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Capítulo Quatro

Eu estava prestes a entrar no meu carro quando alguém chamou meu nome, "Reagan! Reagan!"

Virei-me e vi Ciara vindo em minha direção com um Bryson carrancudo a reboque. Era engraçado vê-lo com aquela cara de poucos amigos, já que ele era o tipo de cara que podia iluminar um ambiente com um único sorriso. Ele tinha carisma e habilidades sociais. Se ele se candidatasse ao Conselho Estudantil, ganharia de lavada. Tenho certeza de que a maioria desses votos viria das garotas, bem, provavelmente das que babavam descaradamente por ele. Estremeci só de pensar nisso.

Encostei-me no carro, cruzei os braços sobre o peito e sorri, "Ei! E aí, Ciara?"

Ela parou quando chegou ao meu carro e arregalou os olhos, "Reagan? Esse é o seu carro?"

Ri da reação dela, "Sim. Foi um presente. Um pouco chamativo, mas ei, carro é carro," terminei com um encolher de ombros.

Ela me olhou como se eu tivesse perdido a cabeça, "Reagan, isso não é só um carro. Isso é um Porsche 918 Spyder. Vale uma fortuna no mercado."

Revirei os olhos, "Como se eu soubesse disso. Foi um presente e eu precisava de um carro, então que se dane. Contanto que me leve do ponto A ao ponto B, estou bem. Independentemente da marca."

Ela sorriu, "Ainda humilde como sempre." Ela envolveu a cintura de um Bryson sombrio com os braços. Ele olhou para ela e deu um pequeno sorriso, mas foi forçado, fazendo-o parecer constipado. Me pergunto por quê.

Então a tensão voltou. Cue os Pterodáctilos batendo as asas.

Lutei para iniciar uma conversa e aliviar o clima estranho, "Hum..." comecei, mas o som celestial do meu telefone tocando me salvou dessa situação terrível. Dei a eles um olhar envergonhado e tirei o telefone do bolso para atender sem olhar o identificador de chamadas.

"Alô?" eu disse. Olhei para Ciara e ela me deu um olhar de 'quem é?', mas eu apenas revirei os olhos. Ela ainda era curiosa como sempre.

"Oi Ree. É o Derek."

Eu me animei um pouco, "Ah, oi Derek! E aí?" perguntei. Bryson estava franzindo a testa olhando para mim.

"Você está indo para casa?" ele perguntou.

"Sim. Estou indo para casa."

"Bom, porque eu tenho algo para te dar." Ele disse. Eu podia imaginar o sorriso estampado no rosto dele ao dizer isso. Ele realmente adorava me dar coisas.

Ri, "Outro presente?" então continuei usando meu tom de seriedade fingida, "Você precisa parar de me mimar, Derek. Você já me deu demais."

Ele riu do outro lado da linha, "É tão errado mimar minha pessoa favorita até os dentes ficarem podres de tanto comer doce?"

Revirei os olhos com a desculpa esfarrapada dele, "Sério, Derek. Pare de me dar coisas."

"É só vir para casa, Reagan." Ele disse com um suspiro.

Suspirei, "Tá bom. Estarei em casa em alguns minutos."

Ele riu, "Bom. Eu te amo, pequena."

"Também te amo, cara de tonto. E de novo com o 'pequena'! Você sabe que eu não sou pequena, seu idiota!" rosnei.

Ele riu alto com a minha reação, "Você sempre será minha pequena, Reagan." e então desligou.

Olhei para o meu telefone, desejando que ele se incinerasse em cinzas. Estúpido Derek. Com mais uma tentativa de incendiar o telefone com a mente, deslizei o aparelho de volta para o bolso e suspirei.

"Quem é Derek?" Bryson de repente perguntou com um leve tom de raiva no rosto, o que me fez arquear as sobrancelhas.

"Por que você quer saber?" perguntei, intrigada com a mudança repentina de humor dele. Bryson ficou bipolar.

"Derek é a pessoa com quem estou morando." Respondi simplesmente.

"Ele é seu namorado, Reagan?" Ciara perguntou curiosa.

Sorri maliciosamente de repente, "Talvez, talvez não."

Ela franziu a testa, "Você acabou de dizer 'eu te amo' para ele."

Balancei a cabeça. Ciara pode ser ingênua às vezes, "Ciara, você acha que dizer 'eu te amo' para um cara automaticamente o torna meu namorado?"

"Bem..." ela hesitou, sem saber como responder a isso.

"Dizer 'eu te amo' pode significar coisas diferentes, dependendo da pessoa para quem você está dizendo. No caso do Derek, você que descubra." Eu disse sorrindo.

Bryson deu alguns passos em minha direção e parou, "Quem é Derek?" ele bufou e apontou para o meu carro, "Ele pode comprar um carro caro para você, então ele é algum tipo de sugar daddy ou algo assim? O quê? Você está dormindo com ele para conseguir o que quer? Que vadia você é, Reagan." Ele zombou na minha cara, o que me fez ferver de raiva com seu comentário grosseiro.

Sem aviso, levantei a mão e dei um tapa forte na cara patética de Bryson, fazendo seu rosto virar para o outro lado, "Não ouse me chamar de vadia, Bryson. A única prostituta aqui é você, porque quando estávamos juntos, você estava transando com a Rebecca, e posso acrescentar, você estava adorando." Pausei e continuei, "Derek é um cara bom e não é meu sugar daddy. Ele me ajudou quando eu estava em pedaços por sua causa e pelo que meus pais fizeram comigo. Derek não é nada mais do que meu salvador..." Eu murmurei, "Meu anjo..."

Bryson ficou ali imóvel, ainda segurando a bochecha dolorida. Ciara, no entanto, não ficou satisfeita com o que eu fiz, "Reagan! Você não precisava fazer isso. Foi totalmente desnecessário." Ela disse enquanto cuidava do namorado perdedor, que me olhava com emoções conflitantes passando pelo rosto.

Olhei para ela incrédula, "Que diabos, Ciara? Ele disse algo totalmente fora de linha, e você está defendendo ele?" Eu não podia acreditar nela. Eu sou a melhor amiga dela e o namorado dela acabou de dizer algo como se eu fosse algum tipo de lixo. Ela deveria estar me defendendo, não ele.

"Mas Reagan, ele é--" mas eu a cortei.

"Tanto faz, Ciara. Deixa pra lá. Diga ao seu precioso brinquedinho para cuidar da boca e que ele não tem o direito de julgar ninguém." Eu disse em um tom firme, o que a fez estremecer, mas ela assentiu timidamente.

"Olha, eu preciso ir." Eu disse, então entrei no meu carro e o liguei. Acelerei o motor por pura provocação. Dei ré e saí de lá a toda velocidade, deixando-os comendo poeira.

Que grande amiga a Ciara se revelou ser.


Cheguei em casa muito mais rápido do que pensei, considerando a velocidade em que estava. Bryson foi um idiota por me julgar daquele jeito. Quero dizer, como ele pôde? De todas as pessoas, foi ele quem disse isso na minha cara, e Ciara? Nem queria pensar nisso.

Furiosa, abri a porta da frente com força bruta, fazendo um barulho estrondoso. Bufei e joguei as chaves na mesa perto da porta.

"Cheguei em casa!" rosnei, sem me preocupar em parecer animada agora.

Ouvi passos e então vi Derek vindo em minha direção com um olhar intrigado.

"O que te deixou tão irritada, Reagan?" ele perguntou, franzindo as sobrancelhas. Se eu não estivesse tão brava agora, acharia o olhar intrigado dele adorável.

"Melhor amiga que logo será ex-melhor amiga e aquele ex-estúpido." Eu disse com grande desdém.

Ele suspirou, "O que eles fizeram?"

Eu fiz uma careta, "Bem, como devo dizer isso? Minha melhor amiga ficou com meu ex-namorado. Meu ex acabou de me chamar de vadia e chamou você de meu sugar daddy e a Ciara o defendeu por me chamar de prostituta." Eu disse, contando nos dedos, e então acrescentei com um sorriso, "e eu dei um tapa forte na cara do idiota em troca."

Ele balançou a cabeça, "Reagan, quantas vezes eu tenho que te dizer? A raiva só vai te meter em encrenca."

Eu o encarei, "Eles começaram, e minhas ações são justificáveis." Me defendi.

Ele me deu um olhar de advertência, então me envolveu em seus braços e acariciou meu cabelo, "Reagan, ficar com raiva só vai piorar as coisas. Então, acalme-se e relaxe. Tudo vai ficar bem." Ele disse suavemente. Eu estava grata pelo gesto reconfortante dele, e isso ajudou a me acalmar.

"Tudo está tão bagunçado." Murmurei em seu peito.

Eu podia sentir seu peito vibrar, provavelmente rindo, "Eu posso ver isso." então me soltou dos braços, "Agora venha. Vamos para o meu escritório. Tenho algo para te dar."

Assenti e o segui até o escritório. Ele abriu a porta para mim e eu entrei. Ele veio atrás de mim e fechou a porta. Caminhou até a mesa e abriu a gaveta para pegar algo. Era uma pequena caixa retangular coberta com um tecido de veludo vermelho.

Franzi as sobrancelhas, "O que é isso?"

Ele sorriu e caminhou até mim. Parou a poucos centímetros de distância, "Eu deveria te dar isso no seu aniversário de 18 anos, mas decidi te dar antes."

Olhei para a caixa curiosa, "Se isso aí estiver cheio de C4, eu não vou abrir."

Ele revirou os olhos, "Um bloco de C4 não caberia nessa caixa, Reagan. Você e sua imaginação selvagem."

"Apenas me diga o que tem aí dentro, Derek." Eu disse bufando.

Ele riu e então desembrulhou o tecido da caixa. Quase ofeguei ao ver o quão intrincado era o design da caixa. Era gótico, mas de uma maneira medieval, e eu não conseguia encontrar palavras para descrevê-lo. Bem no meio havia um desenho detalhado das iniciais e do emblema de Derek, que eu não conhecia. Ele abriu a caixa para revelar um lindo colar aninhado no forro de cetim. O pingente era oval e plano, cercado por uma borda de prata. No meio dele havia uma letra D em letras góticas. O que era estranho é que o pingente parecia liquefeito; como se houvesse algo se movendo por dentro.

"Derek, é lindo." Eu o encarei maravilhada.

Ele sorriu, "Eu mandei fazer especialmente para você." Ele tirou o colar da caixa e foi para trás de mim. Colocou o colar no meu pescoço e fechou o fecho. Ele deu a volta e me deu um sorriso de aprovação, "Ficou bom em você."

Toquei o pingente e o levantei um pouco para olhar mais de perto, "Derek, o que é esse líquido se movendo dentro do pingente? É vermelho com pontos dourados."

"Nada. Apenas algo para torná-lo único."

Assenti hesitante, não muito convencida com a explicação dele, mas deixei pra lá, "Ah, tá." Fiquei mexendo no pingente mais um pouco. Olhei para Derek, "Obrigada. É realmente lindo, Derek."

Ele me deu um sorriso gentil e me puxou para um abraço, "De nada. Ele vai te proteger sempre que eu não estiver por perto."

Sorri e Derek me apertou um pouco. Eu gemi de dor porque meu braço estava latejando de novo, "Ai. Meu braço."

Ele me soltou e franziu a testa, "O que houve?"

Virei meu corpo para olhar meu braço, "Uma garota ficou maluca comigo." Fiz uma careta, lembrando do rosto ameaçador de Rebecca.

Ele pegou meu braço para ver. Havia um brilho nos olhos dele que eu raramente via. Bem, não muito porque Derek estava sempre de bom humor.

"Quando isso aconteceu?" ele perguntou em um tom baixo, o que era muito incomum para ele. Ele apertou meu braço com força e a dor piorou.

"Na escola e AI! Você está me machucando, Derek." Fiz uma careta enquanto tentava tirar a mão dele de mim. Droga, o que ele come no café da manhã? Esteróides?

Ele piscou algumas vezes e soltou meu braço, me dando um olhar apologético, "Desculpe. Eu não quis fazer isso. Desculpe." Ele murmurou, tocando meu braço delicadamente.

Eu acenei com a mão, "Tudo bem. Vou limpar isso."

Ele assentiu hesitante, mas concordou de qualquer maneira. Soltou um suspiro e caminhou em direção à porta. Antes de girar a maçaneta, acrescentei, "Derek, está tudo bem. Não é nada."

Ele apenas sorriu, mas o sorriso não chegou aos olhos, "Eu sei." Ele disse, então abriu a porta e saiu.

"Onde você vai?" perguntei.

"Vou sair um pouco para resolver algo. Provavelmente voltarei um pouco tarde."

Assenti, "Tá bom."

E com isso, ele saiu, me deixando com meus pensamentos confusos.

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