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Capítulo 9 Ameaça

"Obrigada," disse Lacey, pegando a mão do motorista e deixando que ele a ajudasse a entrar. Então ele fechou a porta atrás dela.

Julien estava esperando por ela dentro. "Está pronta?" Ele fez um sinal com a cabeça para o motorista, que se afastou da mansão.

Ela assentiu. "Desculpe. Eu estava apenas me despedindo da minha mãe," respondeu Lacey, cruzando as mãos no colo. "Não percebi que você estava esperando."

A cabeça de Julien se ergueu rapidamente. "Não se preocupe." Ele olhou pela janela. "Você precisava se despedir da sua família e do seu bando."

Lacey também olhou pela janela. "Posso te fazer uma pergunta?"

Ele assentiu, a ternura da noite anterior de volta em seus olhos.

"Por que você me trancou fora da minha própria festa de compromisso ontem à noite?"

Ele suspirou. "Eu precisava resolver algumas coisas."

"Que coisas?" ela perguntou, realmente curiosa.

"Descobrir uma maneira de te ensinar obediência, para começar." Ele voltou a olhar pela janela.

"Bem, se você queria um cachorro de colo, deveria ter comprado um." Ela ergueu o queixo. "Eu sou uma guerreira orgulhosa."

Ele a olhou por um momento e então explodiu em risadas.

Era muito cedo para uma confrontação, então Lacey cruzou as mãos no colo e voltou sua atenção para a janela novamente. Além disso, ela pensou que escolheria suas brigas com ele... especialmente porque este era o primeiro dia deles juntos como companheiros comprometidos.

"Agora que tenho sua atenção total..." ele começou, virando-se para ela, sorrindo.

Lacey fechou os olhos e os abriu novamente, sorrindo docemente. "O que é, meu querido?"

Um rosnado baixo surgiu de seu peito e a loba de Lacey respondeu, desejando-o além de toda razão. Por algum motivo, Lacey ainda o achava sexy, assim como sua loba.

"Tá bom!" Lacey soltou um suspiro profundo. "O que é?"

Julien balançou a cabeça. "Você, mulher, vai ser a minha morte." Ela lhe deu um momento para se acalmar. "Princesa—"

"Lacey—" ela corrigiu, interrompendo-o.

"Princesa..." ele disse entre dentes cerrados. "Tenho algumas regras que gostaria de discutir com você antes de chegarmos à minha mansão."

A cabeça de Lacey se ergueu rapidamente. "Regras?"

Julien sorriu, claramente gostando da reação dela. "Sim, na verdade."

"Regras do bando?"

"Eh..." Julien balançou a cabeça de um lado para o outro. "Mais como... Regras de Companheiro."

Lacey bufou, cruzando os braços no peito, esperando que ele continuasse. Certamente não seria tão ruim quanto parecia.

"Bem, para começar, você não vai levantar a voz para mim... nunca... e eu tentarei fazer o mesmo." Julien começou.

"Mas—"

Ele levantou a mão, interrompendo-a. "Agradeceria se me deixasse terminar."

"Tá bom." Lacey olhou pela janela.

"Outra coisa. Você não verá outros homens, e isso inclui ficar sozinha com eles ou falar com eles."

Lacey suspirou. "Isso é incrivelmente irracional, considerando que cinquenta por cento da população mundial são homens."

"Você está—"

Lacey levantou a mão, interrompendo-o. "Eu não terminei. Além disso, se eu for treinar os guerreiros do nosso bando, não falar com os homens seria..." Ela balançou a cabeça de um lado para o outro como ele tinha feito. Então parou e olhou nos olhos dele. "Ridículo."

"Ridículo ou não," Julien respondeu, "Essas são as regras. Se você terminou, eu te conto o resto."

"Oh, que alegria!" Ela bateu palmas como uma colegial, fingindo empolgação. "Ooo!!! Conte!"

Um rosnado baixo surgiu de seu peito novamente. "Você não vai usar sarcasmo comigo."

"Uau! Regra número 3!"

Ele sorriu docemente. "E aqui está a regra número 4. Não seja um pé no saco."

"Isso pode ser difícil."

Julien riu. "Bem, pelo menos você admite."

Lacey deu de ombros. "E você não é um pé no saco?"

Ele deu de ombros, um canto dos lábios se curvando em um sorriso. "Bem, às vezes acho que sou."

Ela levantou uma sobrancelha. "Às vezes?"

Julien suspirou. "Jackson, por favor, pare o carro. Preciso de um pouco de ar."

"Sim, senhor!" Jackson rapidamente encostou, assim como as outras limusines.

Quando o carro parou completamente, Julien abriu a porta e saiu. Ele caminhou sob as árvores, apreciando a vista. Uma majestosa cadeia de montanhas estava ao longe, com um belo rio abaixo. Julien ficou parado, olhando para a bela cena. De repente, a mulher ruiva do seu bando saltou do carro e correu para o lado dele. Ela disse algo a ele, irritando a loba de Lacey.

Lacey saiu, bateu a porta e marchou em direção ao seu companheiro, sua loba fervendo para morder a ruiva. "Nos deixe," ela disse à mulher, olhando apenas para Julien.

Um rosnado baixo surgiu do fundo do peito da mulher, mas ela voltou para sua limusine e bateu a porta.

Julien ficou de costas, sem dizer nada.

Lacey suspirou. "O que você quer de mim? Por que se comprometeu comigo? Claramente, você não está apaixonado por mim."

Ele se virou casualmente. "No começo, concordei com isso como um arranjo, mas agora..." Ele se virou, não terminando seu pensamento.

Ela disse em voz baixa. "Julien, apenas me deixe ir."

"Nunca." Então ele se virou rapidamente para encará-la, seus olhos cheios de desejo.

"Então o que você vai fazer comigo se eu não seguir as regras? Me bater?" Lacey perguntou, estendendo os braços. "Acredite, você não pode me tratar pior do que minha própria família me tratou por anos." Ela mordeu o lábio inferior e se virou, lágrimas enchendo seus olhos. Lágrimas traidoras escorreram por suas bochechas enquanto todos os anos à mercê de sua família louca, os anos de sentir vergonha por algo que não era sua culpa, vinham à tona.

Para sua surpresa, Julien a envolveu com os braços por trás, deixando-a chorar. "Ssshhh..." ele murmurou, afastando o cabelo do pescoço dela. "Tudo isso ficou para trás agora." Então ele beijou seu pescoço, uma vez e depois novamente, despertando sua loba. "Você está comigo agora. Nada vai acontecer com você. Eu prometo. Eu vou te proteger."

Julien a virou e limpou as lágrimas de suas bochechas com o polegar. Então seus lábios desceram sobre os dela enquanto ele a puxava para perto. E desta vez, ela não resistiu. Ele se afastou um momento depois, sem fôlego. "Vamos," ele disse, sua voz baixa, fazendo um gesto com a cabeça em direção ao carro. "Podemos discutir o resto das regras depois."

"Por que tem que haver regras?" Lacey perguntou enquanto novas lágrimas corriam por suas bochechas. "Acabei de sair da casa do meu pai onde havia regras, apenas para ir para a sua casa com mais regras."

"As regras são para te manter segura... e para me impedir de te matar."

Lacey engasgou, sabendo que ele estava completamente sério.

"A regra mais importante é nunca me trair." Ele soltou suas mãos. "Se você fizer isso, eu te matarei sem pensar duas vezes... junto com quem você traiu."

A dor era tão evidente nos olhos dele que ela não conseguia nem ficar com raiva. Mesmo que cada fibra do seu ser estivesse dizendo para ela correr, ela precisava saber. Ela colocou a mão na bochecha dele, forçando-o a olhar em seus olhos. "O que aconteceu com você, Julien? Quem quebrou seu coração?"

Seus olhos de repente se tornaram frios como gelo. "Apenas lembre-se do que eu disse. Você é minha agora. E eu sou egoísta com minha propriedade."

"Propriedade." Ela bufou. "Bom saber." Sem dizer mais nada, ela voltou para a limusine, se perguntando se ele algum dia abriria seu coração.

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