




Capítulo Três
Então as crianças foram de salão em salão, procurando pelo homem mais bonito do lugar.
"Tio." A aniversariante puxou a calça de Alfred e perguntou: "A Mara disse que você é o pai dela, é verdade?"
Alfred saiu de seu devaneio e abriu a boca, mas nenhuma palavra saiu.
"Ele é meu pai." A pequena Mara respondeu à pergunta. "Ele tem braços fortes e cheira tão bem. Mamãe disse que só meu pai tem essas qualidades."
A sala se encheu de sussurros e todos começaram a fazer especulações.
Era de conhecimento comum no círculo que o presidente do Conglomerado G.I. não se aproximava de nenhuma mulher nem permitia que uma se aproximasse dele.
Então, como uma garotinha apareceu do nada e ainda o chamou de pai? A criança parecia séria e também mencionou algo sobre a mãe dela. Será que o presidente se casou e até teve um filho? Isso ia causar um grande alvoroço no círculo social.
Muitos corações iam ser partidos e os repórteres iam ganhar milhões. Mesmo agora, algumas pessoas já tinham tirado seus celulares, gravando o momento.
A ansiedade do assistente não tinha limites. O que a criança afirmou não era pouca coisa. E se as palavras se espalhassem, isso poderia afetar a reputação da empresa do seu chefe.
"Menina má! Menina má! Saia daí agora mesmo." Ele enfiou a mão no bolso e tirou um lenço para enxugar o suor. "Aqui não é playground para crianças, onde estão seus pais?"
A pequena Mara se encolheu nos braços de Alfred e enterrou o rosto no pescoço dele.
Enquanto as outras crianças se encolheram com a voz alta do assistente.
E os garçons vieram para levar as crianças para fora. Mas a pequena Mara segurou firme no pescoço de Alfred. Ela não queria soltar.
"Deixem elas em paz." A voz de Alfred finalmente soou na sala. Havia um tom de raiva em sua voz.
Combinado com o fato de que a noite não estava saindo como ele desejava, seu assistente estava piorando as coisas.
Embora Alfred pudesse atribuir tudo e todos em sua vida ao tédio, ele na verdade tinha um ponto fraco por crianças.
E essa criança aqui provavelmente estava encantada. Ele não podia culpá-la. Recebia o mesmo tratamento tanto de crianças quanto de adultos. Só que ele não tolerava adultos.
"Hehehe." O assistente coçou a cabeça. Vendo a expressão do seu chefe, ele imediatamente mudou seu comportamento. "Garotinha," ele disse suavemente. "Você poderia descer do colo desse tio? Não queremos que as roupas dele fiquem todas sujas, não é?"
Devagar, a pequena Mara levantou a cabeça e fez beicinho. "Ele não é tio," ela respondeu inocentemente. "Ele é meu pai."
"Entendo que você está perdida e procurando seus pais." O assistente riu. "Que tal isso? Se você descer dele, eu vou te ajudar a encontrar onde está seu pai."
"Não." A garotinha balançou a cabeça teimosamente. "Ele é meu pai. Se eu soltar, ele vai se esconder de novo."
"Ele não é seu pai." O assistente fez sua voz alta o suficiente para todos na sala ouvirem, incluindo aqueles que estavam secretamente gravando a cena. "Você é apenas uma criança, os adultos sabem o que é melhor."
"Mas... Mas ele é meu pai." A garotinha insistiu.
"Receio que você tenha confundido a pessoa." O assistente não recuou.
E enquanto os dois discutiam, Alfred não conseguia tirar os olhos da garotinha. Ele olhou dela para sua sobrinha, que estava com as outras crianças. Seus olhos não o enganaram à distância. A semelhança era notável.
E a pequena Mara, vendo que o homem grande insistia em levá-la embora de seu pai depois de finalmente encontrá-lo, segurou a roupa de Alfred com seu pequeno punho enquanto seus lábios trêmulos se comprimiam.
"Papai." Ela soluçou. "Ele quer me intimidar. Não deixe ele me levar. Eu não vou ser má... Mamãe disse que eu sou uma boa menina."
E essa foi a cena que Vanessa encontrou quando entrou no salão.
Depois de procurar por muito tempo, indo de salão em salão e tendo que descrever como sua filha parecia e o que ela estava vestindo repetidamente, alguém finalmente a direcionou para este salão, dizendo que tinha visto algumas crianças indo para lá.
Vanessa observou a cena com medo. Seu olhar pousou em sua filha, que estava segurando firmemente o homem no sofá.
Seu coração afundou e ela não precisava que lhe dissessem o que estava acontecendo.
"Mamãe!" A garotinha olhou para ela e exclamou. "Veja, eu encontrei o papai."
"Ah!" Vanessa prendeu a respiração.
Todos os olhos se voltaram para ela e ela desejou que o chão se abrisse.
As pessoas olharam para a mulher que acabara de entrar na sala. Elas olharam entre Alfred e a mulher que acabara de aparecer na porta.
Elas estavam quase convencidas de que a garotinha estava dizendo a verdade, no entanto, a mulher que ela afirmava ser sua mãe não parecia ser do tipo de mulher com quem o presidente do Conglomerado G.I. se associaria. Ela usava uma camisa simples com jeans desbotados.
Além de seu rosto bonito, que estava coberto por um boné, ela parecia uma cidadã comum, totalmente inadequada para esta ocasião.
E as pessoas começaram a ter dúvidas. Isso não era uma armação, era?
Os pensamentos do assistente também se alinharam com os dos outros. A princípio, ele pensou que os pais da criança deviam estar entre os convidados. Mas ao ver essa mulher, ele mudou seu comportamento novamente, desconsiderando o aviso de seu chefe de antes. Até os funcionários do hotel eram mais apresentáveis aos seus olhos.
"Isso é um absurdo!" Ele gritou. "Mulher! Pegue sua filha agora mesmo e pare de fazer cena."
Vanessa não perdeu mais um segundo. Ignorando os olhares dos espectadores, ela atendeu às palavras do homem com cara de raiva e correu em direção ao sofá.
Mas ao chegar lá, ela tropeçou em um cupcake no chão e caiu de cara em uma superfície dura.
A multidão ofegou e o tempo parecia ter parado.