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Capítulo 1

Melissa

Minha cabeça parecia que ia explodir e meu coração, arrancado.

Nada me preparou para isso; nem mesmo as doses de vodka que tomei na noite passada. Engoli em seco e olhei de novo; desta vez apertando os olhos para ter certeza de que estava vendo direito.

"Pare," disse rapidamente ao motorista. Meus olhos estavam fixos no Toyota Corolla preto que não só parecia o carro do meu namorado, mas também tinha as placas dele.

Bati a porta do carro, encontrando algumas notas na minha bolsa. O motorista murmurou um agradecimento antes de acelerar.

Eu queria fazer uma pequena oração esperando que não fosse, mas parei e apenas olhei ao redor.

Corri pela calçada, desviando de turistas e carros que vinham na minha direção. Verifiquei a rua novamente e corri para a entrada do prédio. Prendi algumas mechas de cabelo atrás da orelha e, enquanto estava ali me perguntando o que Ian poderia estar fazendo ali, vi as figuras.

As mãos de Ian encontraram o caminho para a cintura de Helena e eles caminharam até a entrada do motel com nada além de sorrisos. Levantei a sobrancelha porque não era possível.

Segui, certificando-me de manter distância para poder observar. Meu coração disparou ao pensar na possibilidade de minha melhor amiga estar tendo um caso com meu namorado e minha respiração acelerou.

Eu tinha que fazer isso. Voltar atrás não era uma opção.

Lágrimas encheram meus olhos, mas eu as pisquei de volta e encontrei meu caminho até a recepção. A loira levou um momento para terminar sua ligação e colocou o telefone antes de se virar para mim.

"Bom dia, senhora, bem-vinda ao—"

"Oi," respondi apressadamente. "Você pode, uh—pode me dar os detalhes do quarto das pessoas que acabaram de passar por aqui?"

Inclinei a cabeça e engoli em seco antes de olhar de volta para ela. Não notei nada além de seus grandes olhos azuis que pareciam um pouco surpresos com meu pedido.

"Desculpe, eles estão esperando por você?"

Parei. Claro que não.

"Não, mas eu realmente preciso saber se eles estão hospedados aqui e se eles estão—"

"Desculpe, senhora, mas não posso divulgar nenhuma informação. É contra a política do hotel."

"Aquele é meu namorado e—" parei antes de ter a chance de dizer melhor amiga. Quem vai a um hotel com o namorado da melhor amiga??

Meus lábios ficaram tão secos que tive que umedecê-los antes de exalar audivelmente. Queria protestar, mas ela não parecia que ia mudar de ideia.

Dei um aceno de derrota e me virei para sair, mas sua voz inaudível me parou. "Espere."

Olhei para ela e seus lábios se curvaram para o canto. "Não posso divulgar muito, mas esta não é a primeira vez deles aqui." Ela balançou a cabeça. "Sinto muito."

Meu telefone vibrou bem nas minhas mãos e eu olhei para a tela.

Helena: Amiga, esse projeto está me matando. Não consigo entender nada, então estou apenas sentada na biblioteca. O que você está fazendo? Que horas termina seu turno?

Que diabos?

Eu nem sabia como reagir, mas primeiro olhei para a recepcionista, que agora me olhava com simpatia e preocupada que eu não me afogasse ou caísse de uma sacada.

Virei-me e, mesmo que não conseguisse ver claramente, continuei andando. Lutei para manter um ritmo normal porque parecia que meu coração ia saltar do peito.

Estava escuro, mas a rua ainda estava movimentada com todos em seus próprios mundos. Tentei agarrar meu mundo; trabalhando em dois turnos enquanto tentava conseguir um diploma universitário, cuidando de uma avó com demência e descobrindo que meu namorado e minha melhor amiga estão transando.

Empurrei a porta do meu apartamento e subi rapidamente as escadas sem olhar para trás. Evitei o máximo de vizinhos que pude e, no momento em que fechei a porta, me encostei nela.

Deixei as lágrimas escorrerem pelo meu rosto e xinguei por deixar ele me afetar; por deixar eles me fazerem sentir assim.

Tirei a camisa de uma vez e fui para o banheiro. Não havia muito o que fazer para me sentir melhor, mas um banho de água fria poderia pelo menos reduzir a dor. Passei a próxima hora sentada na banheira, deixando a água chegar ao meu pescoço.

Não sei exatamente o que senti, mas havia dor, raiva e decepção percorrendo minha espinha. Sei que Ian é jovem—um cara de segunda geração com uma personalidade marcante, mas eu o amava e esse amor estava me matando.

Deitei na cama e fechei os olhos. Eu precisava sentir qualquer coisa que não fosse meu coração apertando. Pensei em maneiras de mudar a emoção. Pensei na mensagem—ela realmente me considerava uma idiota?

Me movi para esmagar meu telefone, mas houve uma batida.

Uma batida que me fez ofegar...

Tentei recuperar o fôlego, mas Ian entrou. Ele era simplesmente a coisa mais linda de todas, com uma altura perfeita e olhos verdes que podiam penetrar na minha alma.

Ele abriu a porta e nossos olhos se encontraram.

"Oi, amor," ele disse e se aproximou. Meu coração parou de bater e comecei a pensar—será possível que ele estava tentando compensar por não ter estado presente no meu aniversário ontem?

Parei.

"Você está bem?" ele perguntou, levantando a sobrancelha, e eu consegui dar um aceno.

Ele se sentou ao meu lado e exalou. Seu perfume encheu o ar e eu não conseguia pensar no que estava acontecendo.

"Acho que preciso fazer xixi." Ele passou pela porta e ela se fechou atrás dele. Fico aliviada em saber que posso estar errada sobre tudo isso.

Houve um zumbido e olhei para o telefone no sofá. Inclinei-me para olhar a barra de notificações.

Helena: Dê uma olhada no que você causou...

A curiosidade tomou conta de mim e cliquei na mensagem.

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