




Capítulo 7: Ele é seu filho
"Gwen! Eu estava procurando por você." A voz de Finn fez com que ambas dessem um passo para trás, já que estavam quase encostando as testas.
"Finn, você pode me levar para casa? Acho que perdi minha carona," Vivienne pediu, como se não fosse a razão pela qual ele estava tão bravo.
"Vivienne, não vou pedir duas vezes. Entre agora!" Sua voz era assustadora o suficiente para que tanto Gwen quanto Vivienne desistissem da discussão.
Esse era o CEO que todos conheciam. Esse era o personagem que Gwen odiava tanto, embora mal o visse quando estavam juntos.
Vivienne parecia ofendida e quase prestes a chorar, mas não disse nada. Simplesmente se virou e entrou novamente no restaurante.
"Finn, eu realmente deveria ir. Não quero arranjar mais problemas para mim. Já tenho mais do que o suficiente..."
"Gwen, por favor, me escute. Ela não é minha noiva, tá bom? Quer dizer... É complicado, mas eu posso te prometer que não há nada acontecendo entre nós."
"Eu sinceramente não me importo. Não é da minha conta, afinal. É a sua vida. Vou chamar um táxi." Gwen se virou para fazer sinal para o motorista, mas Finn a impediu segurando seu pulso.
Ela sentiu sua pele queimar com a eletricidade que vinha do toque dele.
Como isso era possível?
Eles estavam separados há anos, mas ela ainda podia sentir toda a excitação que ele provocava em seu corpo. E ela podia dizer que ele sentia o mesmo.
A maneira como seus olhos acompanhavam cada movimento dela, a forma como ela sentia que ele estava vendo através de sua alma com aqueles olhos verdes como esmeraldas.
Essa noite foi um erro.
Stephanie estava certa, e Gwen fez uma anotação mental para parabenizar sua amiga quando chegasse em casa.
"Por favor, só me dê uma chance de... Eu não sei, só sinto que... Não nos vemos há anos, e você foi embora sem dizer nada. Você me deve pelo menos uma explicação, não acha?"
Gwen ficou sem palavras.
"Você está falando sério? Quer falar sobre isso agora? Aqui?"
Finn deu de ombros.
"Bem, podemos falar sobre isso onde você quiser. Eu só quero que você me dê uma explicação. Sabe o quão difícil foi para mim?" ele perguntou, de repente parecendo muito chateado.
"Você está brincando?" Gwen não conseguia encontrar as palavras certas para dizer.
Ela sabia que era injusto deixar alguém sem dizer nada, mas ele não tinha ideia do que ela tinha passado.
Ele não era nenhum santo.
"Por que eu brincaria com algo assim? Eu procurei por você em todos os lugares. Por meses. Você disse que me amava, mas claramente mentiu."
Gwen riu em descrença. Ela estava frustrada consigo mesma por não conseguir encontrar as palavras certas para responder. Ela sempre se orgulhava de ser alguém com as respostas certas, na ponta da língua, mas agora...
Finn tinha o poder de desestabilizá-la, especialmente falando sobre um tempo que havia quebrado seu coração e alma.
Ela virou as costas para ele e começou a se afastar. Não podia ficar ali por mais tempo. Não tinha ideia de para onde estava indo, mas não ia discutir com ele na frente do restaurante. Alguém poderia ouvi-los, ou pior, Vivienne poderia aparecer novamente.
Mas é claro que Finn a seguiria.
Finn a segurou pelo pulso novamente e a virou para ele, seus olhos se encontrando. Gwen imediatamente sentiu seus olhos arderem com lágrimas não derramadas. Ela não ia chorar. Ele não faria isso com ela.
Não mais.
"Você mentiu para mim quando disse que me amava? É isso?" Finn insistiu. "Vamos lá, somos ambos adultos. Apenas diga na minha cara, em vez de fugir quando as coisas ficam sérias."
"Fugir?" Gwen estava possuída pela raiva. "Você não tem ideia do que eu passei. Você não tem ideia do que eu sofri todos esses anos, enquanto você estava aqui vivendo sua vida de bilionário, transando com sua noiva francesa. Não venha me dizer que eu não te amava. Você não tem o direito de dizer isso para mim."
Ela podia sentir seu queixo tremendo, enquanto tentava com todas as forças não chorar.
Mas toda a fúria que sentiu durante aqueles cinco anos, toda a frustração e decepção, todo o ódio que sentia por si mesma, por não ter conseguido lutar pelo que queria e acreditava naquela época... Tudo isso estava saindo.
Como um vulcão, ela ia explodir se ele continuasse pressionando-a assim. Ela tinha que ir embora.
"Você não foi o único que sofreu, tá bom? Não seja egoísta. Você foi embora sem dizer uma única palavra para mim. O que você espera que eu acredite? Que essa era sua maneira de mostrar o quanto me amava?" Finn zombou, e ela podia sentir o quão frustrado ele também estava.
Ela quase sentiu pena dele. Mas ela tinha que pensar em si mesma primeiro.
"Por que você foi embora?" ele continuou, perfurando-a com os olhos.
"Eu não podia mais ficar aqui," ela respondeu, tentando respirar fundo para se acalmar.
"Não podia? Por quê? O que aconteceu?"
Imagens do dia em que ela foi embora surgiram na mente de Gwen, fazendo seu coração encolher de dor.
Ela não gostava de pensar naquele dia, e nos últimos anos, fez tudo ao seu alcance para enterrar essas memórias.
"Eu não quero falar sobre isso, Finn. Apenas me deixe ir para casa, tá bom?"
"Você realmente não vai me contar? Nem vai se defender? Não vai negar o que eu disse? Você não me amava de verdade, amava?" Finn perguntou novamente, incrédulo.
"Eu amava, ok? Eu te amava, e acabei com o coração partido e a constante lembrança de você na minha vida."
"O que você quer dizer?"
Gwen podia sentir seu coração batendo agressivamente contra o peito.
"Se você acha que eu fui egoísta por ir embora para ficar sozinha e criar um filho sozinha, talvez você devesse pensar duas vezes antes de dizer isso novamente. Nenhuma mulher faria isso se tivesse escolha."
"Para criar um filho...?" Finn estava tendo dificuldade em juntar as peças. Gwen não estava fazendo muito sentido, na verdade. "Você está me dizendo que já estava grávida quando foi embora? Não pode ser, você teria me contado se Cody fosse meu filho. Então o que... Você me traiu? Foi isso?"
Gwen sentiu seu coração se despedaçar com aquela acusação absurda.
Como ele podia pensar tão mal dela?
"Você é um idiota. Eu não sou o tipo de mulher com quem você está acostumado! Ele é seu filho, ok? Satisfeito agora?"