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5

Adrian lançou um último olhar fulminante para Scarlett quando ouviram uma batida na porta. Ela sorriu, pegou sua mão e agradeceu profusamente antes que ele abrisse a porta e saísse.

Com uma careta, ela se voltou para Riley.

"Espero que eles não se matem," disse ela. Era uma reação exagerada, mas suas preocupações eram válidas.

"Ah, você não precisa se preocupar com o Adrian." Riley riu. "Ele vai devorar ela viva e usar os ossos dela para limpar os dentes depois."

"Você não conheceu a Sienna," disse Scarlett.

"Já conheci muitas Siennas," ele disse, olhando-a de cima a baixo com os olhos semicerrados.

"Eu não sou nada parecida com ela!" gritou Scarlett. "Se minha mãe tivesse me chamado de algo normal como Rebecca, eu nem estaria no maldito grupo dos populares."

Riley parecia querer dizer algo, mas achou melhor não. Ela sabia o que ele estava pensando: até que seu lobo aparecesse, ela era basicamente uma garota humana. Uma tardia, como sua mãe dizia. Não era nada incomum permanecer sem se transformar até os dezoito anos. A maioria se transformava pela primeira vez entre os dezesseis e dezoito anos. A maioria. Sua mãe sempre enfatizava essa palavra, carregando-a de ênfase.

"Seu dia vai chegar," sua mãe sempre dizia, antes de contar histórias de suas primeiras experiências de transformação. De batalhas nas florestas ao redor, triângulos amorosos e como conheceu o pai de Scarlett. Ele tinha sido um vagabundo e um inútil, sua mãe contava com um sorriso, mas teria se tornado um bom pai se o destino permitisse.

"Ah, aqueles eram os dias," ela suspirava nostalgicamente, e seus olhos se perdiam como se estivesse revivendo os momentos em sua cabeça, tão reais quanto o mundo ao seu redor.

"Então," Riley sorriu, interrompendo seus pensamentos. "Como você vai me entreter?"

"Erm," Scarlett murmurou, lutando para pensar em um plano para a noite. "O que você quer fazer?"

"É sua casa," ele apontou.

"Vamos para o meu quarto," ela disse, vendo que sua mãe e Ron estavam prestes a entrar na sala com uma tigela de batatas fritas e molho. Isso significava que estavam prestes a assistir a um filme. Provavelmente um antigo e chato que não tinha nenhuma relevância para nada que estivesse acontecendo hoje.

Em um movimento ousado, ela pegou a mão dele e o arrastou escada acima antes que seus pais pudessem envolvê-los em uma conversa constrangedora. A mão dele era quente e tão macia para um homem. Tom sempre tinha a pele seca e calejada nas mãos e sujeira debaixo das unhas—era a única coisa que a afastava dele. Pensando bem, ela se encolheu ao pensar nele tocando-a.

Quando ela soltou e ele limpou a mão na calça jeans, ela entrou em pânico, achando que tinha suado nas mãos dele.

"Você está sendo ridícula. As pessoas suam, não é um crime," ela disse a si mesma, mas isso não a impediu de se sentir repulsiva.

Ele olhou ao redor do quarto dela, pegou uma vela rosa e a cheirou antes de colocá-la de volta na penteadeira estilo shabby chic que sua mãe havia reformado para ela. Ela adorava seu quarto, mas enquanto Riley olhava ao redor, ela se preocupava que ele pudesse achar infantil e feminino demais.

Ela se sentou na cama, indicando para ele fazer o mesmo. A cama rangeu e afundou quando ele se sentou, as velhas molas e ripas ameaçando ceder sob o peso combinado deles. Era a cama antiga de sua mãe. Sua mãe e Ron haviam comprado uma cama nova para a mudança. Na época, Adrian reclamou que era o único a ter uma cama de solteiro, mas ele deve ter superado isso porque não aceitou a oferta dela de trocar de quarto.

"Desculpe por arruinar seus planos," disse Scarlett.

"Está tudo bem. Você parecia... bem... meio desesperada," ele disse, fazendo uma careta.

O calor subiu em suas bochechas enquanto ela desviava o olhar envergonhada. "Eu geralmente não ajo assim."

"Eu imaginei," ele disse, sorrindo para ela e inclinando a cabeça como se ela tivesse dito algo estranho.

"Você sabe, Adrian reclama muito, mas é só o jeito dele. Ele me disse que está feliz por ter você como meia-irmã e que gosta da sua mãe também," revelou Riley. "Quer dizer, é diferente para ele. Em casa, todos sabiam quem ele era e entendiam seu lugar. Aqui... as pessoas não deixam ele furar a fila ou saem do caminho dele. Ainda assim, não é possível viver na comunidade só de lobos para sempre."

Scarlett assentiu. Ela queria perguntar mais sobre a vida dele lá, mas não queria ser intrometida. Se ele estava vivendo lá em tempo integral na idade adulta, provavelmente havia uma boa razão. A maioria se mudava de um lado para o outro, ou vivia no mundo humano na maior parte do tempo.

"Espero que ele não esteja me amaldiçoando por colocá-lo nesse estresse extra," disse Scarlett.

"Ele vai colocar aquela garota no lugar dela, não se preocupe," garantiu Riley.

'Mais fácil falar do que fazer,' pensou Scarlett. Sienna não era apenas popular, bonita e sexy, mas também inteligente e engenhosa. O fato de ela não ter habilidades de lobisomem não a tornava uma total descartável aos olhos de Scarlett.

"Bem," disse Riley, recostando-se na cama com as mãos entrelaçadas atrás da cabeça. "Hora de você me entreter."

Quando ele se deitou, a camiseta subiu, revelando a parte inferior dos músculos abdominais e a linha do quadril. Scarlett teve que se dizer para não ficar olhando antes que ele percebesse que ela estava o observando.

Ela se mexeu no lugar, sentindo seus lábios se esticarem de forma estranhamente ampla.

"O-o que você... espera que eu faça?" ela gaguejou. Sua mente corria a mil por hora, conjurando todos os tipos de cenários, desde os mais absurdos até os mais picantes.

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