




Capítulo Quatro
Volencia continuava olhando para trás na direção de onde tinham vindo, esperando ver ele voltando. Ela não tinha esperado muito tempo quando um estalo ressoou pelo ar. Seu cabelo se arrepiou. Magia. O medo subiu pela espinha de Volencia quando nove figuras encapuzadas de cinza apareceram diante dela. O Conselho estava ali. Com o sangue gelado, ela se forçou a ficar de pé. Larkisis, o membro do Conselho com quem queriam casá-la, foi o primeiro a abaixar o capuz. Como segundo filho de Belodia, ele era o único membro do Conselho que não tinha seu próprio reino. Ele era bonito, mas aterrorizante além das palavras. Seus frios olhos lavanda a observavam, calculistas.
Um sorriso malicioso cresceu em seu rosto, “Você deixou seu refúgio seguro?”
“Sim,” ela ergueu o queixo, esperando não parecer tão apavorada quanto se sentia. “Quero falar com todos vocês sobre o futuro. Fazer um acordo.”
Seus olhos se voltaram para Lock. Ele comandava o Conselho, então ela esperava que ele visse o benefício do que ela estava fazendo mais do que qualquer outro. Uma pequena figura ao fundo, provavelmente um dos reis anões forçados a aceitar os termos do Império, levantou as mãos sobre a cabeça. O fato de ele estar lançando um feitiço na praça a deixou nervosa.
“E que acordo é esse, pequena Princesa de Thambair?” Lock zombou. Havia nove pessoas no Conselho. Quatro das quais ela acreditava não ter nenhum desejo real de fazer parte dele. Os dois anões, Rei Travagrad e Rei Jerellbangle. Assim como os reis humanos de Crath e das Ilhas.
“Que eu me entregarei voluntariamente, mas o que exijo em troca é uma promessa de misericórdia e anistia para meu povo. Eles não merecem—”
A dor atravessou seu rosto. Claven apareceu do nada e a socou. Ela cambaleou enquanto ele agarrava seu cabelo, marchando-a em direção aos outros. “Não precisamos do seu acordo. Você foi estúpida o suficiente para vir até nós sem proteção.” Sua voz era aguda, quase feminina, com um leve sibilo que a fazia pensar em uma cobra. Se os rumores que ela ouviu eram verdadeiros, maldade era um eufemismo.
Quando ela cruzou o limiar de um feitiço de proteção, a realização de que estava completamente sozinha a atingiu. Ninguém seria capaz de interferir, e ela entrou em pânico. Assim que foi empurrada através da barreira, seu pai e Greron apareceram. Presos além da magia.
“Deixe-a em paz!” Greron gritou. Empurrando as mãos contra o escudo, ele faiscou ao seu redor, jogando-o de volta na multidão e derrubando pessoas. “Não!” Ela gritou.
Lock riu.
“Oh, sim.” Claven disse, ecoando a risada de seu mestre. Seu cabelo loiro perfeito escapou do manto. Seu sorriso era maníaco. “Não há nada que você possa fazer para ajudá-la agora.” Ele lentamente desabotoou o vestido dela, e toda vez que ela tentava impedi-lo, ele a socava ou chutava. O vestido flutuou sobre os paralelepípedos sob seus pés. Suas anáguas ainda cobriam todas as suas partes secretas, mas eram praticamente transparentes. Ela nunca se sentiu tão nua.
“Por favor, pare!” Ela gritou.
Ele rasgou o vestido dos tornozelos dela, e ela caiu, suas lágrimas quentes escorrendo, com medo demais para se levantar. Larkisis estava rindo, mas Lock apenas parecia irritado. “Estou desapontado em vê-lo aqui, Gregron. Que desperdício de talento.”
“Ela é minha Princesa,” ele disse, sua voz tremendo. “Não tenho intenção de permitir isso.”
“Intenções são irrelevantes.” A voz de Lock era fria e calma. “Você permitirá porque não tem escolha. Viemos preparados para você.” Gregron investiu contra o escudo novamente, sua magia conectando-se com ele por um momento antes de ser jogado para trás uma segunda vez. Praguejando, as pessoas ao seu redor o ajudaram a se levantar, olhando com raiva para o que estava acontecendo diante deles. A magia de Gregron era diferente da maioria. Ele usava uma anti-magia, chamada magia de nulidade, que podia anular muitos feitiços. Mas não a maldição do pai dela, nem este escudo. Os feitiços eram simplesmente fortes demais.
Larkisis se abaixou para agarrar suas saias novamente, mas ela deu um chute, acertando-o no rosto com o calcanhar. “Eu só disse que não lutaria se vocês dessem anistia ao meu povo.” Ela se levantou, tentando correr, mas quando bateu no escudo, ele não a deixou sair. “NÃO!” Ela chutou, antes de pressionar as costas contra ele, sem saber o que mais fazer. Sua magia fervia sob sua pele, mas ela tinha tanto medo dela quanto deles.
“Herói?” Sua voz profunda ecoou no ar, chamando. Volencia se virou para ver Damion empurrando a multidão, seus olhos verdes arregalados de horror. “O que...?” Ele bateu no escudo; ele crepitou ao redor de suas mãos, seus dedos se espalharam, e a magia voou de onde ele tocou. Ele não foi jogado para trás como Gregron tinha sido, em vez disso, parecia que ele estava prestes a rasgar o escudo.
Ela soluçou, “Sinto muito.” O desejo de explicar tudo era avassalador, mas não havia tempo.
“Moção negada,” riu um pequeno elfo. Era o Rei Jaquisis, que as pessoas frequentemente zombavam por ser meio fada, porque ele era tão pequeno e ria incessantemente. “Você não tem base para isso.” A magia disparou, envolvendo seu tornozelo. Ela caiu, sendo arrastada pelos paralelepípedos rapidamente o suficiente para que sua pele se rasgasse do ombro e da perna. Dois outros convergiram sobre ela, segurando cada um de seus braços, torcendo-a para que ela olhasse para Damion.
“Sinto muito.” Ela soluçou incontrolavelmente.
A mão de Claven percorreu seus ombros, espalhando um medo avassalador por seu corpo. “Agora, o que temos aqui? Quem é seu amigo deliciosamente grande?” Lambendo os lábios, seu corpo pressionando contra o dela. “Talvez o deixemos entrar para brincar? Hmm? Você gostaria disso? Imagine vocês dois juntos na sala de prazer minha e de Larkisis.” Sua mão se moveu sobre sua barriga e quadris, antes de subir para apertar seu peito com força suficiente para ela gritar. “Gosta do que vê, garoto?”