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Capítulo 10

Alexia

Por volta da meia-noite, enquanto eu dormia, o som de resmungos me acordou. Primeiro, abri meus olhos sonolentos e encarei Estevan, que estava suando e virando o rosto enquanto gritava palavras de morte.

Levantei-me rapidamente e toquei seu rosto preocupado, sua pele parecia estar queimando de calor.

"Estevan, acorde!" pedi, e Estevan lentamente abriu os olhos e depois os fechou novamente.

"Vão me pegar, não deixe que me matem!"

"Do que você está falando?" perguntei e o sacudi levemente, Estevan revirou os olhos e percebi que ele não conseguia mantê-los abertos.

Ele estava ardendo em febre, então o sacudi um pouco mais.

"Estevan, me escute, você precisa ficar acordado!" pedi na esperança de que ele me ouvisse, Estevan estava delirando, o que não era um bom sinal.

"Vou cortar todas as cabeças deles!" Estevan disse e eu me levantei rapidamente, olhei ao redor e percebi que não conhecia nada naquele quarto.

Abri a porta para encontrar um guarda no corredor.

"Chame um médico, agora!" gritei e ele assentiu e saiu.

Fechei a porta novamente e fui ao banheiro, liguei a torneira e olhei ao redor, não havia pano, então rasguei um pedaço do meu suéter e o molhei, torci o pano e, depois de dobrá-lo, coloquei na testa de Estevan para resfriá-lo.

"Eles a mataram" a voz de Estevan mudou dramaticamente, ele estava chorando? Fui em direção a ele enquanto ele gritava o nome "Esmeralda" e dei um tapa em seu rosto, era doloroso vê-lo tão mal.

"Estevan, me escute, sou eu!" disse preocupada e limpei seu rosto "Quem é Esmeralda?"

Minha pergunta não foi respondida, em vez disso, Estevan começou a tremer mais e eu tentei imobilizar seus braços, ele parecia assustado, exasperado enquanto gritava palavras de morte, raiva, desespero.

Coloquei meus braços ao redor dele e quase fui jogada longe. A porta se abriu e o homem, aparentemente na casa dos cinquenta, entrou no quarto e correu até Estevan.

"Afaste-se, princesa," ele ordenou, e eu soltei Estevan. Ele segurou Estevan firmemente, mas ele estava tremendo, e com a ajuda do guarda no corredor, o médico conseguiu abrir seus olhos.

"Isso não é bom."

"O quê?" perguntei, já nervosa, e puxei o hobby sobre meu corpo como se quisesse me encolher do pior, esperando que não fosse o que eu estava pensando.

"Ele estava assim antes?" o médico perguntou.

"Não, ele estava bem."

"Vire-o de bruços," o médico pediu ao guarda.

"Ele foi..." não precisei terminar, sabia pelo olhar no rosto do médico que Estevan havia sido envenenado.

"Ele precisa vomitar ou não vai sobreviver." O médico enfiou o dedo na garganta de Estevan, mas nada aconteceu.

Meus olhos se encheram de lágrimas ao ver isso, o médico enfiou o dedo de volta na garganta dele e nada aconteceu.

"Prepare uma mistura de água e sal ou ovo cru, vamos fazê-lo vomitar!" o médico disse firmemente, colocando o dedo de volta na boca de Estevan e desta vez ele o mordeu.

O médico gritou e se levantou, sacudindo a mão; as marcas da mordida estavam cravadas em sua pele. Eu quase o joguei contra a parede e me abaixei sobre Estevan, coloquei minha palma fechada contra seu peito e comecei a fazer uma forte massagem torácica, que eu havia aprendido para um momento como este, onde poderia ser necessário salvar a vida da Princesa Charlotte. Eu sabia mil e uma maneiras de desengasgar uma pessoa ou fazê-la vomitar.

Justo quando pensei que Estevan ia vomitar, ele parecia se recuperar. Embora meu braço estivesse queimando, empurrei ainda mais forte, desesperada para salvá-lo. Vendo que ele já estava ficando pálido, empurrei com mais força, só parando quando ele vomitou no chão à minha frente, causando um alívio que inundou meu corpo.

"O que você ainda está fazendo aqui?" o médico perguntou ao guarda, "Prepare um banho frio, precisamos baixar a febre do príncipe."

O guarda saiu apressado do quarto e o médico se abaixou.

"Não sei como você aprendeu a fazer isso, mas podemos resolver em alguns minutos."

"Alguns minutos?" arregalei os olhos, ficando nervosa novamente - Então ele ainda está em risco.

"O Príncipe de Olimper está delirando de febre, seu coração está acelerado, seu rosto está quase sem cor e seu corpo está tremendo. Se a febre subir mais um grau, ele pode morrer."

"Vamos levá-lo ao banheiro," disse, levantando-me rapidamente e o médico me olhou surpreso por um momento enquanto eu puxava Estevan pelo braço, ele colocou o braço de Estevan sobre seu ombro e me ajudou a carregá-lo até o banheiro. Coloquei-o sobre a banheira e tirei sua camisa, de repente o banheiro se encheu de guardas, trouxeram sacos e sacos de gelo.

Peguei o gelo e apliquei em seu rosto. Estevan abriu os olhos e me olhou por um momento, sua respiração ofegante, seu rosto branco como papel.

"Aguente firme, meu amor," pedi em voz baixa, observando-o tremer, tão vulnerável.

Tudo ao redor virou um ruído, todo meu foco estava nele, mas então senti alguém me puxando "Tirem a princesa daqui" era a voz de Acácio ordenando a um dos guardas, tentei inutilmente ficar no quarto e senti as lágrimas quentes no meu rosto enquanto era levada para fora.

"Controle-se!" disse a rainha duramente "Sei que você está nervosa, mas não mais do que eu!"

"Então por que você não está lá?" perguntei diretamente, a rainha parecia fria, ela parecia surpresa com minhas palavras, eu esperava o pior, mas não veio.

"Escute-me, Charlotte, somos mulheres e não temos muitos direitos."

"Você não pode entrar no quarto?" perguntei espantada e ela assentiu.

"Como ele está?" ela perguntou, sua expressão suavizando enquanto parecia implorar com os olhos.

De todas as palavras que eu poderia ter dito, escolhi a menos pior.

"Ele vai ficar bem!"

A rainha balançou a cabeça e o som de um rugido alto ecoou pelo castelo, olhei para cima e a rainha soltou meus braços.

"Ele está aqui."

"Ele? O dragão de Estevan?"

"Isso mesmo." A rainha olhou pelo corredor e saiu apressada, abrindo uma das portas e caminhando em direção à janela. Parei ao lado dela e vi um dragão tão grande quanto o que eu tinha encontrado no pátio, mas sua pele era esverdeada.

Ele tinha dentes e garras afiadas, dois ossos pontiagudos pareciam sair das dobras de suas asas, por um segundo eu poderia jurar que ele nos viu e temi pela proporção de seu tamanho, mas ele não estava prestando atenção em nós, parecia estar olhando ao redor do castelo como se estivesse procurando algo.

Ele estava procurando por Estevan.

"Ele sentiu..." disse extasiada, "Eu não sabia que a conexão dos dragões podia ser tão grande."

"Apenas alguns," disse a rainha, parecendo não se importar muito com o assunto.

O dragão pousou onde estava mais próximo do quarto, como se sentisse Estevan ou até mesmo seu cheiro, soltou um rugido novamente, como se estivesse com dor, mas eu só vi um dragão.

"Ele parece agitado, se Estevan morrer..." olhei para a rainha que parecia ficar sombria.

"Não sei, Estevan é o único que pode acalmá-lo."

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