Read with BonusRead with Bonus

Capítulo 5.

JACK ACORDOU COM um palavrão nada cavalheiresco. Ele piscou os olhos enquanto tentava ajustar sua visão, pois tudo parecia fora de foco para ele. Quanto tempo ele havia dormido? A última coisa de que se lembrava era de ter levado um golpe no ombro. Havia uma garota na floresta. Ela estava em apuros. Ele nunca viu seu rosto, apenas ouviu sua voz—uma voz que carregava uma melodia suave. Ele já a tinha ouvido antes, mas naquela vez a voz falava em desespero.

"Modere sua linguagem na minha presença, por favor." Aquela era a voz, e agora não soava tão melodiosa; soava zangada.

"Eu não quero. Está doendo pra caralho." Ele fez uma pausa por um momento e avaliou seu corpo. "Dói," ele se corrigiu.

Cautelosamente, Jack mexeu o ombro. Ele poderia jurar que estava ferido. Olhou para a mulher na sala com ele e a reconheceu—ela era a mulher dos seus sonhos.

O estômago de Jack pareceu despencar, e ele respirou fundo. Era ela. Era a garota que ele tentava desesperadamente ajudar desde que se lembrava. Ele não conseguia se lembrar de ter sonhado tão vividamente. Mas seu cabelo escuro, olhos castanhos dourados e pele macia eram tão familiares para ele quanto seu próprio rosto. Seus traços eram delicados, como algo saído de uma pintura que ele viu uma vez.

Mas quem era ela?

Ele se lembrou de uma luta na floresta. Ele havia matado os quatro bandidos que a perseguiam, e durante a luta, ele foi ferido. Não foi?

Jack se sentou e viu que estava em um quarto ricamente decorado, deitado em uma cama com dossel. Um fogo ardia na lareira de pedra, e estava escuro lá fora. Velas espalhadas pelo quarto forneciam luz adicional.

Ele também estava tão nu quanto no dia em que nasceu.

Seus olhos vasculharam o quarto em busca de uma saída viável. O quarto tinha uma janela saliente, mas na escuridão, era difícil saber em que andar da casa ele estava. Dado o fato de que estava em um quarto, ele presumiria pelo menos o segundo andar.

Ele olhou ao redor do quarto em busca de suas armas. O brilho do fogo lançava sombras nos cantos, e era difícil ver dentro deles. Quando concluiu que a garota o havia desarmado, ele reavaliou o espaço em busca de algo que pudesse usar como arma. Havia uma cadeira de balanço no canto que ele poderia quebrar, e o atiçador de fogo permanecia ao lado da lareira. Essa seria sua primeira escolha.

"Sua febre passou. Você tem estado entre o sono e a vigília por algum tempo." A garota parecia satisfeita com os resultados de sua saúde.

"Onde estou?"

"Na casa do meu patrocinador." Ela caminhou até a porta e falou suavemente com alguém do lado de fora no corredor. Então, ela não estava sozinha na casa. Quantas pessoas estavam ali? Quantas ele precisaria enfrentar se fosse necessário? "Logo você terá caldo. Você perdeu a consciência antes que eu pudesse agradecer por salvar minha vida. Qual é o seu nome?"

"Jack," ele respondeu rudemente. "Eu estava apenas no lugar certo na hora certa." Ele estava faminto e sedento agora. Qualquer tipo de comida parecia atraente.

"Jack," ela sussurrou, experimentando o nome. "É um bom nome. Tome um pouco de água."

"Eu preferiria uísque."

"Ben ficará feliz em saber disso."

"Ben é seu marido?" É com ele que ela havia falado no corredor?

"Não," ela riu, e a música disso ecoou em sua cabeça. "Ben é meu patrocinador. Eu não sou casada." Ela olhou de soslaio para ele, e a expressão em seu rosto mostrava que ela sabia algum segredo que ainda não estava inclinada a compartilhar. Isso o deixou desconfortável. Ela era a garota com quem ele sonhava, e até descobrir o motivo, ele precisava estar em alerta. Só porque ele passou a vida sonhando com ela não significava que ela estava do lado do bem.

Jack deixou a cabeça cair contra a cabeceira e olhou para ela. "Qual é o seu nome?"

"Eleanor."

Ela sorriu novamente e caminhou até a cama, sentando-se ao lado de Jack. Ele arqueou uma sobrancelha diante de sua ousadia. Moças decentes e solteiras como ela não se permitiam ficar sozinhas em um quarto com um homem estranho, possivelmente ferido ou não, muito menos um homem nu. Ela parecia prestes a dizer algo quando ouviram uma batida.

Eleanor se inclinou levemente para trás enquanto a porta do quarto se abria. Ele esperava que ela pulasse, envergonhada por ser pega tão perto de um homem estranho, mas ela permaneceu exatamente onde estava. Incerto de quem estava entrando pela porta e se podia confiar neles, Jack calculou a distância entre ele e o atiçador de fogo. Ele sentiu que poderia se mover rápido o suficiente, se necessário.

Previous ChapterNext Chapter