




Capítulo 5: Uma data ou não uma data?
Gwen não queria que Finn pensasse que ela estava desperdiçando muito tempo escolhendo suas roupas para jantar com ele, mas, ao mesmo tempo, ela não podia simplesmente usar jeans e tênis enquanto jantava com um CEO bilionário.
Ela não era tão louca assim.
Como um vestido preto nunca falha em qualquer situação, foi isso que Gwen escolheu.
Stephanie a olhava com olhos inquisitivos, o que Gwen fingiu não ver. Ela não queria responder a nenhuma das perguntas de sua melhor amiga, já que Stephanie parecia pensar que Gwen estava cometendo um erro.
Afinal, como ela repetiu o dia todo, Gwen não conhecia mais Finn. Ao encontrá-lo, ela corria o risco de baixar a guarda e permitir que ele descobrisse a verdadeira origem de Cody.
Isso era algo de que Gwen estava bem ciente, mas, em sua mente, permitir que Finn se aproximasse dela novamente estava fora de questão.
Impossível até.
Ela não seguiria por esse caminho novamente.
Ela sabia o que a fez partir cinco anos atrás, e não ia esquecer.
Era apenas um jantar amigável. Ela sabia que, se não aceitasse, Finn a atormentaria até que dissesse sim. Ela sabia o quão persistente seu lado CEO podia ser.
“Ok, prometo que voltarei para casa logo, tá bom? Se acontecer qualquer coisa com Cody, me ligue imediatamente. Não acho que ele vá acordar, mas se acordar, diga que a mamãe está a caminho, ok?”
Stephanie revirou os olhos impacientemente.
“Ah, qual é, garota. Você soa como uma lunática. Eu posso cuidar do seu filho por algumas horas, tá bom? Não sou tão irresponsável assim.”
“Você sabe que não foi isso que eu quis dizer. É só que... eu nunca fiquei longe dele.”
“Mais um motivo para você ir. Você poderia usar algumas horas sozinha. Tomar um drink, ver o que está acontecendo no mundo, aproveitar a companhia de um homem bonito... Mesmo que esse homem seja a última pessoa que você deveria ver agora.”
Gwen riu enquanto se olhava no espelho pela última vez.
“Essa é a coisa mais contraditória que você já disse,” Gwen falou, pegando sua bolsa na cama.
“Bem, eu não sou cega. Você não deveria vê-lo porque as consequências poderiam ser realmente ruins. Mas ele é um deus, e quem não gosta de um pouco de perigo às vezes, né?” Stephanie concluiu, olhando para o teto, sonhando acordada com algo que Gwen não se deu ao trabalho de perguntar.
“Enfim... Eu vou indo então. Muito obrigada por fazer isso. Prometo que vou te retribuir algum dia. Talvez quando você encontrar um cara para você, o que já está na hora.”
Gwen fechou a porta antes que Stephanie tivesse a chance de xingá-la.
O carro de Finn já estava esperando por ela e Gwen quase não podia acreditar quando o viu. Ela sabia que ele era rico, e sabia que ele tinha vários carros, mas não estava mais acostumada com esse tipo de vida de bilionário.
Era bem fácil esquecer que ele era um bilionário às vezes. Quando estavam juntos, Finn era um cara muito simples, e o dinheiro não parecia tão importante para ele.
Mas toda vez que ela o via de terno, dirigindo um carro de luxo, usando um relógio que custava mais do que sua casa, Gwen sentia como se tivesse levado um tapa.
Ele era um bilionário. Não um milionário. Não rico. Bilionário.
Ela ficava tonta só de pensar em quantos zeros esse título carregava.
O carro preto estacionado em frente à casa de Stephanie não foi a única coisa que a fez ofegar.
O homem que saiu dele, provavelmente vestindo o terno mais caro que existia, com seu cabelo loiro perfeitamente penteado e usando o perfume mais intoxicante, quase fez Gwen tropeçar.
Ela estava bem vestida. Isso era um fato. Até ela tinha que admitir.
O vestido preto não era grande coisa, mas ela enrolou seu cabelo curto e passou um pouco de maquiagem para realçar seus lábios e olhos.
Ela estava satisfeita com sua aparência, mas ver Finn na sua frente quase fez Gwen se perguntar se ele iria atrair muita atenção ao seu lado.
Ele não era uma presença muito fácil de ignorar, ela pensou.
“Boa noite, Srta. Miller. Você está deslumbrante como sempre,” ele disse enquanto a ajudava a entrar no carro.
Um cavalheiro. Um verdadeiro cavalheiro.
Isso quase fez Gwen suspirar. Ele estava se certificando de lembrá-la de todas as suas boas qualidades. Não que isso exigisse muito esforço, porque ele era praticamente perfeito em todos os sentidos. Mas Gwen não precisava de um lembrete do que ela perdeu.
Afinal, ela não perdeu porque quis. Ela não teve escolha.
A viagem até o restaurante não foi desconfortável como ela pensou que seria.
Eles conversaram sobre nada especificamente, mas foi fácil. A conversa fluiu como se nunca tivessem se separado.
Essa era uma das coisas que eles gostavam um no outro. Era como se fossem adolescentes para sempre. Sem preocupações, sem empresa para administrar, sem filho para criar, apenas eles.
Finn tinha feito uma reserva em um restaurante muito agradável, mas não era o mais caro da cidade.
Gwen uma vez lhe disse que não se sentia muito confortável em lugares onde as pessoas gastavam uma quantia enorme de dinheiro apenas para comer uma porção minúscula de comida. Ela agora se perguntava se ele se lembrou disso ao escolher o lugar.
Eles conseguiram uma mesa perto da janela que tinha uma vista incrível, e embora tenham atraído alguns olhares no caminho, as pessoas dentro do restaurante pareciam mais preocupadas com suas refeições do que com os dois novos comensais, o que Gwen apreciou.
Ela não queria aparecer nas manchetes na manhã seguinte só porque estava jantando com seu ex.
“Então... Você não está mais modelando?” Finn perguntou assim que o garçom serviu o vinho e deixou a mesa.
Gwen tomou um gole de seu copo antes de responder. Quando se conheceram, Gwen era uma modelo em ascensão e porta-voz de uma empresa de cosméticos.
“Não, não estou. Eu queria manter um perfil baixo e, além disso, depois que Cody nasceu, foi meio difícil gerenciar as duas coisas ao mesmo tempo,” ela explicou, enquanto Finn a observava com olhos muito curiosos.
“Posso imaginar. Você não tinha ninguém para te ajudar?” ele perguntou.