




Capítulo cinco
"Você terminou?" Kelly perguntou pelo telefone.
Amelia assentiu tentando recuperar o fôlego. "Sim. Acabei de enviar."
"Então, venha imediatamente."
"O quê?" Amelia exclamou, parecendo frustrada.
"Preciso que você faça algo para mim agora mesmo, então vá para o nosso ponto de encontro em dois minutos. Agora." Kelly ordenou, desligando a chamada.
Acelerando o passo, Amelia decidiu correr. Se fosse andando, não chegaria lá em dois minutos, e ela não queria problemas com Kelly, especialmente porque Kelly a estava pressionando.
Ela sentiu uma brisa enquanto corria pelo corredor e imediatamente segurou o capuz no lugar, mas então esbarrou em algo, soltando um grito e caindo de bunda no chão.
Ela olhou para cima e viu um cara alto e bonito. Ele a encarava como se quisesse cortá-la com os olhos.
Ela desviou o olhar e se levantou lentamente do chão, sentindo-se nervosa como de costume.
"Eu... eu sinto muito." Ela se desculpou, com o rosto abaixado.
Finn pegou sua mão esquerda ao ver sangue nela, mas Amelia puxou a mão de volta. "Está tudo bem. Não é nada."
"Mas não está. Isso precisa ser cuidado." Sua voz profunda meio que a fez arrepiar.
Amelia olhou para ele hesitante, e depois para o chão. "É só um arranhão. Eu preciso ir."
Quando estava prestes a passar, Finn segurou sua mão, parando-a. Eles se viraram e ficaram frente a frente. Amelia estava confusa, se perguntando o que o homem queria dela.
"Eu insisto. Fui eu quem te fez cair." Finn pressionou.
Amelia balançou a cabeça. "Mas fui eu que não estava olhando. A culpa é minha, e eu sinto muito, mas eu preciso ir."
"Você tem aula agora?"
Amelia balançou a cabeça. "Eu só..."
"Então vamos cuidar disso. Vamos." Ele pegou sua outra mão querendo levá-la com ele, mas Amelia empurrou sua mão com a outra, deixando-o confuso.
"Eu... eu sinto muito, mas eu tenho que ir." E então ela saiu correndo.
Finn ficou intrigado com ela, e pelo fato de ter sido rejeitado... por uma garota. Ele riu, um sorriso no rosto.
"O que foi isso? Outra garota que você quer destruir?"
Finn desviou o olhar de Amelia e olhou para a garota que falou. "E o que isso te interessa?"
"Parece que você está cansado de garotas fortes e bonitas, e agora está indo atrás das frágeis."
"Você sabe quem ela é?" Finn perguntou à garota.
A garota bufou com uma expressão de desdém. "Mesmo que soubesse, não te diria."
Finn inclinou a cabeça para a garota, e como ela falou de forma rude, mas por algum motivo ele não se sentiu afetado.
"Eu te conheço?" Ele decidiu perguntar, já que ela falava como se se conhecessem.
A garota franziu a testa, levantou a mão na tentativa de dar um tapa no rosto de Finn com raiva, mas Finn viu isso vindo e segurou sua mão com força. "O que você estava prestes a fazer?"
A respiração da garota começou a ficar trêmula com o aperto forte.
"Como você ousa?" Finn disse com raiva.
O aperto estava ficando mais forte, fazendo a garota começar a ficar assustada. "Eu... eu deveria estar te perguntando isso. Depois de todo o nosso tempo juntos, você nem me reconhece?"
Finn arqueou uma sobrancelha, seu rosto se contorceu. "Tempo juntos, é?" Ele riu sombriamente. "Você deveria se considerar sortuda." Ele jogou a mão dela para longe, causando um estalo e uma careta de dor na garota.
Ela olhou para Finn, seu rosto contorcido, sua mão segurando o lado do corpo. "Você é um demônio, Finn."
"Sr. Wilde." Ele corrigiu. "E além disso, se eu tive algo a ver com você, então foi você quem se jogou em mim."
A garota engoliu em seco, a dor e o arrependimento evidentes em sua expressão. Ele era mortalmente bonito, e doía saber que ela estava entre aquelas que tiveram o coração partido por ele. Ela pensou que seria diferente. Toda garota pensava que seria diferente, mas aos olhos dele, ninguém é especial.
Finn se afastou dela, sua mente novamente envolvida em pensamentos sobre a garota estranha que conheceu. Seu rosto nem era visível, e ela era tão pequena, tão frágil e... machucada.
Ele nem percebeu quando começou a andar. Só de pensar no fato de ter visto sangue na pequena mão dela o angustiava.
Mas como ela pode ser a pessoa certa para ele? Por que ele não consegue se controlar de continuar andando para vê-la e saber quem ela é? Ele se sentia enfeitiçado por ela. Ele se sentia controlado, e era um sentimento que nunca teve. Responsabilidade.
Kelly deu um pequeno tapa no rosto de Amelia, empurrando-o com força para o lado. "Era isso que eu queria? Eu pedi queijo na minha pizza?"
Amelia abaixou a cabeça. "Eu estava... eu estava confusa, e esqueci."
Kelly bateu na cabeça dela, fazendo-a balançar para trás. "Você é tão estúpida. Por quê? Você precisa de uma lista do que precisa comprar para não esquecer? Você é uma criança?"
Amelia ficou em silêncio.
"Bem, você vai pedir outra. Parece que você sempre tem dinheiro para gastar, não importa o que queremos que você compre para nós. Você é rica?"
Amelia balançou a cabeça, decidindo mentir. "Não sou."
"Não é? Mas você gasta muito em um dia."
"É porque eu não tenho escolha. Vocês me cobram demais, e um dia..." Ela olhou para Kelly. "Um dia eu posso ficar sem nada."
Kelly riu. "É melhor que não, porque você é nosso cartão de crédito."
Jennifer deu um empurrão no ombro de Kelly, ganhando uma carranca dela. "Não vê que estou ocupada?"
"Olha aquele cara." Ela informou, seus olhos derretendo ao vê-lo.
Kelly se virou e olhou. Seus olhos se arregalaram imediatamente ao ver o cara que ela estava procurando. Ela se levantou em admiração, ele era glorioso.
"Vocês notaram que ele está vindo na nossa direção?" Fiona perguntou, levantando-se.
Kelly assentiu, já hipnotizada pelo homem. "Aposto que ele está vindo me ver. Ele não consegue tirar os olhos de mim."
Finn chegou, seus olhos na garota estranha. Ela apenas estava sentada ali, com o rosto voltado para o chão, e o que ele viu foi suficiente para saber que ela estava sendo intimidada.
Ele olhou para a garota que o encarava e se ajustava. "Oi."
Kelly ficou boquiaberta. "O..oi."
Finn assentiu. "Qual é o nome dela?" Ele foi direto ao ponto, apontando para Amelia.
Embora confusa, ela olhou para Amelia e como ela estava, e de volta para o cara. "Alguém com quem você não deveria se preocupar."
"Qual é o nome dela?" Finn repetiu, olhando para as outras garotas.
"A..Amelia. Amelia West." Fiona respondeu.
Finn ficou em silêncio como se estivesse tentando absorver o nome. "Mia."
Amelia olhou para ele surpresa com a escolha de abreviar seu nome. Ninguém jamais a chamou de Mia, exceto Lia, ou até mesmo Mel. O único lugar onde alguém a chamava de Mia era em seu mundo dos sonhos. Um sonho que nunca era claro, mas a voz... a voz soava como essa.
Finn percebeu que o nome chamou a atenção dela, e então ele sorriu para ela. "Você gosta?"
"Eu... eu te conheço." Amelia reconheceu.
Kelly e suas cúmplices estavam confusas. Elas não conseguiam decifrar o que estava acontecendo.
"Pegue minha mão." Finn estendeu a mão.
Amelia olhou para ela confusa. "Por quê?"
Finn olhou para Kelly e as outras garotas. "Eu vi o que elas estavam fazendo com você, eu posso te ajudar."
Amelia não estava entendendo a oferta, ou por que ele estava oferecendo. Por que ele se importava?
"Uh, hum, Sr.... Eu não sei seu nome, garoto bonito..." Kelly pausou deslizando a mão no casaco preto dele, fazendo-o olhar para ela. "Você entendeu tudo errado. Somos todos amigos aqui, mas ela fez algo errado."
Finn olhou para Mia. "Eu sei que ela está mentindo, Mia. Venha comigo, eu não mordo."
Amelia engoliu em seco e imediatamente abaixou os olhos, se perguntando o que estava acontecendo. O cara parecia misterioso e era estúpido pensar que ela simplesmente iria com ele. Seria como pular da frigideira para o fogo. Ela não pode arriscar isso.
"Viu? Ela não quer ir." Kelly disse a ele. "Eu estou certa."
Finn estava ficando bastante irritado com a rejeição dela. Não era mais desconcertante. Ele estava começando a odiar isso, mas isso o fazia ficar mais interessado.
"Garoto bonito..." Kelly disse de forma provocante.
Finn olhou para ela com as sobrancelhas franzidas. "Eu pareço um garoto?"
Kelly piscou, vendo que ele definitivamente era um homem. Algo que a fez pensar em como era possível alguém como ele ainda estar na escola. Ele é tão bonito e masculino o suficiente para saber que não pertence à escola, mas então ele está no último ano, então faz sentido. "Meu erro, homem bonito."
Finn olhou de volta para Amelia, que apenas sentava como se não fosse deste mundo, e depois de volta para Kelly. "Cuidado com quem você toca ou maltrata, ou isso pode voltar para te morder mais tarde."
Então ele se afastou, deixando uma expressão de confusão no rosto de Kelly.
"O que foi isso?" Jennifer perguntou.
Kelly olhou para Amelia. "Você o conhece?"
Amelia balançou a cabeça em negação. "Não conheço."
"Parece que ele quer se aproximar dela." Fiona afirmou o óbvio.
"Isso não deveria acontecer, mas talvez deva." Kelly disse, um sorriso se formando em seus lábios.
"O que você está insinuando?" Jennifer perguntou.
"Você vai se aproximar dele para mim, Amelia."
Amelia olhou para Kelly, chocada com as palavras. "Não." Ela disse categoricamente. "Eu fiz tudo o que vocês queriam, mas isso eu não vou fazer."
Kelly riu. "Uau. Olha só você se defendendo." Ela começou a exibir seu telefone. "Você esqueceu?"
Mas antes que ela percebesse, alguém atrás delas arrancou o telefone de sua mão e caminhou para a frente delas.
Irritada, Kelly ficou boquiaberta ao ver que era o presidente. Richard Hart. "Não é à toa. Vocês têm algo contra ela."
Kelly piscou. "Uh, hum, por favor, você pode... pode me devolver meu telefone?"
Richard balançou a cabeça e olhou para Amelia, que estava olhando para ele confusa e para Kelly. "O que você tem contra ela, eu vou descobrir." Ele olhou de volta para Amelia. "É melhor você vir comigo."
Amelia queria chorar naquele momento, já se sentindo como um peão em um jogo de xadrez. Ela não podia acreditar que estava prestes a passar de Kelly para alguém que ela não conhecia.
"Vamos, levante-se."
Amelia se levantou lentamente, entregou todas as suas coisas para Kelly e seguiu Richard enquanto ele caminhava.
"O que diabos acabou de acontecer?" Fiona perguntou.
"Acabamos de perder a Amelia?" Jennifer perguntou.
Kelly olhou para elas. "Acabamos de perder."