Prólogo
Sinopse:
Kemy
Dragões Dourados: os mais fortes entre todos os enormes répteis que ousaram conquistar os céus. Tínhamos um império, agora só temos uns aos outros.
Houve um tempo em que éramos milhares, mas agora somos apenas sete.
Nossa população foi dizimada em uma guerra traiçoeira. Os Dragões Vermelhos nos atraíram e atacaram enquanto dormíamos, matando todos os nossos idosos e jovens. Esta foi a primeira batalha, uma que não pudemos lutar, pois aconteceu sob o véu escuro da noite e os esquemas sorrateiros de mentiras.
Vimos nosso povo morrer, e alguns de nós—como minha irmã Mallory e eu—perdemos mais do que nossas famílias e amigos, perdemos nossa liberdade.
Minha irmã e eu fomos separadas e levadas para laboratórios, tornando-nos prisioneiras de nossos inimigos.
Teríamos morrido lá se o Grande Espírito do Dragão Dourado, o fogo dourado original que nos criou e reuniu as almas e canções de todos os Dragões Dourados, não tivesse encontrado seu caminho para a Terra.
O Espírito fez sua morada na alma de uma jovem bruxa.
O destino trouxe a bruxa, trouxe Alma para o clã dourado, os poucos Dragões Dourados que lutavam para sobreviver e manter o legado de nossa raça vivo. Ela conheceu nosso Rei Egan e compartilhou com ele uma noite de amor que nunca encontrou o amanhecer. O fogo do amor deles nunca se apagaria, mas sim traria um milagre e uma maldição.
Alma estava grávida da última esperança do clã dos Dragões Dourados, do herdeiro do último dragão.
Mas, em vez da criança em seu ventre, Alma acabou sendo nosso milagre, ela deu esperança ao nosso clã e nos ajudou a lutar e a curar.
Eu não a conhecia, não sabia de nada disso, embora pudesse sentir algo quente em minha alma, enquanto a luz da esperança estendia suas asas.
Meu dragão Ember podia alcançá-la e pedir ajuda.
Ainda estávamos nas garras do inimigo, perdidos em um sonho eterno.
Prólogo
Kemy
Eu estava em um campo de margaridas, o mesmo lugar onde sempre estive desde que me lembro, desde que minha vida se tornou um sonho sem fim.
Estar sozinha com meu dragão Ember esperando por muitas eternidades parecia ser meu destino, tentando encontrar palavras no silêncio da minha mente.
Ou pelo menos era assim nos dias em que eu não o via. Sua presença me trazia algum conforto, fazia-me sentir menos perdida dentro de mim mesma, fazia-me sentir mais real. Sonhei por tanto tempo que comecei a me sentir como um sonho também.
Um sorriso se formou em meus lábios, enquanto meu olhar encontrava a silhueta do lobo aparecendo no horizonte distante, apenas uma sombra delineada pela luz do sol. Mas toda vez parecia que ele estava um pouco mais perto, talvez um dia ele pudesse me alcançar. Talvez se eu pudesse tocá-lo, tocar a realidade, eu acordaria.
Claro, eu não estava apenas esperando, plantada aqui como uma árvore. Tentei correr em sua direção, mas não adiantou nada. Era o mesmo que tentar alcançar o sol ou as estrelas. Meus passos me levavam para mais longe, em vez de mais perto dele. Acho que o segredo era deixá-lo se aproximar.
Por alguma razão desconhecida, eu sabia que tudo ao meu redor era uma extensão de mim mesma, uma ilusão da minha mente. Exceto ele, ele estava de alguma forma conectado a mim, mas era algo diferente, alguém diferente.
Às vezes me perguntava se ele também estava sonhando comigo e era por isso que podíamos nos encontrar.
Murmurei no silêncio, "Venha perto, me tire dos meus sonhos ou me deixe sonhar com você."