




Nunca foi amor
Três semanas se passaram e eu mal tive tempo de assimilar o que havia acontecido. No dia seguinte à festa de formatura, acordei tarde e passei o resto do dia me sentindo mal por causa da ressaca. Também pensei em Luck durante a maior parte do dia. Até me ocorreu procurá-lo, voltar para a mansão da família, esclarecer os acontecimentos, quem sabe. Desisti quando recebi um e-mail de Madeleine dizendo que ela me daria cerca de um mês para organizar as coisas e me mudar para lá, para que eu pudesse finalmente estagiar na empresa.
Vivian, Alice e eu mal nos falamos naquela semana, elas estavam muito ocupadas escolhendo uma faculdade e, como não mencionaram mais nada sobre nossa noite de formatura, eu também optei por não comentar, não havia motivo para reclamar, muito menos ouvi-las dizendo que haviam me avisado, como se eu fosse uma criança. Fiquei um pouco decepcionada e envergonhada com a direção de minhas atitudes. Eu era conhecida pelos meus amigos por ser equilibrada, mas bastaram alguns drinques para eu ficar louca. Então eu decidi não contar a eles. Isso só seria entre Luck e eu. Se pudéssemos nos encontrar e esclarecer as coisas, então sim, eu contaria tudo a eles.
Mais tarde naquele dia, recebi uma ligação de Vivian, marcando uma reunião na Starbucks. Eu não estava muito animada para sair desde que meu cérebro começou a assimilar que eu havia sido abandonada. Mas você sabe o que, pensei, pelo menos com eles eu posso distrair meus pensamentos.
Saí pontualmente às 17h, quando Matthew me mandou uma mensagem. Chegei ao Starbucks e me sentei à mesa onde costumo sentar. A cafeteria ficou ocupada, como de costume, por um fim de semana. Eu pedi um cappuccino enquanto eles estavam esperando. Bebi minha bebida, ainda olhando o cardápio, já escolhendo o que pediríamos quando eles chegassem. Meu olhar estava perdido no casal sentado à mesa à minha frente. Uma mulher loira, de cerca de vinte anos, elegante, com o rosto vermelho enquanto sussurrava todo tipo de coisa para ele. Ela estava passando a mão pelo cabelo e sorrindo. Foi então que percebi que ele a estava alisando descaradamente por baixo da saia e ela estava sorrindo. Droga! Você deve estar brincando comigo. Eles não estavam realmente “brincando” em público. Não... não foi possível. Quando uma pequena gota de suor escorreu de seu rosto e ela soltou um gemido abafado, eu sabia com certeza o que estava acontecendo. Olhei em volta para ver se mais alguém estava percebendo essa cena. Nada. Tudo ao redor parecia estar funcionando perfeitamente, as pessoas sendo atendidas, o antigo movimento de entrada e saída. Ok, ninguém estava assistindo. O que não significa que eu tivesse que ver isso. Eu me levantei indignado, pronto para discutir o casal. Dei a volta na mesa e, ao me aproximar dela, percebi que não era outra senão Luck Petrelli.
- O que? - Eu disse, olhando nos olhos dele.
Assustado com a intrusão, ele rapidamente retirou a mão e a colocou na mesa.
-
O que está acontecendo aqui? - Eu disse com firmeza. Eles continuaram a olhar para mim como se não estivessem fazendo nada.
-
Desculpe, não sei do que você está falando”, comentou a loira debochadamente.
-
Shiiiiii! - Eu a interrompi, virando as costas para ela e me virando para Luck.
-
Sorte... - sussurrei, olhando para ele, que olhou para mim como se não entendesse.
-
Que diabos é isso? - ele respondeu em um tom grosseiro. Seu rosto estava cheio de raiva.
-
É isso... Eu... você... você... - Eu respirei fundo, tentando me concentrar. Eu odiava que ele me deixasse tão nervosa que eu ficasse sem palavras.
-
Amor, o que está acontecendo aqui? - Ela se levantou, de pé entre nós. - Você a conhece, por acaso? Quem é ela? O que ela quer? - Ela fez uma série de perguntas sem nos dar espaço entre elas.
-
Amor? - Eu sussurrei, olhando para ele, sentindo meus olhos se encherem de água.
Ele estreitou os olhos, fechou a boca e estalou a mandíbula. Eu nunca tinha visto aquela cara raivosa de Luck antes, me sentindo como uma gazela encontrando o lobo.
- Ela não é ninguém”, ele finalmente respondeu. - Apenas uma assessora da campanha do meu pai. Por que você não vai e paga a ela enquanto estamos fora? - Ele pegou o cartão de crédito e deu para ela. Então ele se levantou da cadeira, me deixando sozinha.
Comecei a segui-lo, precisava de uma explicação. Nós saímos. Ele continuou andando rapidamente na minha frente até entrar em um beco próximo ao Starbucks e agarrar meu pescoço violentamente, me pressionando contra a parede. Eu bati minha cabeça com força.
- Que diabos foi isso? Qual é o seu problema? Eu te conheço, por acaso?
Eu queria responder, mas estava com medo. A maneira como ele estava me pressionando e segurando meu pescoço estava me deixando sem fôlego.
-
EU... Eu... a festa de formatura”, finalmente consegui dizer, enquanto tentava descansar meus dedos na mão dele e afastá-la de mim. Ele soltou meu pescoço e eu senti as lágrimas escorrendo freneticamente pelo meu rosto.
-
Então, o que? - ele saiu. Em seguida, ele passou a mão pelo cabelo, andando de um lado para o outro
indo e voltando. - Essa é minha noiva ali! - Ele parecia histérico, estava gritando.
-
Mas nós dois... na noite da formatura... - eu disse, ainda rouco de seu aperto no meu pescoço.
-
Mas o que você estava pensando? Eu como vadias como você todo fim de semana. O que você queria? Para ser especial? Um anel de noivado? Por favor, garota, eu nem te conheço! Afaste-se de mim e da minha noiva antes que...
Olhei profundamente nos olhos dele, alisando meu pescoço de um lado para o outro. Como ele poderia me tratar assim, me bater? Isso não era nada parecido com a gentil Sorte que eu sempre via sorrindo e brincando.
- Ok Desculpe, não queria incomodá-lo. - Olhei para baixo e corri para a rua. Não voltei para a Starbucks, muito menos ligo para Matthew para me levar de volta à escola. Eu pedi algum tipo de táxi e voltei.
Chego em casa e chorei até dormir; não me lembro de ter sido tão humilhada em toda a minha vida. Eu o amei, dei a ele minha virgindade. Como ele pôde fazer isso comigo? Me trair desse jeito? Desligo meu celular, não queria nenhuma pergunta sobre o que havia acontecido. Minha mãe provavelmente desembarcaria no Tennessee porque eu não tinha voltado com Matthew e não tinha retornado suas ligações. Mas você sabe o que, eu não me importava, eu só queria chorar, ficar sozinha.
Acordei às 8h da manhã, tinha dormido por cerca de treze horas. Tive uma dor de estômago torturante, provavelmente resultado do cappuccino que mal caiu ontem à tarde. Eu me levantei lentamente para ir ao banheiro. Quando me olhei no espelho, eu estava péssima, pálida, olhos inchados, nariz ainda vermelho e, o pior de tudo, meu pescoço estava marcado. Isso fez meus olhos se encherem de lágrimas novamente, foi a prova do que realmente havia acontecido. Passei minha mão sobre a pele levemente roxa e dolorida. Eu chorei suavemente enquanto lavava meu rosto. Lembrar o que Luck fez comigo me deixou com náuseas.
As batidas fortes na porta me assustaram. Provavelmente foi Madeleine vindo me buscar.
- Só um segundo,” respondi. Eu coloquei um suéter de gola alta e respondi.
Surpreendentemente, foram Vivian e Alice, que entraram me dando grandes abraços.
-
Garota, você está horrível”, comentou Vivian, me olhando de cima a baixo. - E essa blusa é horrível.
-
O que aconteceu com você, Nicole? Você desapareceu sem nenhuma notícia, estávamos preocupados.
-
Só não estou me sentindo muito bem. Acho que estou gripado.
-
Sim, parece que você está gripado. Se quiser, podemos ir ao médico com você.
-
Agradeço isso, Vivian, mas não é necessário. Eu já estou tomando remédios.
-
Ok? Tem certeza de que não quer nos dizer nada? - Alice comentou, sentada na minha cama.
-
Uh-oh, não... Como eu disse, estou apenas gripado. - Tentei não olhar para eles para que não notassem minha mentira.
-
Ei, Nicole, por quanto tempo você vai continuar com isso? Nós já sabemos. É impossível não notar quando olhamos para você.
Olhei para Vivian, suando frio.
-
Desculpe, garotas. Achei que daria certo, nunca imaginei que chegaria a esse ponto. Eu queria, só uma vez... - Eu comecei a chorar.
-
Shiiii. Ei, mas não é certo fugir de Matthew. Ele vai acabar falando com sua mãe. Ter regras não é ruim. - Vivian revirou os olhos.
-
Cedo ou tarde, você terá que assumir a empresa de sua mãe. Não seja assim, isso pode ser bom para você.
O que? O que você quer dizer? Eu pensei que eles estavam falando sobre sorte, mas eles acharam que eu estava mal porque eu tinha que sair. Eles pensaram que eu estava pirando porque não queria mais aceitar as regras de Madeleine.
-
Quando chegamos ontem à Starbucks e não conseguimos encontrar você, ligamos para o seu celular e você não atendeu. Então ligamos para Matthew e ele disse que tinha deixado você meia hora antes. Não queríamos fazer barulho, então dissemos a ele que você provavelmente precisaria de um tempo sozinho para se acostumar com o fato de ter que sair.
-
Claro, fizemos isso depois de ligar para a escola para ver se
alguém viu você subir.
Eu sei que não é fácil,” Alice me deu um abraço de urso. - Mas
podemos nos ver durante os fins de semana. Você não precisa quase matar nós dois do coração. - Ela afrouxou o abraço e enxugou minhas lágrimas. - Bem, agora chega dessa conversa mórbida. Que tal almoçarmos juntos hoje?
Eu fiz uma cara muito hostil e nego.
-
Ahh, Nicole, nem venha! Vamos aproveitar nossos dias juntos!
-
Realmente! Você nem vai se for arrastado para longe! - Alice se levantou da minha cama e olhou para mim.
-
Tudo bem,” eu concordei, já que eles foram inflexíveis. Eu fingi cobrir meus ouvidos quando eles gritaram histericamente.
Na hora do almoço, eu apenas mordisquei minha comida, perdi meu apetite. Meu corpo estava lá, mas meus pensamentos estavam em Luck.- Quando chegamos ontem à Starbucks e não conseguimos encontrar você, ligamos para o seu celular e você não atendeu. Então ligamos para Matthew e ele disse que tinha deixado você meia hora antes. Não queríamos fazer barulho, então dissemos a ele que você provavelmente precisaria de um tempo sozinho para se acostumar com o fato de ter que sair.
- Claro, fizemos isso depois de ligar para a escola para ver se
alguém viu você subir.
Eu sei que não é fácil,” Alice me deu um abraço de urso. - Mas
podemos nos ver durante os fins de semana. Você não precisa quase matar nós dois.do coração. - Ela afrouxou o abraço e enxugou minhas lágrimas. - Bem, agora chega dessa conversa mórbida. Que tal almoçarmos juntos hoje?
Eu fiz uma cara muito hostil e nego.
-
Ahh, Nicole, nem venha! Vamos aproveitar nossos dias juntos!
-
Realmente! Você nem vai se for arrastado para longe! - Alice se levantou da minha cama e olhou para mim.
-
Tudo bem,” eu concordei, já que eles foram inflexíveis. Eu fingi cobrir meus ouvidos quando eles gritaram histericamente.
Na hora do almoço, eu apenas mordisquei minha comida, perdi meu apetite. Meu corpo estava lá, mas meus pensamentos estavam na sorte.
Passamos o resto das três semanas e meia comprando coisas para minha viagem, atualizando o armário, comprando passaportes. Eu não gastava muito, mas era uma forma de esquecer tudo o que tinha acontecido antes e seguir em frente.
Naquela manhã eu estava infeliz, não sei exatamente se foi porque faltavam apenas três dias ou porque eu não estava comendo muito bem. Eu estava empacotando em caixas o resto das coisas que faltavam para enviar para lá. Vivian e Alice insistiram que eu contratasse alguém para fazer isso por mim, mas eu não queria, não tinha muito. Além disso, quanto mais distraído eu estava, melhor.
Eu estava prestes a empilhar a última caixa quando uma onda de tontura me dominou. Eu coloquei minhas mãos na caixa, tentando segurar, mas eu estava muito tonta. Eu caí sentado no chão. Eu podia ver tudo girando, e era difícil para mim enxergar com clareza normalmente. Outra onda de tontura me atingiu e eu corri, ainda tonta, em direção ao banheiro, mas vomitei antes de chegar ao banheiro. Cara, eu estava doente. Senti ondas de frio subindo pela minha pele enquanto vomitava. Quando meu corpo se acalmou, eu me deitei no chão frio do banheiro enquanto sentia meu estômago doer e ondas de tontura irem e virem. Eu só poderia estar morrendo, sem dúvida, não me lembro de ter me sentido tão mal em toda a minha vida. Eu precisava pedir ajuda. Pego meu celular com as mãos trêmulas e disquei o primeiro número da minha lista de chamadas. Vivian demorou a responder, ela e seu hábito de cantar a música antes de atender a ligação. Correio de voz.
-
Caramba! - Segurando o vaso sanitário, vomitei novamente. Meu telefone tocou. Eu respondi no primeiro toque, sujando a tela com o vômito dos meus dedos sujos.
-
Vivian... - eu disse. - Por favor, eu preciso de você.
-
Ok? Você está no seu quarto?
-
Sim... - respondi, antes de vomitar novamente e mais uma vez deitar no chão frio.
no chão frio.
- Estou perto, estarei lá em breve.
Alguns minutos se passaram quando ouvi passos em meu apartamento. Então Vivian se ajoelhou ao meu lado.
-
Oh meu Deus! Nicole, o que está errado?
-
Eu não sei... Acho que estou morrendo”, disse ela, enrolada no chão com a mão na barriga.
-
Não fale bobagem. Vá lá, eu vou te ajudar. Eu vim com Matthew, vamos te levar ao médico.
Mais passos; então Alice entrou correndo, histérica, dizendo algo sobre eu não comer direito. Matthew estava com ela e me pegou. Apoiei minha cabeça em seu ombro e adormeci.
O barulho dos monitores me acordou. Abri meus olhos e olhei para o meu braço, que tinha acesso conectado ao IV. Eu me sentei lentamente na maca. Eu puxei os fios do monitor presos ao meu peito e dedo. Olhei em volta, o quarto do hospital estava vazio. Tentei colocar meus pés no chão, ainda me sentia fraca, devia estar anêmica. A porta do quarto se abriu.
- Nicole O'Connell?
Eu confirmei com minha cabeça.