




Capítulo 3: Custódia compartilhada
"Como isso é possível?" Maryanne questiona em voz baixa. Suas mãos tremem enquanto ela encara a mulher do outro lado do tribunal. Seu cabelo escuro está preso para trás, enquanto uma carranca contorce suas feições.
"Eu nem sabia que o Greg tinha uma irmã." Ela diz isso um pouco mais alto para Max, que está sentado ao lado dela, com seu advogado.
"Eles não se davam bem. Caroline se meteu em muitos problemas no passado por causa do vício em drogas. Ela foi acusada de agressão agravada. Se não me engano, ela passou por reabilitação." Max fala suavemente enquanto o juiz entra.
A sala inteira se levanta, esperando o juiz chegar à sua cadeira.
"E se realmente derem a Riley para ela?" Maryanne morde o lábio, sua mente a mil. Será que ela verá Riley novamente? Como Caroline vai criá-la?
"Não se preocupe, isso não vai acontecer." Max segura sua mão trêmula e a aperta.
Ela olha para o olhar esmeralda dele, seu coração balançando. Por que ele tem que ser tão gentil?
O juiz pigarreia, "Eu revisei os documentos e depoimentos que me foram entregues. Decidi que Caroline Ryder não é uma guardiã adequada para Riley. A guarda foi negada."
Caroline solta algo que soa quase como um rosnado e grita, "Isso não é justo. Eu tenho todo o direito sobre essa criança. Ela é minha carne e sangue!"
Dois oficiais a seguram enquanto seu olhar pousa em Maryanne.
"Eu não vou deixar você levá-la!"
Maryanne se inclina contra Max sem perceber, o medo prendendo em sua garganta. Ela engole em seco e aperta a mão dele com mais força.
Enquanto Caroline é arrastada para fora do tribunal, o juiz se volta para eles.
"Estou ciente de que ambos solicitaram a guarda de Riley separadamente. Infelizmente, devido ao seu horário de trabalho, Max, e à sua situação financeira, Maryanne, não posso entregar a criança exclusivamente a nenhum de vocês. Posso estabelecer uma parceria conjunta através do sistema de acolhimento, onde ambos cuidarão da criança juntos e, em um ano, podemos revisitar o tema da adoção."
Espera. A mente de Maryanne fica turva e ela se afasta de Max. "Então teremos que cuidar dela juntos?"
O juiz acena com a cabeça, "Sim, essa é a única opção que vejo que beneficia Riley. Com apenas um de vocês como guardião, ela ficará sem suas necessidades básicas."
Max se inclina para frente, franzindo a testa, mas permanece em silêncio. Sua advogada clica a caneta.
"O que você acha?" ela pergunta ao seu cliente.
Ele dá de ombros, observando Maryanne pelo canto do olho. "Parece uma opção viável, e será apenas por um ano, certo?"
"Sim," ela acena.
"Certo."
"Você não pode estar falando sério," Maryanne sussurra para ele. "Você realmente quer compartilhar a guarda por um ano inteiro?"
"Por que não?" ele sorri suavemente para ela.
Maryanne permanece em silêncio por um momento, encarando Max. Ele está falando sério? Depois de tudo pelo que passaram, ele estaria bem com isso?
Se ele está disposto a aguentá-la por um ano, como isso a faz parecer, se ela não estiver?
"Ok, tudo bem," ela suspira.
"Então está decidido," o juiz fala. "Por um ano, a partir de amanhã, vocês dois cuidarão da criança, Riley Ryder, sob o mesmo teto."
Maryanne permanece em silêncio, sua mente processando o que foi dito. Ela só percebe quando o juiz já deixou o tribunal.
"O quê," ela solta. "Sob o mesmo teto?"
"Sim," a advogada de Max, cujo nome Maryanne não consegue lembrar, explica. "Essa é a única condição. Riley precisa da estabilidade de viver em uma casa e não ficar trocando entre duas casas diferentes, especialmente após essa tragédia."
Max se levanta, fazendo com que Maryanne o acompanhe.
"Como vamos lidar com isso," ela se pergunta, a ansiedade vibrando por todo o seu corpo. "Você mora na cidade. É uma hora de carro."
Max suspira, arqueando a sobrancelha antes de cruzar os braços. "Eu não vou morar naquele seu apartamento pequeno."
O rosto de Maryanne esquenta, mas ela continua a encará-lo. "Então onde você espera que a gente more?"
"Eu vou resolver isso," ele afirma, virando as costas para ela e iniciando uma conversa com sua advogada.
Maryanne fica sozinha, de pé. Ela cruza o braço direito sobre o esquerdo, segurando o bíceps, observando a sala em silêncio. Todos estão ocupados com seu trabalho e o próximo caso. Maryanne fica ali, desconfortável, finalmente pousando o olhar nas costas de Max. Ela realmente vai ficar presa na mesma casa que ele? Como ela vai sair do seu contrato de aluguel?
Suspirando, Maryanne se afasta do CEO.
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Maryanne está em frente à sua estante de livros em seu pequeno quarto. Os livros estão transbordando, mas empilhados ordenadamente, vários colocados em sua mesa, já que suas prateleiras não têm mais espaço. Ela suspira, esticando-se, seu estômago aparecendo enquanto sua camisa sobe.
"Devo começar a empacotar agora," ela murmura. "Será que Max vai planejar alguma coisa?"
Ela coça o pescoço e se senta na cama. Maryanne não se sente confortável em deixar todas as decisões nas mãos dele e esperar que tudo se resolva sem sua participação.
Quando seu telefone vibra no bolso, Maryanne se mexe para tirá-lo do bolso da calça de moletom. O nome de Max aparece na tela.
"Sim," ela responde, com um nó na garganta. Por que seu coração acelera toda vez que fala com ele? Ele partiu seu coração; ela deveria odiá-lo.
"Eu resolvi nossas acomodações. Vou te mandar o endereço por mensagem. Traga Riley amanhã e eu te darei um tour." A voz de Max é ainda mais profunda pelo telefone, fazendo Maryanne engolir suas emoções.
"Ah, tudo bem."
"Ok, até amanhã."
Antes que ela possa responder, Max desliga. Com o coração apertado, ela suspira e abre suas mensagens ao receber outro texto.
"Espere um minuto," ela diz suavemente, copiando o endereço e colocando-o no aplicativo de mapas.
Ao dar zoom no local, Maryanne percebe exatamente onde fica a casa.
"Essa é a área rica de Edenville. Onde muitos fazendeiros moram," ela diz em voz alta. "O que exatamente Max fez?"