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Capítulo quatro

Finn brincava com sua caneta na mesa, completamente absorto em pensamentos. Ele estava com raiva, mas ninguém entendia. Seus funcionários andavam pisando em ovos desde que ele chegou ao trabalho, ou na verdade, desde que começaram a trabalhar para ele. Eles tinham medo dele, de sua atitude, do fato de que ele nunca sorria e de que estava sempre zangado.

É como se não houvesse nada de bom em sua vida, e isso é algo que eles não entendem. Eles nem o conhecem tão bem, mas não ousam fazer perguntas.

"S..s...senhor."

"O quê?!" Ele respondeu irritado, sem olhar para ela.

Sua secretária engoliu em seco, tremendo de medo. "Uh, sua porcentagem da empresa de alimentos Romero e da Young Empire foi enviada, senhor."

Finn parou de girar a caneta e a largou com um som alto ao bater na mesa. "Só eles?" Ele perguntou antes de olhar para sua secretária, seus olhos azuis apagados.

Sua secretária piscou e abaixou a cabeça. "Sim, senhor. Já enviei um memorando por e-mail para as outras empresas sob seu comando. Tenho certeza de que responderão em breve."

Finn bufou, uma expressão de desgosto estampada no rosto. "Eu não sabia que precisavam de um lembrete. Parece que estão esquecendo que trabalham para mim."

Sua secretária soltou um pequeno suspiro. "Senhor, também preciso informá-lo que a Powell Construtora está em queda. As ações estão despencando."

"E por quê? Desde quando?" Finn perguntou, sem acompanhar.

"Acabei de ser informada, senhor, mas parece que o problema começou há duas semanas." Sua secretária se defendeu para não ser culpada.

"Duas semanas, ah? Qual é o motivo?"

"Começou pessoal, senhor. Aparentemente, ele estava tendo um caso escondido que sua esposa acabou descobrindo. Isso causou um tumulto, e de alguma forma seus problemas se tornaram virais, fazendo suas ações despencarem. Ele achou que poderia lidar com isso, mas sua empresa começou a falir lentamente, seus acionistas falando pelas costas sobre como ele é incapaz de liderar..." Ela olhou para ele e viu que ele estava apenas ouvindo atentamente. "Ele precisa de ajuda, senhor."

"Eu tenho mais de dez empresas sob meu comando, e você está dizendo que apenas duas enviaram minhas porcentagens?" Ele perguntou com uma carranca. "E você está me dando uma desculpa idiota sobre por que uma delas não pode?"

Sua secretária abaixou os olhos, seu coração começou a bater forte. Ela simplesmente não conseguia acreditar por que se sentia assim em relação a um cara que ainda é estudante universitário. Um cara de quem ela tinha certeza que era mais velha. Ele é tão condescendente.

"Secretária, é melhor resolver isso antes da próxima semana, ou então? Não posso deixar meus subordinados pensando que não posso fazer nada. Vou arruinar a vida deles." Ele ameaçou sombriamente.

Sua secretária piscou. "O q...o que fazer sobre a Powell..."

"Deixe ele cair, e certifique-se de que ele pague o que me deve."

Sua secretária olhou para ele com os olhos arregalados. "Mas senhor,.."

"Por quê? Você quer que eu tolere o que ele fez? Eu o ajudei a fazer sua empresa ser o que é hoje, e ele ficou com a cabeça nas nuvens. Uma esposa, um filho e uma filha não foram suficientes para ele, ah? Ele precisa cair, e certifique-se de que ele me pague."

Sua secretária assentiu sem escolha. "Sim, senhor."

"Saia."

Ela imediatamente assentiu como uma galinha cacarejando e saiu do escritório.

Richard entrou vendo o olhar assustado no rosto da secretária antes de entrar. "Você quer dar ataques cardíacos aos seus funcionários, ah?"

Finn ficou calado, não estava de bom humor.

Richard suspirou e sentou-se em um dos sofás. "Eu entendo o que está acontecendo, Finn. Sei o quanto você está zangado, mas quem sabe, no próximo ano será diferente."

Finn olhou para ele. "É o que você sempre diz."

"Então, por causa disso, você não vai comparecer de novo? Já faz semanas, e estão fazendo perguntas."

Finn assentiu. "Sim. Estou cansado de tentar completar isso. É uma perda de tempo, e já tentei o suficiente. Apenas diga ao Julian para fazer o trabalho dele."

Richard suspirou desapontado. "Parece que você está desistindo, mas tenha paciência, Finn. Você pode ter perdido, nunca se sabe."

Finn balançou a cabeça. "Isso é impossível. Ela deveria se destacar. Chamar a atenção. Não havia ninguém lá que correspondesse à descrição dela. Você viu por si mesmo, certo?"

Richard assentiu. "Sim. Eu percorri todas as faculdades e departamentos, mas não vi ninguém como ela."

"E você está dizendo que eu devo ter perdido ela."

"Você vai ter que pelo menos comparecer amanhã, ou até o final da semana. Vai levar mais do que o Julian antes de tirar completamente suas mãos disso."

Finn engoliu em seco, seu pomo de adão subiu e desceu. "Tanto faz."

Richard assentiu. "Então, o que está acontecendo agora?"

"Meus subordinados estão tentando ser espertos comigo, mas não vou deixar isso acontecer. Vou ter que fazer com que saibam que estão brincando com fogo."

"Oh, sim, sobre isso, fui chamado pelo Romero. Ele me deu uma informação."

"O que é?" Finn perguntou.

"Nove das empresas, excluindo a Powell Construtora, tiveram uma reunião sobre o que fazer contra você."

"Contra mim?"

Richard assentiu. "Robert Banks organizou. Eles estavam reclamando e se cansando do fato de que um garoto jovem como você está no comando deles. Aparentemente, eles estão tendo dificuldade em entender como isso aconteceu."

Finn suspirou. "Esses velhos." Ele riu. "Não é de se admirar."

"Eu posso entender, no entanto. Eles estão confusos."

Finn balançou a cabeça. "Não deveriam estar. Eu vou cuidar disso."

Richard deu de ombros. "Então, faça como quiser."


Já se passaram três semanas, e mais um dia desde que começaram as aulas. Bethany e Spencer não podiam deixar de notar que a única coisa que Amelia fazia era correr de um lado para o outro, fazer isso e aquilo.

Eles queriam saber ou investigar, mas Spencer achou melhor cuidar da própria vida. O que eles sabem sobre ela, afinal?"

"Eu não acho que devemos considerá-la uma amiga mais." Bethany sugeriu enquanto estavam sentadas na sala de aula.

Spencer olhou para ela. "Por quê?"

"É óbvio que ela não nos considera assim. Ela está sempre saindo com a Kelly Roland, ou você não percebeu?" Beth perguntou.

Spencer suspirou e olhou para trás, vendo que Amelia havia chegado e estava apenas parada. Ela parecia estar respirando como alguém que acabou de fazer a tarefa mais difícil, embora Spencer não pudesse realmente dizer por causa do capuz.

Há algo nela que Spencer não consegue identificar. Tão misteriosa.

Amelia olhou para Spencer sentada na fileira do meio do auditório, que de repente lhe deu um sorriso, usando a mão para chamá-la para onde estavam sentadas. Seus olhos então pousaram em Kelly na fileira da esquerda, igualmente chamando-a para se sentar com elas.

Ela suspirou sem saber o que fazer. Na verdade, ela sabia o que fazer, mas se sentia conflituosa sabendo que suas amigas genuínas poderiam começar a se perguntar o que estava acontecendo com ela e decidir esquecer que ela existia.

Isso é algo que ela não quer, mas infelizmente ela ficou sem escolha.

Ela deu a Spencer um olhar de desculpas e caminhou em direção a onde Kelly estava.

Spencer ficou confusa, mas o sorriso de Kelly quando olhou para ela fez Spencer perceber que algo estava errado.

"Viu? Não é como se precisássemos dela de qualquer maneira. Estávamos tentando ajudar a vida dela."

Spencer olhou para Beth. "E eu não acho que conseguimos."

Beth franziu a testa. "O que você quer dizer?"

Spencer abaixou o olhar em pensamento. "Ainda não sei, mas vou descobrir."

Beth apenas assentiu e voltou a olhar para o quadro.

"Você fez as tarefas, certo?" Kelly perguntou.

Amelia assentiu. "Sim. A noite toda." Ela abriu sua mochila e tirou as folhas.

Kelly e suas amigas sorriram satisfeitas. "Bom. Quando todos terminarem de me entregar, você vai e entrega depois desta aula, entendeu?"

Amelia assentiu obedientemente. "Sim."



Finn parou de andar, parecendo um pouco confuso onde estava no corredor. Ele olhou para a esquerda apenas para ver garotas lhe dando olhares estranhos, ele olhou para a direita, a mesma coisa.

"O que foi?" Richard notou seu desconforto.

Finn olhou para ele, seu rosto mascarado de confusão. "Eu... simplesmente não sei."

Richard assentiu. "Bem, vamos então."

Finn suspirou e olhou para frente apenas para ver uma garota estranha correndo em direção a onde estavam com papéis nas mãos. A sensação que ele estava tendo estava se tornando avassaladora à medida que ela se aproximava. Era uma sensação que confirmava algo dentro dele.

Ele soltou um suspiro trêmulo enquanto ela passava por ele e se virou para olhar para suas costas se afastando, e involuntariamente, ele murmurou. "Ela."

Richard ficou confuso, ele olhou para a garota correndo e de volta para Finn, cujo olhar estava fixo na garota. "Ela? O que isso significa?"

A garota virou em outro corredor, fazendo Finn piscar e ficar perplexo. Ele estava atordoado pela sensação que sentiu de repente por aquela garota, mas não deveria ser assim. Ela não corresponde à descrição.

"Finn." Richard chamou, querendo trazê-lo de volta à realidade.

Finn olhou para ele. "Algo não está certo. Eu senti algo com aquela garota que acabou de passar."

"E o que você sentiu? Você estava feliz ou com raiva?"

"Eu... eu me senti aliviado. Como se um peso tivesse saído de mim. Foi como se naquele momento eu sentisse que não havia nenhuma raiva em mim."

Richard franziu a testa. "Aquela garota fez você se sentir assim?"

Finn assentiu. "Sim."

"E você está pensando que é ela?" Richard perguntou.

"Eu nunca me senti assim, Richard. Vou descobrir por quê." Ele declarou.

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