




Capítulo 03 Ariele
Ainda naquele momento, vendo aquele homem que tinha uma aura perigosa ao seu redor e parecia estar procurando por alguém.
"Olá, senhorita, qual é o seu nome?" ele disse com uma voz profunda e rouca, me levando a responder.
"Meu nome é Ariele," respondi com a voz trêmula.
Ele me olhou de cima a baixo, como se estivesse me avaliando. Eu me senti exposta sob seu olhar penetrante.
"Ariele... é um nome bonito," ele disse com um sorriso malicioso. "Você é uma freira, certo?"
"Sim... bem, vou fazer meus votos em alguns meses," respondi rapidamente, tentando soar corajosa. "Posso ajudá-lo em algo?"
Ele se aproximou de mim e falou em um sussurro baixo e ameaçador:
"Quero fazer um acordo com você, Ariele. Tenho uma sobrinha muito solitária, você seria uma ótima companhia."
Afastei-me um pouco, sentindo meu coração disparar. Eu não sabia do que ele estava falando e não queria me envolver com o mundo dele.
"Não sei do que o senhor está falando. Sou apenas uma freira dedicada à minha fé," disse, tentando soar firme.
Ele riu suavemente e me olhou com desdém.
"Não me subestime. Sinto algo especial em você, algo que me atrai. E eu sempre consigo o que quero."
Engoli em seco, sentindo-me mais assustada do que nunca. Eu não sabia o que ele queria de mim, mas sabia que não podia ceder aos seus jogos perigosos.
"Não estou interessada em fazer negócios com o senhor," disse, tentando manter a calma. "Por favor, vá embora."
Ele sorriu novamente, mas desta vez seu sorriso era mais sombrio e sinistro.
"Vou embora agora, Ariele. Mas lembre-se, eu sempre volto quando quero algo. E eu quero você, minha querida freira."
Ele se afastou, me deixando sozinha e tremendo de medo. Eu sabia que aquele homem era perigoso e que deveria ter cuidado com ele.
Acabei correndo para o meu quarto, meu coração batendo tão rápido que parecia que ia sair pela boca. Eu me sentia atraída por aquele homem que acabara de encontrar no corredor, mas ao mesmo tempo, tinha medo dele. Eu não entendia que tipo de energia ele tinha que me deixava abalada com apenas um pouco de sua presença. Será que todos os homens são assim?
Eu nunca tinha saído do convento, então não sabia muito sobre o mundo exterior. Mas agora, sentia que havia muito mais a aprender e descobrir. Corri o mais rápido que pude, tentando escapar da sensação estranha que estava tomando conta de mim.
Chegando ao meu quarto, fechei a porta e me encostei nela, tentando controlar a respiração. Fiquei ali por um tempo, pensando no que acabara de acontecer. Eu não conseguia entender o que tinha acontecido, por que me sentia assim em relação àquele homem.
Eu me sentia tão bem em fazer meus votos para me tornar uma freira. Sempre soube que essa era minha vocação, desde criança. Nunca senti atração por homens, apenas pela vida religiosa.
Mas agora, aquele homem misterioso mexeu com meus hormônios de uma maneira que eu nunca tinha experimentado antes. Não conseguia parar de pensar nele a noite toda. Sentia meu coração acelerar e minhas mãos suarem só de lembrar do rosto dele e de suas palavras.
Não posso deixar isso acontecer. Meus votos são sagrados, e eu os fiz com convicção. Mas a tentação é forte, e sinto que estou lutando contra mim mesma.
Então, no meio da noite, houve um barulho alto. Fui imediatamente até a janela e vi que uma tempestade se aproximava. Talvez a tempestade fosse um sinal de que eu precisava deixar meus pensamentos e desejos para trás e seguir em frente com minha vocação divina.
Ajoelhei-me em oração, pedindo força para resistir às tentações mundanas. E com o tempo, consegui encontrar paz na minha alma. A tempestade passou, e eu soube que tinha feito a escolha certa.
Acordei com o sol entrando pela janela do meu quarto no orfanato. Levantei-me rapidamente e fiz minhas orações matinais, agradecendo a Deus por mais um dia de vida e pedindo Sua bênção para enfrentar os desafios que estavam por vir.
Após as orações, fui para a cozinha ajudar as outras meninas que também viviam no orfanato a preparar o café da manhã. Enquanto cortávamos legumes e frutas para a salada de frutas, conversávamos animadamente sobre nossos sonhos e planos para o futuro, alguns dos quais não envolviam o mesmo caminho que eu havia escolhido.
Eu estava a caminho da escola do orfanato, onde ajudava as crianças todos os dias. Era um trabalho que eu amava, e me sentia grata por poder fazer algo para melhorar suas vidas. No entanto, meu caminho foi interrompido quando a Madre me chamou, pedindo que a acompanhasse até o escritório.
Eu estava apreensiva, pois a Madre sempre me chamava quando algo estava errado. Não conseguia imaginar o que poderia ser, mas sabia que não era algo bom. Mesmo assim, segui a Madre até o escritório, tentando manter a calma e controlar minha ansiedade.
Quando chegamos lá, a Madre pediu que eu me sentasse e então começou a falar.
"Ariele," disse a Madre, "tenho algumas notícias para te dar."
Olhei para ela, esperando o pior.
"Você partirá para a Casa do Sr. Greco amanhã de manhã," continuou a Madre.
Fiquei chocada com a notícia. Eu sabia que minha vocação era ser freira, mas não estava preparada para deixar tudo para trás tão cedo, em prol de ajudar os outros.
"Mas Madre, não posso ter mais tempo? Ainda há tanto a fazer aqui. Tenho tarefas a completar e preciso me despedir dos meus alunos."
A Madre me olhou com um olhar severo.
"Ariele, sua vocação exige sacrifícios. Você deve estar pronta para deixar tudo para trás e seguir a vontade de Deus. É hora de ir para a Casa do Sr. Greco e começar sua jornada como freira lá. Você retornará aqui para cumprir seus votos no momento certo."
Eu sabia que a Madre estava certa, mas não pude evitar sentir uma pontada de tristeza e medo. Eu sabia que essa era minha missão, mas ainda não estava preparada para deixar tudo para trás.
"Sim, Madre," respondi finalmente. "Irei para a Casa do Sr. Greco amanhã de manhã. Seguirei a vontade de Deus."
A Madre sorriu para mim, satisfeita.
"Você está fazendo a escolha certa, Ariele. Deus irá guiá-la e protegê-la em sua jornada."
Eu sabia que ela estava certa. Precisava confiar em Deus e acreditar que tudo daria certo.
Hoje, ele enviou um carro luxuoso preto para me buscar no orfanato. Eu estava tão desanimada que mal conseguia conter minha ansiedade. Ao chegar lá, pude ver que a mansão de Greco era realmente impressionante. Era um edifício magnífico, cercado por um alto muro de pedra e homens armados em suas muralhas. Eu nunca tinha visto nada parecido antes.
Quando o carro parou na entrada, desci com minha pequena bolsa nas costas e fui recebida por uma fileira de homens sérios e intimidadores. Eles me escoltaram até a presença de Greco, que estava sentado em uma poltrona imponente, cercado por livros e artefatos valiosos. Eu mal conseguia respirar na presença daquele homem misterioso e masculino.
Era difícil não me sentir frágil e exposta naquela situação. Eu me sentia muito pequena diante de sua presença, como se ele pudesse me esmagar com apenas um olhar. Ele parecia avaliar cada detalhe do meu corpo, e eu me sentia sob intensa escrutinação.
No entanto, eu tinha que me lembrar de que essa era uma oportunidade única na vida. Respirei fundo e tentei me acalmar. Sabia que estava em uma posição vulnerável, mas também sabia que isso poderia ser uma grande oportunidade para mim. Preparei-me para ouvir o que o Sr. Greco tinha a dizer e estar pronta para o que quer que acontecesse.
Estou apavorada. Não posso negar que estou muito assustada por estar aqui, nesta casa com este homem que mal conheço. A Madre me enviou para cá, e eu confio nela, mas não sei se confio neste homem. Tento me lembrar de que a Madre nunca me colocaria em perigo, mas o olhar que ele me deu quando entrei... era malicioso, cheio de raiva, e não pude evitar sentir dúvidas.
Olho ao redor, tentando encontrar algo para me distrair, mas a casa é escura e silenciosa. Estremeço e me abraço, tentando me manter aquecida e protegida. O homem está na minha frente, seus olhos fixos em mim, olhos azuis brilhando como safiras. Tento me lembrar do que a Madre me disse: ser educada e respeitosa, mas firme. Mas é difícil ser firme quando estou tão assustada.
Me pergunto o que acontecerá comigo nesta casa. Não sei nada sobre este homem, além do fato de que ele é bonito. Mas beleza não significa nada se ele não for confiável. Tento me lembrar de que a Madre nunca me enviaria para um lugar onde eu não seria bem cuidada, mas ainda me sinto insegura.
Fecho os olhos e respiro fundo, tentando me acalmar. Não posso deixar o medo me controlar. Tenho que ser forte e corajosa. Abro os olhos e olho ao redor novamente, determinada a enfrentar o que quer que venha pela frente.