Carmesim
Paige
Acordei com sons de gritos e rugidos. Aproveitei a oportunidade para me trocar rapidamente, pegar todas as minhas coisas e pular pela janela. Ele tinha encontrado esta cidade e ia destruí-la. Provavelmente queimaria a cidade inteira só para me pegar. Ele desceu em um voo rasante e destruiu uma barraca de legumes, depois cuspiu fogo no ar como um aviso. Todos estavam correndo pelas ruas, enquanto os guardas direcionavam as pessoas para o templo no centro da cidade.
Eu tinha que pará-lo. Ele disse que eu era sua companheira, certo? Em todas as histórias de amor, eles sempre falam que nunca machucam aquele pobre azarado especial, então acenei com as mãos fazendo polichinelos como a pobre azarada especial que eu era. Não funcionou, havia pânico demais.
Então me ocorreu, e se eu usasse um feitiço de fogo? O feitiço da bola de fogo meio que explode, então eu não queria usá-lo, folheei o livro e encontrei um feitiço de chama contínua que exigia um cajado. Confere. Girei o cajado em um grande círculo, e ele foi derrubado da minha mão.
Droga, penso comigo mesma. Tateio no chão e o agarro antes que role mais longe. Tento novamente, agora ele está queimando prédios e os magos estão usando feitiços de água para tentar consertar. Todos ainda estão correndo pelas ruas, e não posso deixar de me sentir mal. Todas essas pessoas estão perdendo suas casas.
Giro o cajado com toda a força que consigo reunir em um grande círculo e grito "NAPONIA!"
A explosão quase me joga para trás, e vejo a maior chama subir ao céu e ele a vê. Ele me nota. Vejo o enorme dragão carmesim voar em minha direção. Com um estrondo gigante e uma enorme rajada de vento, ele está ali na rua, na minha frente, com a cabeça erguida. Ele tinha pontas douradas nos chifres, que eu não tinha notado até agora olhando para ele. Ele era magnífico, como um dragão de conto de fadas.
O Rei era mais alto que a maioria dos prédios, esmagando parcialmente um deles sob seus pés para caber.
Ele abaixa sua enorme cabeça até mim. Fico ali, pronta para ser comida, se eu tiver que ir, que seja, foi legal estar em algum lugar além do meu dormitório. Ele respira fundo, puxando minhas vestes em sua direção, e sopra vapor quente sobre todo o meu corpo. Então ele levanta a cabeça novamente, olhando para a direita.
Ele estende suas garras, palma para cima, na minha frente. Coloco meu cajado em sua mão, sem entender o que ele queria. Ele solta um rugido, me fazendo dar passos para trás, e faz o mesmo gesto. Então meus olhos se arregalam, ele quer me pegar em suas mãos!
"Você quer que eu vá com você?" pergunto, apontando para mim mesma. Ele acena com a cabeça. Engulo em seco, não gosto muito de alturas. Ele fica ali quieto, e eu pego meu cajado, subindo.