Capítulo Oito: Preciso de um médico
Depois do que pareceu dias, eu saio da cama e volto para a sala de estar, o céu noturno começando a tomar conta, me dizendo que Griffin realmente esteve fora o dia todo. Caminhando em direção à porta da frente e pegando a maçaneta, descubro que minhas suspeitas de que Griffin havia trancado a porta ao sair estavam corretas.
Por que ele sairia o dia inteiro sem me dizer para onde estava indo e me trancaria aqui?! É sorte que eu não precisei usar o banheiro! Se lembra que ele é do lado de fora! Antes que eu tivesse tempo de pensar mais sobre esses sentimentos, um objeto caindo do lado de fora e uma sombra escura de uma pessoa se movendo atrás da cortina causam uma onda forte de medo a percorrer todo o meu corpo.
Eu me movo para trás, respirando rápido e com as mãos tremendo enquanto olho ao redor freneticamente, caso mais sombras de pessoas apareçam. Eu estava prestes a me convencer de que devia ser um animal derrubando algo quando uma voz fala.
"Eu pensei que o Jared ia nos mandar fazer uma tarefa mais difícil depois de ontem, mas só ficar do lado de fora de uma cabana e garantir que uma garota lá dentro não escape ou se machuque, isso é fácil." A voz ri do lado de fora da janela, mas ao ouvir isso e absorver o que foi dito, só me faz entrar em pânico ainda mais.
O que esse homem quer dizer com foi ordenado por outro cara para garantir que eu não escape?! Isso não estava parecendo uma prisão, mas agora que me disseram que não posso sair, está começando a se parecer com uma. Depois de andar de um lado para o outro por mais alguns minutos, as paredes começam a parecer que estão se fechando e a necessidade avassaladora de sair deste lugar se torna tão evidente que eu não podia mais ignorar.
Eu não sabia quem estava do lado de fora ou até onde iriam para garantir que eu permanecesse nesta prisão, o que só fez meus pensamentos rapidamente produzirem um plano de ação. Escaneando meus arredores na esperança de encontrar algum tipo de arma para me defender, meus olhos caem sobre uma faca de cozinha e um abajur. As portas e janelas estavam muito bem trancadas, o que significava que, se eu quisesse sair da cabana, quebrar uma janela seria minha única saída, onde o abajur seria útil. Caso um daqueles homens tentasse me machucar quando eu escapasse, segurar uma faca poderia informá-los que eu não estava brincando e que sairia, gostassem eles ou não.
Depois de reunir tudo o que eu precisava, a faca sendo colocada na bota para não me cortar enquanto pulava pela janela e me abaixando para desligar o abajur da tomada, senti minha adrenalina bombando e estava pronta para sair.
Dou passos lentos em direção à janela dos fundos da casa; era o caminho onde o carro estava estacionado, o que significava que havia estradas onde alguém poderia me ver e ajudar. Depois de ouvir os passos deles, vejo as sombras se moverem para a janela da frente, o que me diz que é a hora.
Com toda a minha força, jogo o abajur o mais forte que posso na janela, onde o barulho alto e ensurdecedor do vidro se estilhaçando em um milhão de pedaços enche a área. Por causa disso, eu sabia que tinha apenas alguns segundos antes que os dois homens corressem para ver o que estava acontecendo.
A janela estava quebrada, mas não era uma abertura grande o suficiente para eu passar, mas naquele momento tudo o que eu conseguia pensar era em sair dali viva, então fiz a coisa mais idiota que poderia ter feito, me joguei pela janela já meio quebrada e caí no chão da floresta do lado de fora da casa.
"Ei!" Ouço um homem gritar do lado da casa, viro minha cabeça rapidamente para ver dois homens parados ali, um pouco chocados ao me ver deitada no chão, mas eu sabia que não podia ficar ali para sempre.
Então, sem dizer uma palavra, me levanto e começo a correr o mais rápido que posso em direção à estrada onde o carro estava e para longe dos dois homens.
"Não! Volte, não vamos te machucar!" Ouço um deles gritar para mim, mas eu não ia cair em nenhum dos jogos deles, poderiam estar dizendo isso, mas assim que eu parasse, eles me machucariam.
Com isso em mente, continuo correndo na direção onde pensei que o carro estava, mas para meu horror, descubro que ele não estava mais lá. Isso significa que Griffin deve ter saído com aqueles dois homens no carro, será que ele não vai voltar?! Eu sabia que não podia deixar esse pensamento aterrorizante marinar na minha mente no momento, considerando que dois homens desconhecidos estavam me perseguindo.
Virando a cabeça para ver onde eles estavam, confirmei que ainda estavam atrás de mim e pareciam estar se aproximando a cada segundo que passava. Foi então que algo profundo dentro de mim despertou, algo que senti que tinha dentro de mim a vida toda, mas que ainda não tinha visto. Em questão de segundos, uma sensação de energia intensa e poder começa a pulsar pelas minhas veias, me deixando com a sensação de ser imparável.
Então, agora com minha nova energia, corro pela estrada de volta por onde eu e Griffin tínhamos vindo na semana anterior. Pode ter sido coisa da minha cabeça, mas parecia que as árvores eram um borrão enquanto eu corria, a única coisa na minha mente era chegar a uma estrada principal e sair da floresta aterrorizante onde fui deixada.
Minutos se passam e logo chego à estrada principal de antes, placas indicando lugares que eu nunca tinha ouvido falar, o que não me esclarecia onde eu estava, por que fui levada e como eu ia voltar para casa. Fiquei ao lado da estrada olhando ao redor, a sensação de poder logo desapareceu e me fez sentir mais exausta do que nunca. Coloco a mão no meu lado devido à falta de ar, mas dói, olhando preocupada para o meu lado para ver o que poderia estar causando a dor, é quando vejo um grande pedaço de vidro saindo do meu lado, colocado lá quando eu pulei descuidadamente pela janela para escapar.
Devido a essa reviravolta, começo a entrar em pânico ainda mais, sabendo que um pedaço de vidro saindo do seu lado não é uma coisa boa e provavelmente precisa ser examinado. À medida que o céu ficava mais escuro e frio, eu pondero se voltar para a cabana seria a melhor ação agora que o vidro estava saindo do meu lado.
Mas quando os sons de um carro se aproximando enchem o ar, silenciosamente espero que seja Griffin voltando de onde quer que ele estivesse, onde ele me diria que tudo vai ficar bem e me ajudaria com a situação do vidro. Mas quando o carro para na minha frente, percebo que era um modelo completamente diferente e logo percebo que não era Griffin. Mas o homem que abriu a porta e saiu me surpreendeu e me acalmou ao mesmo tempo.
"Rose, o que você está fazendo aqui fora?" O homem da cafeteria e que eu acho que é o irmão de Griffin pergunta, sua voz me acalmando enquanto ele corre até mim com preocupação no rosto.
"Havia dois homens me perseguindo, a janela da cabana não estava totalmente quebrada, então eu tive que pular. Griffin se foi e levou o carro." Começo a falar rapidamente, despejando todas as informações de uma vez, mas não na ordem certa e fazendo pouco sentido, ele parece ainda mais preocupado enquanto eu alcanço e seguro seus braços para me manter estável.
Mas quando minhas mãos foram colocadas em seus braços, faíscas mágicas de eletricidade subiram por meus braços da maneira mais magnética. Mas agora que eu estava nos braços desse homem, parecia que meu corpo estava adormecendo.
"Eu... eu preciso de um médico." Consigo dizer enquanto meus olhos começam a se fechar, mas movo meu rosto para baixo para olhar o pedaço de vidro que ainda estava pendurado no meu lado. "Eles têm o G-Griffin." É a última frase que consigo dizer antes de desmaiar e cair nos braços do homem misterioso.