Capítulo 7
Oh Deus!
Por que eu fiz isso?
Eu não sei por que, mas eu beijei Alec Vitale. O homem que eu desprezo e odeio mais do que qualquer um. Seus lábios são tão bons em mim. Saio do meu transe quando uma voz me faz congelar, me deixando corada e completamente atrapalhada.
"Finalmente, Alec. Achei que íamos ter que te dar um empurrão."
Que diabos! Olho para Lucien e depois de volta para Alec, observando o duelo de olhares entre os dois homens. As bochechas de Alec estão ficando vermelhas de vergonha... ou raiva. Eu nem sei, é impossível dizer com ele. Ele tem mudanças de humor piores do que uma mulher na TPM.
Alec encara Lucien e o avisa. "Agora não é a hora!"
Estou tão confusa. Ele me diz que me odeia em um minuto e no outro quer transar comigo. Droga! Ele é tão confuso.
Lucien recua lentamente e nos deixa sozinhos novamente. Alec se vira para mim parecendo que está lutando uma batalha interna. Olho para ele e, antes que eu perceba, seus lábios estão de volta nos meus e minhas pernas se enrolam em sua cintura enquanto suas mãos vão para minha bunda.
Eu me afasto do beijo, "Estou confusa. Achei que você me odiava."
"Desculpe, isso foi um erro." Ouço ele murmurar.
O que diabos acabou de acontecer?
Eu o observo enquanto ele sai correndo da sala. Oh, Courtney, por que você teve que beijá-lo? Eu sabia que não deveria ter feito isso. Talvez tenha sido só o álcool que me fez fazer isso. Eu sei o que preciso. É o que sempre faço para entorpecer a dor.
Cheirando a substância branca pelo nariz, finalmente me solto e então não sinto nada. Vazio. É tudo o que sinto. Nunca me senti tão bem. Giovanni entra e dá uma olhada em mim. Ele sabe que estou chapada e provavelmente sabe o que acabou de acontecer momentos antes. A expressão no rosto dele diz tudo.
Ele me pega nos braços e apenas me segura, me confortando enquanto eu aproveito minha viagem, "Oh Courtney, sinto muito."
Sinto as lágrimas começarem a cair enquanto a sequência de eventos desaba sobre mim. As lágrimas não param e ele me sacode de volta à realidade, mas estou longe demais para me importar. Sinto meu corpo começar a relaxar, me deixando mole, e a última coisa que vejo é o rosto preocupado de Giovanni antes de desmaiar.
A dor de cabeça fica mais forte enquanto tento abrir os olhos e me sentar. Instantaneamente me arrependo de tentar fazer isso, pois a dor aumenta. Procuro na minha bolsa os analgésicos.
Olho para o meu telefone e vejo que tenho uma chamada perdida de Nate. Não tenho tempo para isso. A última coisa que preciso é mais drama. Lembro da última vez que falei com ele, foi quando Alec achou que precisava me reivindicar. Preciso falar com Caterina, talvez a gente vá ao clube para tomar uns drinks.
Vou usar o vestido mais revelador e os melhores saltos "me coma" que eu tenho. Sei exatamente o que usar. O vestido branco tomara-que-caia de comprimento médio com lantejoulas e meus saltos pretos. Enquanto terminava de me arrumar, dou mais uma cheirada na substância branca e, uau, agora me sinto ótima. Caterina e eu vamos para o bar e pedimos nossos shots.
Hmm, que estranho, Nate não está trabalhando no bar. Na verdade, ele não está em lugar nenhum. Ele sempre está aqui. Levo o copo aos lábios, tomo o shot e olho para o barman, "Onde está o Nate?"
Ele olha para mim e dá de ombros, "Não sei, só sei que ele ligou e disse que não podia vir."
Caterina e eu nos olhamos confusas. Isso não é nada típico dele. "Vamos, Caterina, vamos dançar."
Estamos no meio da pista de dança, balançando nossos quadris, quando o vejo entrar com Lucien. Ele trava os olhos em mim e aperta o maxilar. Qual é o problema dele?
Caterina me olha de forma maliciosa. Ah não. Eu conheço esse olhar, ela está tramando algo. "Ei, quero testar uma teoria. Quero que você vá flertar com o barman."
Ela me arrasta até o bar e eu olho sedutoramente para o barman, fazendo-o engolir em seco visivelmente, "Quando é seu intervalo, sexy?"
Ele gagueja. "Em... em cinco minutos. Você pode me acompanhar se quiser." Olho para Alec sorrindo e depois lambo os lábios para o barman.
"Me encontre nos fundos em cinco minutos."
Alec está furioso. Se ele apertar aquele copo com mais força, ele vai se estilhaçar. Ótimo. Talvez ele corte a mão. Começo a caminhar para os fundos quando esbarro em Lucien.
"Que jogo você está jogando? Só posso segurar Alec por tanto tempo antes que ele te rastreie." Lucien me avisa.
"Não me importo mais, ele deixou claro que aquele beijo foi um erro."
Ele foi quem me rejeitou. Ele não tem o direito de me reivindicar.
Maldito seja, Alec.
De repente, estou presa contra a parede e fico cara a cara com o próprio diabo. O olhar de Alec é sombrio. Predatório e extremamente zangado. "Você acha que é tão esperta, não é? Flertando com outro homem."
"Você não tem direito, idiota. Você não me possui!"
Ele segura meu queixo, forçando-me a olhar para ele. "Não possuo?"
"Você não possui, então..."
"Qualquer homem que ousar olhar para você é um homem morto. Vou colocar uma bala entre os olhos dele."
"Vai se foder, Alec." Eu sussurrei.
Se eu não tivesse ouvido Caterina, talvez ainda estivesse me divertindo, bebendo e dançando. Não. Eu simplesmente tinha que ouvi-la. Tento acertá-lo com o joelho nas bolas e ele me impede, "Eu não acho. Não desta vez. Esperei tempo suficiente."
Que diabos ele está falando? Antes que eu perceba, seus lábios estão nos meus novamente. Seu aperto em mim fica mais forte enquanto ele reivindica minha boca, meu corpo, e desta vez eu vou deixá-lo. Minhas pernas se enrolam em sua cintura enquanto ele me leva para uma das salas privadas. Minhas mãos descem até o zíper dele e ele me para, "Não aqui. Quando voltarmos para a mansão, me encontre no meu quarto." Ele se afasta, me deixando sem fôlego e ainda mais confusa. Eu realmente estava prestes a deixá-lo me pegar contra a parede neste clube?
Rapidamente encontro Caterina e ela tem o maior sorriso, "Eu sabia, ele estava com ciúmes, né?"
Reviro os olhos para a arrogância dela, "Cala a boca! Vamos sair daqui."
A viagem de volta para casa é silenciosa e tensa. Alec está no banco de trás comigo e Lucien na frente com Caterina. Sinto uma mão subindo pela minha coxa, fazendo-me encontrar os olhos famintos de Alec. Tento afastar sua mão, mas falho miseravelmente.
Finalmente, chegamos à mansão e eles nos deixam sozinhos, obviamente sabendo o que está prestes a acontecer. Eu me sento em seu colo enquanto ele beija meu pescoço e sussurra roucamente, "Uma vez que começarmos, não há volta."
Eu apenas aceno com a cabeça e começo a abrir o zíper dele, pegando-o em minhas mãos antes que ele me penetre, fazendo-me gritar seu nome de prazer. Investida após investida, ele me fode sem piedade, fazendo o carro balançar para frente e para trás.
Eventualmente, conseguimos entrar na casa e subir para a cama dele, onde tiramos nossas roupas e transamos até desmaiar.
Na manhã seguinte, sou a primeira a acordar e, felizmente, saio do quarto sem ser notada. Ando na ponta dos pés o mais silenciosamente possível e, quando chego ao meu quarto, vejo Lucien encostado na parede. "Então... Vocês já se foderam o suficiente para finalmente serem civilizados um com o outro?"
Droga! Eu esperava que ninguém descobrisse. "Saia agora e não diga nada a ninguém. Nem uma palavra."
Tiro as roupas da noite passada e começo o banho, deixando a água quente escorrer pelo meu corpo. Vou ter que ir à farmácia e comprar uma pílula do dia seguinte. Ele não usou camisinha e a última coisa que preciso é trazer uma criança para este mundo.
Saindo do chuveiro, enrolo a toalha ao redor do corpo e me seco. Preciso sair discretamente e ir à farmácia o mais rápido possível. Indo até a farmácia, encontro o que estou procurando e pago ao atendente. Engulo a pílula e dou de cara com Nate.
"Ei, quanto tempo! Quer ir até minha casa e passar um tempo?"
O que poderia dar errado, certo? "Claro, por que não." Começamos a caminhar em direção ao carro dele e, de repente, algo no meu instinto me diz para inventar uma desculpa e sair o mais rápido possível. "Olha, eu esqueci que disse à Caterina que tomaria café da manhã com ela."
Assim que me viro, sinto um pano pressionar minha boca e, de repente, tudo fica escuro.
"Nada pessoal..."
Alec
Acordo em uma cama vazia e me sinto desapontado. Onde ela está? Visto algumas roupas e vou bater na porta dela. Nenhuma resposta. Empurro a porta e vejo que ela já tomou banho e noto que sua bolsa e telefone também se foram. Ela não está aqui. Talvez esteja lá embaixo com todo mundo. Sento-me à mesa e olho para Caterina e Lucien, "Onde está Courtney?"
Eles olham para mim confusos enquanto ela dá uma mordida nos ovos, "Achei que ela estava com você."
Instantaneamente fico com raiva, "Droga! Ela foi embora!" Será que ela foi embora porque se arrependeu de dormir comigo? Achei que ela tinha parado de lutar contra mim e se entregado. Como pude ser tão estúpido a ponto de acreditar que ela realmente me queria? Tantas emoções passando pelo meu corpo agora. Não consigo lidar com isso agora.
Courtney, é melhor você tomar cuidado. Ninguém se afasta de Alec Vitale. Eu me afasto deles. Minha voz interior me avisa. E se ela foi sequestrada? Não, idiota, ela não foi sequestrada. Ela fugiu de mim como a covarde que é. Fugir é o que ela faz de melhor. Talvez ela merecesse mesmo esse homem a caçando. Talvez ela o tenha ferrado assim como fez comigo. Caterina entra correndo, sem fôlego.
"O pai de Lucien encontrou a bolsa e o telefone de Courtney abandonados na farmácia do centro."
De repente, a culpa me atinge como uma tonelada de tijolos. Ela não fugiu, seu idiota, ela foi sequestrada. Tudo está claro agora. Ela foi à farmácia para pegar uma pílula para não engravidar.
Caio de joelhos, lembrando do que Gio me disse há um tempo. Nate, aquele desgraçado. Ele é o espião e está associado ao homem que a está caçando. Lembro que Nate desapareceu exatamente na mesma hora em que ele estava no clube. Gio suspeitava de Nate, mas naquela noite ele me disse que todas as suas suspeitas foram confirmadas.
Não há registro de um Nate Matthews. Ele não existe e acabou de entregá-la a esse bastardo. Era meu trabalho protegê-la e eu falhei com ela. Tenho que encontrá-la e garantir que nada mais aconteça com ela. Garantir que ele nunca coloque outra cicatriz em seu lindo corpo.
Se algo acontecer com ela, nunca me perdoarei.