




IGNORÂNCIA
"Eu... eu não sei, rainha, mas vou tentar descobrir." Chris respondeu com a voz trêmula.
"Rainha, você precisa se acalmar. Ele não foi quem tentou matar seu pai. Ele foi apenas uma testemunha do acidente. Isso significa que ele pode saber quem tentou matá-lo." Jake explicou. Respirei fundo, tentando me acalmar. Tenho tido mudanças de humor ultimamente, e isso não está me fazendo bem.
"Certo, me leve até o quarto do meu pai," eu disse, estendendo a mão para Jake. Ele pegou minha mão e começou a me conduzir, com Chris andando atrás de nós. Parei na entrada do hospital, com pessoas esbarrando em nós tentando sair do hospital. Inclinei a cabeça para olhar para Chris.
"Quero que você vá procurar aquele policial," eu disse a ele.
"Ok, chefe, vou fazer o meu melhor para encontrá-lo." Ele disse com um sorriso tranquilizador. Todos nós entramos no enorme hospital. O cheiro do desinfetante do hospital invadia minhas narinas. Havia muitas pessoas sentadas nas cadeiras de espera. Era acompanhado pelas portas deslizando para abrir e fechar, gritos e choros, pessoas falando em tons baixos, e enfermeiras e médicos correndo por nós, empurrando uma mulher grávida em uma maca.
Fiquei para trás com Jake enquanto ele começava a me conduzir por um corredor tranquilo no hospital, e logo à nossa frente havia uma sala com um cartaz que dizia: Sala de Emergência. Acho que é lá que meu pai está.
"Eu odeio o cheiro de hospitais. Espero que a condição do meu pai não seja tão grave. Há quanto tempo ele está na sala de emergência? Eu não quero..." Minha série de perguntas foi interrompida quando um homem incrivelmente bonito, com cabelo loiro e olhos azuis hipnotizantes, saiu de uma das salas. Com um celular próximo ao ouvido, ele puxou a máscara que estava pendurada no queixo, cobrindo o rosto enquanto ainda estava na ligação. Me peguei olhando para suas roupas tentando saber se ele era um médico, ele passou por mim e nossos ombros se tocaram, e meu coração disparou.
"Estou a caminho do clube de strip..." Ouvi uma pequena parte do que ele estava dizendo ao telefone. Virei a cabeça para trás enquanto o observava se afastar; ele era tão atraente, e a maneira como ele andava era tão sexy, que eu não conseguia parar de olhar para ele. Ele usava um walkie-talkie na cintura.
"Rainha, rainha, você está bem?" Jake me chamou, me tirando do transe. Encontrei-o parado na minha frente com os braços cruzados. Eu tinha parado para olhar para um estranho bonito, e não conseguia tirar da cabeça as coisas indecentes que estava pensando. Achei que tinha parado de ser viciada em sexo, mas estava errada. Calvin tinha acabado de me trair, e aqui estava eu fantasiando sobre um estranho bonito.
"Vamos?" Jake perguntou. Eu assenti e coloquei minha mão no braço direito dele, seguindo-o até a enfermaria. Sentei na cadeira de espera por horas. Estava descansando minha cabeça no ombro de Jake. Por algum motivo estranho, eu queria ir ao clube de strip. Levantei-me da cadeira de repente, fazendo Jake se assustar.
"O-o que houve?" ele perguntou.
"Ah, eu quero ir para o..." Não consegui terminar minha frase quando as portas da sala de emergência foram abertas por um médico que usava uma máscara verde. Ele foi seguido por uma enfermeira que carregava uma bandeja. Caminhei até o médico.
"Como está meu pai?" perguntei. O médico tirou a máscara.
"Você é a filha dele?" ele perguntou.
"Sim," respondi.
"Seu pai perdeu muito sangue. Acabei de dar sangue e analgésicos para ele," disse o médico.
"Posso vê-lo?" perguntei.
"Não, você não pode vê-lo agora. Ele está muito fraco para se mover. Ele precisa descansar. Você pode vir vê-lo amanhã," ele disse.
"Ok, obrigada, doutor." Eu disse e estendi a mão para ele. Ele pegou minha mão e a apertou.
"De nada," ele disse, e me deu um sorriso contido antes de se afastar.
"Como você se sente agora?" Jake perguntou, preocupado, pairando ao meu redor.
"Estou feliz que meu pai esteja bem, mas quero ir ao clube de strip." Eu disse forçando um sorriso.
"Clube de strip!?!?" ele meio gritou, com a sobrancelha ligeiramente levantada em confusão. Eu o bati levemente no peito.
"Vamos, eu quero ir ao clube de strip. Estou deprimida. Quero me divertir." Murmurei. Amanhã farei da vida de Emily e Calvin um inferno. Eles vão pagar por me machucar.
"Por que não vamos a um clube normal? Você sabe, clubes de strip são para homens, certo?" ele disse.
"Eu sei, você não precisa me educar. Vamos. Isso é uma ordem." Eu disse, andando à frente dele.
"Espere por mim." Ele disse correndo atrás de mim. Eu preciso clarear minha mente. Deixe-me ver se encontro aquele estranho bonito. Vou me aproximar dele e dizer oi. Eu sou Ashley. E você? Por que estou ficando animada em ver um cara depois do que Calvin fez comigo? Ugh! Eu deveria apenas visitar o clube de strip para esquecer meu problema e beber até ficar bêbada.
Quando chegamos à garagem, entrei no banco da frente e peguei o volante, afivelando meu cinto de segurança.
"Você quer dirigir?" Jake perguntou, sentando ao meu lado no carro, enquanto pegava seu cinto de segurança.
"Sim, há algum problema?" perguntei com uma expressão séria.
"Não... não," ele disse, e afivelou o cinto de segurança enquanto se endireitava no assento. Eu sorri e liguei os faróis, para poder ver à frente. Liguei o motor e saí em alta velocidade, do saguão do hospital, quase atropelando um casal que pulou para o outro lado da rua.
"Ei! Cuidado!!" o cara gritou, eu olhei para ele no retrovisor e sorri, ver pessoas irritadas me dá uma alegria incomum.