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Capítulo 3: Primeira reunião

"Vamos, Cody. Vamos perder o filme," gritou Gwen da porta, enquanto esperava Cody pegar um de seus brinquedos favoritos para levar ao cinema.

Alguns dias haviam se passado desde que chegaram à Cidade X e passaram a maior parte do tempo ao ar livre. Gwen levou Cody a muitos lugares que costumava frequentar quando criança, e ele adorou.

Agora, Stephanie tinha que voltar ao trabalho, e Gwen não sabia mais o que fazer com um menino de quatro anos que parecia nunca ficar quieto por muito tempo.

Cody era uma criança enérgica e muito curiosa. Ele estava sempre tentando encontrar coisas novas para aprender e fazer, então Gwen estava um pouco desesperada. Ela só queria relaxar um pouco, mas ficar sozinha 24 horas por dia com uma criança não dava muito espaço para isso.

"Estou indo, mamãe. Eu não estava encontrando o Sr. Botas," disse ele, empurrando o pequeno boneco de neve de pelúcia com botas na cara dela.

Quando saíram do cinema, já estava escuro. Gwen havia alugado um carro para se locomover pela cidade com Cody, o que facilitava as coisas.

Enquanto caminhavam em direção ao estacionamento, Gwen mal podia acreditar no que seus olhos estavam vendo.

Não podia ser...

A princípio, ela pensou que era uma pessoa normal no estacionamento, procurando seu carro. Mas, à medida que se aproximava, percebeu que ele estava encostado no carro que ela havia alugado.

Estava escuro, apenas luzes fracas iluminavam o local, mas mesmo assim, ela não podia estar enganada sobre ele. Afinal, ela via uma versão miniatura dele todos os dias em casa.

"Oh, meu Deus!" pensou.

Era Finn.

Mas ela não podia deixar que ele visse Cody, ele poderia fazer as conexões.

Ela não podia arriscar.

Olhando ao redor, Gwen avistou um banco vazio, mas não podia deixar Cody lá sozinho enquanto pegava o carro, podia?

Ele poderia ser sequestrado ou machucado.

Embora um milhão de piores cenários passassem por sua mente, Gwen sabia que não podia arriscar Finn tentando levar seu filho se ele descobrisse a verdade.

Com o coração batendo forte nos ouvidos, Gwen teve que tomar uma decisão rápida. Ela rezou para que nada de ruim acontecesse, mas não tinha outra escolha. Não podia arriscar que Finn suspeitasse que Cody era seu filho.

"Cody, querido..." ela se agachou ao lado dele, acariciando suas bochechas. "Mamãe vai pegar o carro e te buscar aqui, tá bom? Você pode esperar sentado aqui? Não vai demorar." Ela o guiou até o banco enquanto o menino esfregava os olhos, já sentindo sono.

"Tá bom, mamãe."

"Não saia daqui até a mamãe voltar, tá? Senão, a mamãe vai ficar muito triste."

Gwen viu Cody acenando com a cabeça e, com o coração apertado, caminhou novamente em direção ao carro.

Finn ainda não estava ciente de sua presença, e ela estava fazendo o melhor para controlar seu corpo para que ele não a visse tremendo como uma folha. Usando sua melhor cara de pôquer, Gwen parou na frente do carro, tendo uma visão clara do homem à sua frente agora.

Ele estava sozinho, ainda mais bonito do que ela se lembrava, e bloqueava a porta com seu corpo alto e olhos verdes penetrantes.

Como alguém podia ser tão imponente e bonito como ele? Isso não deveria ser permitido entre os humanos.

"Finn?" ela perguntou, tentando soar surpresa.

Não que ela não estivesse, mas teve alguns minutos para se recompor antes de enfrentá-lo.

Finn estreitou os olhos e seu sorriso quase fez Gwen tremer novamente.

"Gwen." Aquela voz masculina e rouca era como música para seus ouvidos. Mas ela não ia deixar aquele pesadelo invadir seus pensamentos novamente.

Ele não deveria ter tanto impacto em sua vida mais, e ela amaldiçoou seu corpo por traí-la.

"Eu nunca pensei que te veria de novo," ele continuou.

"Como você soube que eu estava aqui?" ela perguntou, ainda surpresa por ele ter conseguido encontrá-la.

"Bem, eu praticamente possuo metade da cidade agora, então sei o que acontece por aqui," ele sorriu.

"Claro," ela murmurou.

A carta do bilionário. Ele usou essa bem rápido.

"Então, como você tem estado nesses últimos anos? Nunca mais ouvi falar de você. Você está incrível, a propósito."

Gwen engoliu seco com o elogio.

E ela também estava começando a se preocupar com Cody estando sozinho. Ele não estava longe dela, e ela ouviria se algo acontecesse com ele. Ele era um garoto esperto, com certeza gritaria.

"Estou ótima, obrigada. Não moro mais aqui, talvez seja por isso que você nunca mais ouviu falar de mim."

"Provavelmente," Finn disse em voz baixa.

Fazia muito tempo desde que Gwen o viu, claro que muita coisa havia mudado. Para ambos.

Mas Finn estava agindo estranho. E embora ele pudesse ser uma pessoa totalmente diferente agora, ela ainda conseguia ler algumas de suas expressões.

Ela sempre foi boa nisso quando tiveram seu breve caso.

"Então... Onde você está morando agora? O que você está fazendo da vida?" Finn perguntou curioso.

Mas antes que Gwen tivesse a chance de pensar em uma resposta adequada, o que ela mais temia aconteceu bem na frente de seus olhos.

E ela nem teve tempo de fazer nada.

"Mamãe! Por que você demorou tanto? Eu fiquei com medo." A voz de Cody fez Gwen se virar abruptamente para olhar o menino vindo em sua direção.

Ela olhou de Cody para Finn, e pôde ver o homem olhando para seu filho com muita curiosidade.

Ela quase podia ver o cérebro dele trabalhando para entender a situação à sua frente.

"Cody, eu não te disse para me esperar lá? Por que você me seguiu?" Gwen disse nervosa enquanto segurava a mão de Cody.

"Eu fiquei com medo de ficar lá sozinho. Você disse que voltaria logo."

"Eu..."

"Esse é seu filho?" Finn a interrompeu, completamente perturbado.

A expressão no rosto dele mudou drasticamente. Antes, ela quase podia dizer que ele estava feliz em vê-la. Agora, ela não conseguia lê-lo. Não tinha ideia do que estava passando pela cabeça dele.

Será que ele percebeu que Cody era seu filho?

Claro que o garoto tinha muitas semelhanças, mas talvez Finn não notasse isso.

"Er... Sim. Ele é. Este é Cody. Cody, este é Finn. Diga olá para ele," Gwen disse, tentando não soar tão nervosa.

"Oi, Finn. Este é o Sr. Botas." Cody mostrou ao homem seu boneco, e levou alguns segundos para Finn se recuperar do choque.

"Olá, Cody. Olá, Sr. Botas. É um prazer conhecer vocês dois," ele disse, agachando-se na frente do menino.

O coração de Gwen derreteu imediatamente; ela nunca tinha visto Finn interagir com crianças, e se derreteu ao ver seu sorriso gentil e tom amável.

"Cody, venha. Entre no carro e coloque o cinto de segurança. Mamãe vem logo atrás de você. Só um segundo," ela disse a Finn enquanto abria a porta e ligava o carro.

Finn estava analisando os dois como uma máquina de raio-x.

O que ele estava pensando?

"Eu nunca pensei que você já seria mãe," ele comentou depois que ela ajudou Cody a entrar no assento de bebê.

"É... A vida nunca vai como planejamos, né?" ela riu, tentando quebrar o gelo.

"Você é casada?" Finn perguntou.

Ele não pôde evitar. Desde que o garoto apareceu na frente dele, estava mais do que claro para Finn que a vida de Gwen não tinha sido entediante e desagradável como a dele. Muito menos solitária.

Enquanto ele passava anos trabalhando para superá-la e ganhar mais dinheiro, Gwen estava vivendo sua vida ao máximo e com um lindo garotinho.

Ele olhou para a mão dela assim que viu o garoto, mas não havia sinal de um anel.

Então talvez, só talvez, ela não fosse casada.

Isso tornaria um pouco mais fácil suportar o fato de que Gwen seguiu em frente com sua vida, enquanto ele não.

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