




♥ Capítulo 7 ♥
Enzo D'Angelo.
09:25. "Residência Moretti." Quarto dos gêmeos. Itália.
Acordo com o som suave da porta do quarto se fechando, o que me faz soltar um resmungo preguiçoso. Sento na cama, ainda um pouco zonzo de sono, e olho ao redor. O quarto está vazio.
"Devem ter saído sem me acordar," murmuro, mais para mim mesmo do que para qualquer outra pessoa. Me espreguiço lentamente, sentindo meus músculos tensos se alongarem. Então, um espirro inesperado me atinge, trazendo um xingamento de frustração. "Ah, merda! Se eu pegar um resfriado por causa disso, vou matar aqueles desgraçados!"
Saio da cama, sentindo minha irritação matinal crescer. Minha paciência nunca foi grande coisa, e acordar sozinho em um quarto vazio e frio só piora meu humor. Começo a arrumar a cama automaticamente, sem realmente prestar atenção no que estou fazendo, e depois vou para o banheiro.
Quando olho no espelho, não gosto do que vejo. Minha pele está pálida, meus olhos carregam olheiras escuras de uma noite mal dormida, e meu cabelo está uma bagunça.
"Parece que eu sou um zumbi," murmuro, balançando a cabeça em desgosto. Pego minha escova de dentes e começo a escovar, tentando me livrar da sensação de cansaço que parece permear cada parte do meu corpo.
Termino de escovar os dentes e vou até o armário escolher o que vestir depois do banho. Opto por uma calça preta rasgada nos joelhos, uma camiseta branca simples e uma cueca preta. As roupas caem bem no meu corpo, mas ainda sinto uma inquietação persistente no peito. Volto ao banheiro para tirar a toalha e vestir as roupas que escolhi para o dia.
Desço as escadas, celular na mão, distraído pelas banalidades que vejo no X (antigo Twitter). Nada parece prender minha atenção, tudo parece sem sentido, mas continuo rolando em busca de algo que me distraia da minha crescente irritação.
Quando chego à sala, olho ao redor e vejo os gêmeos conversando com seus amigos na sala de estar. Ignoro-os e procuro sinais da minha família, mas não consigo encontrá-los.
"Onde estão meus pais?" pergunto, interrompendo a conversa dos gêmeos. Minha voz soa mais áspera do que eu pretendia, mas não me importo.
Assim que me veem, ambos exibem sorrisos largos e sincronizados, como sempre fazem. O que só serve para me irritar ainda mais.
"Bom dia, Enzo," dizem em uníssono, com aquele tom sempre alegre que me enlouquece. "Dormiu bem?" perguntam, se aproximando de mim.
Não me dou ao trabalho de responder à pergunta educada e vou direto ao ponto.
"Só quero saber onde estão meus pais," digo, ignorando seus sorrisos e os amigos ao redor.
Luan, ainda sorrindo, responde:
"Estão conversando com nosso pai e nossa mãe no escritório."
Reviro os olhos, sentindo o sarcasmo na ponta da língua, mas me contenho.
"Você tem algum problema na boca? Por que fica sorrindo o tempo todo?" digo, incapaz de conter minha irritação. O que é tão engraçado?
Lucas, com um sorriso ainda maior, se inclina até nossos rostos ficarem perigosamente próximos. Eu o encaro com uma mistura de desconfiança e desafio.
"É impossível não sorrir ao ver você, Enzo," ele diz, e eu posso sentir o calor de sua respiração contra minha pele. Franzo a testa, ainda mais confuso e irritado.
"Você é bonito demais," Luan acrescenta, como se isso fosse a coisa mais óbvia do mundo.
"Vocês dois são idiotas," digo, me afastando deles com passos firmes. "E mantenham distância de mim," acrescento, lançando-lhes um olhar de aviso. "Onde fica o escritório? Quero falar com minha mãe."
"Mãe?" Fred, o cara de ontem, pergunta, rindo de forma zombeteira. "O que eu vi aqui ontem foi uma mulher sem classe. Você viu o jeito que ela olhou?" Ele começa a rir, acompanhado por seus amigos, com desdém evidente em cada palavra.
"Fred, mostre um pouco de respeito," Luan diz, com uma seriedade que eu nunca tinha visto nele antes.
"É só engraçado, Luan," Fred continua, ignorando o aviso. "Uma mulher de origem humilde, casada com dois homens ainda por cima." Ele se aproxima de mim, inclinando-se com um sorriso cínico. "Tenho certeza de que o lugar dela no inferno está garantido."
Algo dentro de mim se quebra, e antes que eu possa pensar, meu punho se fecha e acerta seu nariz com força, o som de ossos quebrando ecoando na sala.
"Desgraçado," murmura Fred, mal conseguindo respirar. Sem hesitar, dou um chute em suas costelas, fazendo-o ofegar de dor, e depois o derrubo no chão com outro chute.
A raiva que sinto é tão intensa que apaga todo pensamento racional. A única coisa que quero agora é matá-lo, e não vou parar até conseguir. Piso com força em sua garganta, vendo-o cuspir sangue. Quando estou prestes a aplicar ainda mais pressão, sinto meus braços me puxando para trás.