




Capítulo dois
"Eu não poderia concordar mais com sua afirmação." O outro homem estalou os dedos. "Ter uma colaboração com uma indústria como o conglomerado G.I será benéfico para ambas as partes."
Embora parecesse que os dois homens estavam tendo uma conversa casual, na verdade, eles esperavam que nenhuma de suas palavras e elogios passasse despercebida por Alfred. Como não podiam se aproximar dele, usaram essa estratégia para cair nas suas boas graças e também para expor seus pedidos.
A mesma coisa estava acontecendo com as outras pessoas na sala.
Todos haviam encontrado um ou dois parceiros, engajando-se em pequenas conversas sobre suas conquistas e como unir forças com o conglomerado G.I aumentaria seus lucros em pouco tempo.
Os ouvidos de Alfred estavam sangrando com todo aquele barulho. E a cada minuto que passava, sua impaciência crescia.
Depois de uma noite inteira voando de outra cidade para cá, apenas algo tão importante quanto a festa de aniversário de sua sobrinha favorita poderia fazê-lo concordar em deixar o conforto de seu escritório.
A visão das mulheres vestindo quase nada o enojava, e aqueles olhares gananciosos e hipócritas faziam seu sangue ferver.
"S–Senhor, por favor, tenha um pouco de paciência." Apenas o assistente de Alfred estava ciente da tempestade iminente na sala.
O homem barrigudo estava atrás de Alfred, tremendo e enxugando o suor.
"A–A festa começará em dez minutos." Ele olhou para o relógio de pulso e deu uma risada nervosa. "Aposto que a aniversariante ainda está se preparando."
"Insolente." Alfred resmungou baixinho.
Seu assistente engoliu em seco e riu nervosamente de novo. E ele esperava que a multidão pelo menos tornasse suas verdadeiras intenções menos óbvias.
Por um lado, ele havia sido o responsável por insinuar a eles sobre a presença de seu chefe nesta festa. Eles o subornaram e ele deu ao chefe o horário errado para que chegassem mais cedo. Conhecendo bem seu chefe, o assistente estava confiante de que ele partiria no momento em que a festa terminasse. Então, ele abriu essa oportunidade para que eles causassem uma boa impressão, só que eles estavam exagerando.
Se seu chefe descobrisse tudo isso, o assistente temia que estaria frito.
Uma comoção veio das grandes portas, chamando a atenção das pessoas.
Todos se viraram naquela direção, procurando a fonte das risadas e conversas das crianças.
Em pouco tempo, mais de vinte crianças entraram no salão.
Um silêncio caiu sobre a sala. Os adultos ficaram surpresos ao ver esse número de crianças de uma vez. As crianças também pareciam estar procurando por algo ou, para ser mais preciso, pareciam estar procurando por alguém.
As crianças examinavam cada adulto que encontravam. Elas caminhavam em fila única, e liderando-as estava a própria aniversariante. Seu rosto estava estampado em todos os cartazes que decoravam o hotel.
Ela estava de mãos dadas com uma criança mais nova que segurava um grande cupcake na mão.
"É este aqui?" A aniversariante parou e apontou para um homem alto.
"Não." A outra menina balançou a cabeça e lambeu o fondant do cupcake em sua mão.
"E esse tio aqui?" Perguntou a aniversariante.
A pequena Mara balançou a cabeça. "Não é bonito o suficiente," ela respondeu.
E a busca continuou. Os adultos só podiam observar as crianças com curiosidade. E momentos depois, perderam o interesse no que as crianças estavam procurando.
Aparentemente, a menina com o cupcake estava procurando alguém, e as outras crianças foram gentis o suficiente para ajudar.
Bem, os adultos não podiam se envolver nos assuntos das crianças. Eles tinham coisas mais importantes a fazer. Portanto, continuaram com suas conversas.
De onde Alfred estava sentado, suas pálpebras não estavam mais semicerradas. Ele estreitou os olhos para as crianças, especialmente para a menininha que estava de mãos dadas com sua sobrinha. E ele se perguntou quando sua irmã teve outro bebê. As meninas pareciam quase iguais.
Ao ver a leve carranca no rosto de seu chefe, o assistente ficou perplexo. Se as conversas dos adultos já eram barulhentas o suficiente, então as conversas das crianças poderiam liberar aquela tempestade. Algumas até começaram a brincar e tocar nas coisas.
"Você." O assistente chamou a atenção de um dos garçons na sala. "Leve essas crianças para fora! Não vê que este salão é só para adultos!"
O assistente foi alto demais, chamando a atenção de todos, inclusive das crianças.
E quando as crianças olharam em sua direção, o cupcake na mão da pequena Mara caiu. Seus lábios minúsculos se abriram e ela piscou ao ver o homem sentado no sofá.
"Amy!" Sua cabeça virou para a aniversariante e seus olhos brilharam de excitação. "Nós o encontramos, ele está sentado bem ali."
E antes que todos pudessem registrar qualquer coisa, a menininha foi até onde Alfred estava sentado e pulou em seu colo.
Um silêncio caiu novamente na sala. O silêncio era ensurdecedor. E todos observavam a cena em andamento com olhos e bocas bem abertos.
Alfred estava chocado demais para reagir. Ele olhou para baixo, para a menininha, cujos olhos brilhantes o encaravam de volta.
Sua mão direita, que tinha vestígios de fondant, já estava em seu paletó. Ela se mexeu em seu colo para encontrar uma posição confortável e envolveu os braços ao redor de seu pescoço.
Em pouco tempo, as crianças cercaram a área. Eram muitas para os seguranças afastarem. E como a aniversariante estava no meio delas, ninguém ousou tomar qualquer ação até que o chefe desse as ordens. Apenas o assistente teve coragem suficiente para fazer isso.
"Esse é meu tio." A aniversariante apontou. "Você tem certeza de que ele é seu papai?"
"Uh uh." A pequena Mara assentiu ansiosamente. "Mamãe disse que sim."
Obviamente, sua mamãe havia mencionado que elas poderiam encontrar seu papai nesta festa de aniversário. E enquanto ela trabalhava para deixar seus cupcakes perfeitos, Mara avistou algumas crianças e se juntou a elas. Ela contou a elas sobre sua missão de encontrar seu papai e deu todas as descrições que sua mamãe havia lhe dito.