os seis meses lentamente, sabendo que enquanto apodrecia na prisão, não havia chance de sobreviver a esse novo problema. Ela tomou o lugar de Reese na prisão, assumindo a culpa pelos rumores, e com o passar do tempo, Olivia não se importava muito com a cela.

Não havia Herold ali, nem Alicia, e isso era tudo o que ela precisava.

"Ela está de olho em você, vira-lata," uma das outras lobas dizia, todos os dias passando pela cela de Olivia, ameaçando-a sem parar. "Espere até sair dessa cela..."

Olivia sabia que era melhor não se juntar aos outros lobos no pátio, mas precisava se alongar e caminhar. Sua barriga crescente estava pesando em sua coluna e a enfraquecendo a cada dia. Finalmente, ela cedeu.

Ela deixou sua cela para caminhar, para alongar seu corpo e mente, e se soubesse o que iria acontecer, não teria deixado a segurança de sua cela.

A faca que Alicia usou em seu rosto estava dentro das paredes da prisão e desta vez não era para Alicia. Ela pagou muito dinheiro por essa execução, queria que Olivia sentisse também.

"Eu te disse para não sair da sua cela," outra prisioneira murmura despreocupadamente. Ela exibe a lâmina.

Os olhos de Olivia se arregalam de horror. Ela se agarra à barriga protetoramente, implorando em lágrimas que isso não seja real. "Por favor," ela suplica. "Por que você quer machucar—"

"Eu não quero," a prisioneira diz, dando de ombros, "mas você tem o pior inimigo que existe e ela pagaria outra prisioneira para fazer isso se eu não fizer. Além disso, ouvi dizer que você está doente e morrendo de qualquer maneira. Se alguma coisa, Alicia está te fazendo um favor."

Olivia grita enquanto a lâmina é pressionada em seu corpo, metálica e quente. Dor, dor interminável. Olivia tenta se levantar novamente, mas cai de volta. Ela está pálida como um lençol... A dor a cega.

Trinta e sete facadas nas costas, pescoço e laterais foi o que levou antes que sua alma finalmente se separasse de seu corpo.

Morte.

**

A prisão não sabia para quem mais ligar além do Alpha e Herold se sentia horrível.

Ele nem sabia onde Olivia tinha estado todo esse tempo.

Herold se senta solenemente à beira do mar. Ele não pretendia que as coisas escalassem como escalaram, mas está feito. Olivia está morta, o bebê se foi, ambos estendidos sobre seu colo. Ele não consegue entender o que causou esse desastre. Ele queria que ela sofresse por suas mentiras, mas morrer não era o que ele tinha em mente.

Ele estava quase insultado de certa forma; como ela poderia morrer sem sua permissão?

Ela sempre foi submissa ao seu companheiro, ao seu Alpha, e nunca lhe negou nada. Ela era calma na maior parte do tempo e isso fazia parte de seu desprezo por ela. Ele odiava quando ela estava calma, quando estava serena, enquanto sua vida parecia tão caótica e desastrosa.

Seus pensamentos foram interrompidos pelo irmão dela, que tinha ido reclamar seu corpo, mas foi informado que seu companheiro implacável tinha levado primeiro. Reese queria soltá-la ao mar, na sua praia favorita, e ficou surpreso ao ver que Herold já tinha tido a mesma ideia.

"O que você está fazendo aqui com ela?" Reese pergunta, rosnando levemente. "Você não tem o direito de soltá-la ao mar. Você é a causa disso. Você fez isso com minha irmã."

Herold segurou sua raiva, segurando o corpo de sua substituta de companheira e sentindo uma estranha pontada de culpa. "Ela era minha companheira no momento de sua morte," ele diz, sabendo que ela não havia assinado os papéis do divórcio antes de morrer. "O corpo dela é meu para dispor."

"Você é a razão pela qual ela morreu," Reese rosna. "Você a matou, e ao filho dela. Eugene me contou como ela estava grávida, como ela estava doente por causa das operações que fez para você e sua amante. Você a usou todos esses anos e agora acha que tem algum direito sobre o corpo dela? Ela deve ser lançada ao mar para ser aceita pela deusa da lua. Sua participação não vai ajudar."

"Então vá em frente e faça isso, não consigo mais olhar para ela."

Herold queria soltá-la no mar, mas suas feridas já estavam gravadas profundamente em sua mente. Isso o assombrava até o âmago. Reese pegou sua irmã, seus lamentos eram suaves e implacáveis. Ele entra na água, observando-a flutuar enquanto as ondas suaves a puxavam cada vez mais para longe do mar.

Reese sabia o quanto sua irmã o protegeu ao longo dos anos.

Ele odiava não poder protegê-la desse destino.

Sob a lua cheia, um corpo flutua sem rumo pelo mar. É o corpo de uma loba que era fraca em força, mas de uma vontade inigualável. Ela lutou por sua aceitação, por seu amor, mas tudo o que conseguiu foi, sem querer, causar a morte da garota. As pessoas achavam sua calma ameaçadora, seu comportamento sereno perigoso, e ela era um obstáculo em seus planos.

Ela flutua no ar agora, sua consciência arrancada do horrível cadáver que ela se tornou no final de sua vida. Olivia era naturalmente bonita, mas o que restava era irreconhecível enquanto ela ascendia da água.

Seus olhos podiam distinguir a figura geral de suas feições, o suave e pequeno inchaço de sua barriga, e era claro que ela podia ver que o cadáver na água era seu próprio corpo. A princípio, isso assustou a jovem loba, mas em algum nível ela sabia que era seu destino.

"Sinto muito," ela murmura para seu próprio corpo abaixo, tendo que desviar o olhar ao ver suas feridas. As marcas eram uma declaração silenciosa da tortura que ela suportou nesta vida. Ela esperava que o que quer que acontecesse na próxima vida não fosse tão cruel quanto a última.

Mas ela percebeu, enquanto subia do mar, que não importava o quão segura ela se sentisse longe de Herold e Alicia, ela não conseguia se livrar da culpa que dominava seus pensamentos. Ela se apaixonou tão rapidamente por Herold e deu a ele cada parte de sua vida e corpo, na esperança de que ele a amasse um dia. Agora ela sabe o quão estúpida foi naquela época.

Logo, ela sentiu todo o peso de sua vida voltar à memória. Ela viu Herold, quase incapacitado, no hospital, e depois que seus guerreiros a libertaram de um grupo de bandidos, ela achou que devia algo ao seu novo Alpha.

Alicia deixou seu lado ao primeiro sinal de má saúde dele. Olivia podia se ver ao lado da cama do hospital, doando sangue e esperando que fosse suficiente para salvar o homem que a salvou. Se ela soubesse o que isso faria ao seu coração, ao seu corpo, então não teria sido tão generosa.

Ela viu como Herold a desprezava, como ele tão facilmente rastejava de volta para a mulher que o deixou, e ela sentiu o coração partido pela primeira vez. Foi poderoso e profundo—não a impediu de tentar ser a melhor companheira que podia ser para ele.

Ela odiava cada erro, cada julgamento ruim, e enquanto se aproximava dos portões de luz acima, logo em direção à lua brilhando no céu, ela jurou tentar consertar as coisas. Ela deu tudo o que tinha no momento em que viu aquele Alpha.

Mas ela estava errada em fazer isso.

Seu corpo flutuava abaixo, abandonado, e seu espírito estava furioso por seus erros.

Se ela tivesse a chance de fazer tudo de novo, ela faria.

E a primeira coisa que faria? Encontrar Herold Hughes e fazê-lo sofrer.

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