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CAPÍTULO 2

Rozan sentiu seu coração acelerar, como se estivesse experimentando uma sensação de déjà vu. Ele não sabia o que esperar, mas sabia que não podia ser algo bom. Podia sentir seu coração batendo forte contra o peito enquanto saía da sala do trono.

Ele se dirigiu à sala de reuniões, onde seus generais já estavam esperando por ele. Eles só precisavam de sua autorização.

Ele olhou para o lado, notando o silêncio inquietante que tomou conta das pessoas. "O que foi? Falem." Ele disse em um tom exigente. Observou enquanto eles engoliam em seco antes que seu general dos Pacotes do Norte se adiantasse.

Ele tinha quatro generais, para ser exato: um para os pacotes do norte e um para o leste, oeste e sul. Enquanto ele permanecia no comando da capital.

"Senhor. Acabamos de receber a notícia de que a escuridão se infiltrou na floresta e está tomando conta do pacote do norte." Seban disse, e Rozan sentiu o pavor tomar conta dele.

Ele sabia que ver Ares era uma coisa ruim e que ele, de fato, não estava com boas intenções. "O quê? Isso é impossível. A escuridão foi derrotada anos atrás. O rei cuidou disso pessoalmente." Rozan falou.

Ele ficou em silêncio por um momento porque sabia a verdade sobre o assunto e que a escuridão estava longe de ter desaparecido. "Ele não está mentindo. A escuridão voltou. Eu vi Ares esta noite. Ele deixou um aviso." Ele falou com um tom de apreensão em suas palavras.

Logo, vários suspiros altos ecoaram pela sala enquanto as pessoas começavam a sussurrar ao seu redor. "Como isso pode ser? Você nos garantiu que tinha cuidado disso. Foi por isso que permitimos que você se tornasse rei e por que permitimos que você tomasse aquela mulher como sua esposa." Serban cuspiu.

Ele sentiu a raiva crescer instantaneamente ao ver o desrespeito flagrante que recebia das pessoas.

Ele soltou um rosnado alto e venenoso enquanto seus olhos brilhavam com uma cor amarela intensa. "Não mencionem a rainha novamente. Ela provou sua lealdade ao nosso reino várias vezes." Ele falou.

Ele observou enquanto eles não pareciam estar totalmente convencidos por ele, e a única coisa que ele temia há tanto tempo parecia estar se tornando realidade naquele momento. Ele estava perdendo o controle sobre seu povo.

"Bem, ele conquistou o norte. E só vai melhorar se ele transformar isso em sua fortaleza." Senan falou.

Ele rangeu os dentes porque sabia que as palavras que havia dito eram de fato verdadeiras. Ele odiava o fato de não estar no controle. Achava que tinha terminado com a escuridão, e ainda assim parecia que estava sendo forçado a enfrentá-la mais uma vez.

Ele podia sentir o peito apertar enquanto a vontade de fugir tomava conta dele. Soltou mais um rosnado venenoso enquanto se virava para as pessoas com um olhar profundo.

"Todo mundo fora!" Ele cuspiu. Ele não conseguia encontrar uma maneira de controlar a situação. Não queria ser visto como um governante fraco, a julgar pela maneira como as pessoas o olhavam e os sussurros. Ele podia perceber que eles já começavam a pensar dessa forma.

Ele foi tirado de seus pensamentos quando sentiu uma mão ser gentilmente colocada em seu ombro. Soltou um suspiro dos lábios enquanto se virava para o lado e encontrava sua esposa.

"Vai ficar tudo bem; tenho certeza de que tudo vai se resolver." Ela disse para ele. Ele queria responder com um sim e concordar com ela desesperadamente, mas foi isso que aconteceu da última vez. Ele baixou a guarda e foi contra seu instinto.

"E se eu falar com o Ranar?" Ele sussurrou no ouvido dela, e ele viu como o corpo dela ficou tenso com suas palavras. Ele sabia que ela não gostava dele. Ela não gostava de envolver as bruxas nesses assuntos.

Mas ele não era apenas um bruxo; ele era um homem da ciência. "Não faça isso. Você só vai piorar as coisas e vai se arrepender. Você não quer fazer algo de que vai se arrepender depois." Ela disse firmemente.

Ela observou enquanto ele a encarava intensamente, sem dizer nada a princípio, mas depois de um momento, ele abaixou a cabeça e soltou um suspiro.

"Tá bom. Não vou usar os serviços dele agora, mas se algo der errado, não terei escolha a não ser chamá-lo," ele disse para ela.

Ele faria o necessário para mantê-la contente, mas esperava encontrar a solução certa. Ele só esperava que conseguissem conter a situação sem que saísse do controle.

...

Rozan se revirava na cama. O suor escorria pela testa enquanto ele lutava para respirar.

Ele abriu os olhos de repente e encontrou Luna se contorcendo ao lado dele. Ele tentou segurá-la, mas sentiu seu corpo quente ao toque. Ele arregalou os olhos com a visão.

Ele a levantou nos braços enquanto tentava esfriá-la. Ela apenas gemeu em resposta. Ele sabia muito bem o que estava acontecendo e sabia que não podia ser bom.

Ele a puxou para perto enquanto começava a cobrir seu pescoço de beijos. Ele ouviu seu gemido e ficou aliviado ao ver que ela ainda estava lá. Ela apertou o abraço quando ele encontrou seu ponto doce, e sem aviso, ele mordeu sua pele, fazendo-a gritar enquanto ele a marcava mais uma vez.

Ela começou a se acalmar lentamente, e eventualmente conseguiu abrir os olhos enquanto olhava para ele com as sobrancelhas franzidas.

"O que aconteceu?" ela perguntou trêmula enquanto segurava o estômago protetoramente. Ele não conseguiu responder, apenas balançou a cabeça para ela.

"Você teve um episódio." Ele sussurrou. Ela olhou para ele, e ele não pôde deixar de notar o medo gelado em seus olhos. Seus lábios tremeram, e ele sabia que precisava acalmá-la.

Muitas coisas estavam acontecendo ultimamente, e ele não sabia como explicar nenhuma delas. Ele pensou que a escuridão poderia ser afastada com a mesma energia que usaram nele da última vez, mas estava claro que não era o caso. Havia algo muito diferente dessa vez. Parecia muito mais forte do que da última vez.

Conseguiu tomar o leste, e com a fortaleza sendo o sul, o oeste estava prestes a cair. Ele não sabia então o que isso significaria para ele. E ele estava esperando o momento em que isso chegasse à capital. Eles já perderam muitos de seus homens.

Ele foi tirado de seus pensamentos quando ouviu um som alto e ecoante na parte de trás de sua cabeça.

"O oeste caiu."

Ele sentiu o sangue gelar com o pensamento. Ele sabia que era agora ou nunca, e ele tinha que agir antes que fosse tarde demais.

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