CAPÍTULO UM
COLOQUEM ELA NA MASMORRA!!
Ponto de vista de Odette Orson
Eu me agachei no chão frio de cimento da masmorra, abraçando minhas pernas com força, enterrando minha cabeça entre os joelhos, tremendo vigorosamente por causa do frio intenso na masmorra.
Eu estava trancada na masmorra há quatro dias sem comida ou água para me sustentar, apenas na companhia de ratos e baratas.
De repente, as barras de madeira da masmorra rangeram ao abrir. "Levante-se agora!" Um dos guardas da alcateia cuspiu enquanto me puxava para cima, "o Alfa pediu por você."
O Alfa? Oh meu Deus!!
O Alfa era na verdade a pessoa que me trancou na masmorra, tudo porque fui acusada de roubar o selo oficial da alcateia.
Fui arrastada pelo braço como uma criminosa perigosa pelos guardas da alcateia até a sala do trono do Alfa. Quando chegamos, encontramos o Alfa lá.
"Alfa Henley, trouxemos a garota," anunciou o guerreiro da alcateia, informando o Alfa de nossa presença. Ele se virou, nos encarando enquanto dava passos lentos em nossa direção.
"Você está pronta para falar?" Ele me questionou com sua voz fria e intimidadora.
Minhas pernas trêmulas não conseguiam mais suportar a tensão carregada na sala. Tudo mudou em um piscar de olhos. Um momento atrás, eu estava limpando o estábulo e a casa da alcateia, e agora estou enfrentando uma acusação diante do Alfa, Alfa Henley Osvaldo, e alguns oficiais de alta patente.
"Então, o que vamos fazer com ela?" Perguntou o filho do Alfa, Thiago Osvaldo.
"Podemos matá-la, bani-la ou colocá-la na masmorra," respondeu Alfa Henley Osvaldo.
"Por favor, me banam, por favor, me banam," eu orava silenciosamente em meu coração. Alguém poderia dizer que era tolice minha orar por banimento, mas era realmente o desejo do meu coração.
Não havia utilidade em ficar em uma alcateia onde eu era odiada, e além disso, a masmorra é um lugar horrível para ser enviada. Na masmorra, os soldados responsáveis pelos prisioneiros abusam, estupram e agridem as garotas. Tive sorte de não ser notada pelos guardas da alcateia nos meus quatro dias de permanência na masmorra, mas se eu ficar mais de quatro dias ou uma semana, então...
"Vamos colocá-la na masmorra," disse Thiago enquanto meus olhos se arregalavam de horror.
"Não, por favor," eu chorei silenciosamente.
Eu queria falar e implorar por minha inocência, mas estava com medo porque sou desprezada e minhas opiniões e pensamentos não importam. A parte mais louca de tudo isso é que eu nem sou culpada pelo crime do qual fui acusada.
O Alfa da minha alcateia nunca tinha me notado antes, mas agora estava me notando, mas não de uma maneira boa.
Gemma estava em um canto, rindo com desdém e gargalhando como uma maníaca.
"Explique o que você viu, Harlow," disse Thiago, referindo-se à vadia que eu mais desprezava na alcateia. Ela sempre teve olhos para o filho do Alfa, Thiago Osvaldo, então, porque me viu no quarto dele limpando, achou que eu tinha algo com ele. Por ciúmes, ela me incriminou por um crime que eu não cometi. Ela era uma idiota e uma vadia. Thiago era realmente bonito, mas eu nem me incomodava em ter uma queda por ele porque sabia que ele nunca me notaria.
Todos acreditavam nela e não em mim, como sempre.
Fui acusada de roubar o selo oficial da alcateia por Harlow.
"Mas onde está o selo oficial da alcateia?" perguntou Alfa Henley Osvaldo.
"Você sabe que é importante para nossa alcateia," disse o Alfa.
"Ela roubou," Harlow interrompeu.
"Silêncio!" trovejou o Alfa, e ela se calou.
"Onde está o selo oficial da alcateia?" o Alfa perguntou para mim.
Engoli em seco, nervosa, nunca o Alfa tinha falado comigo.
"Eu... eu não peguei nada, eu nem sei como o selo se parece," respondi.
"Eu odeio mentirosos, é melhor você dizer a verdade," disse o Alfa.
"Eu... eu," gaguejei, "por favor, eu não roubei o selo da alcateia. Eu nem sei como ele se parece."
Eu já não sabia mais o que dizer.
De repente, alguém entrou correndo na sala do trono.
"Alfa!" a pessoa disse.
"O que!!" trovejou o Alfa.
"O selo da alcateia foi encontrado," disse a pessoa, segurando um selo nas mãos.
"Então essa pirralha é inocente das acusações?" perguntou Alfa Henley.
"Acho que sim," respondeu Thiago.
Por um momento, ele me olhou estranhamente antes de desviar o olhar de mim.
"Pirralha, você teve sorte hoje, mas se eu receber mais alguma reclamação sobre você, não vou me importar se você é inocente das acusações," disse o Alfa enquanto se levantava para sair da sala do trono.
"Obrigada, Alfa," eu disse, inclinando-me.
Todos começaram a sair da sala do trono.
Revirei os olhos e, ao me virar para sair também, encontrei o olhar intenso de Thiago.
"Você," ele disse lentamente.
"Como é possível que você seja minha companheira?" ele perguntou estranhamente.
"O que você está falando?" perguntei, sem conseguir entender nada.
"Como a deusa da lua pôde fazer de você, pirralha, minha maldita companheira!!!" ele trovejou, desta vez com os olhos ardendo de raiva, ódio e desgosto.
"O quê?" eu disse, surpresa.
Eu agora podia sentir também, ele era meu maldito companheiro!
Uau! Então a deusa da lua decidiu me dar um companheiro. Eu era apenas uma Omega comum, destinada e amaldiçoada a nunca ter um companheiro.
Mas como isso é possível? Bem, na verdade era inútil porque ele é o filho do Alfa e também o próximo na linha de sucessão ao trono, e eu sei que ele pode não me aceitar. Mas, verdadeiramente, eu temia ser rejeitada por ele.
"Merda, merda!!" ele xingou enquanto saía da sala do trono, me deixando para trás.
Eu estava tão perdida em pensamentos, não podia acreditar nisso, eu realmente tenho um companheiro!
Então saí silenciosamente da sala do trono com apenas um pensamento, e se ele me rejeitar?