Capítulo 4
PONTO DE VISTA DE BELINDA
Eu olhei para a mulher com as sobrancelhas levantadas, "A menos que você goste de ficar presa assim, não vejo por que não." Não que alguém devesse reclamar quando está grudado a um espécime como John Callahan.
Se alguém me dissesse que eu encontraria o Solteiro Mais Elegível da News24 no meu primeiro caso de emergência, talvez eu tivesse feito mais esforços para me vestir melhor do que de forma desleixada.
"Eu não vou deixar esse maldito líquido chegar perto da minha pele." Ela gritou.
Ok, então ela é uma das loucas.
"Senhora, neste ponto você não tem escolha. Eu não posso separá-los sem usar isso." Eu franzi a testa. Sou médica, posso facilmente fornecer o tratamento e não é como se a acetona não estivesse devidamente diluída.
O Sr. Callahan olhou para a mesa atrás de mim e inclinou a cabeça em sua direção, "Para que servem aquelas coisas?"
Eu olhei para trás para ver o que chamou sua atenção... esmalte de unhas. "Pode ajudar a descolar a cola, mas não posso usar isso em vocês. Vai demorar horas. Tenho certeza de que você tem algum lugar importante para estar."
Então eu não disse exatamente que não estava esperando vocês nus com suas partes íntimas coladas, mas acho que ele entendeu o que eu quis dizer.
"Sim, eu tenho. Por favor, me dê a acetona." Eu estendi para ele, mas a mulher boba derrubou da minha mão, seus olhos fervendo de raiva como se eu fosse a responsável por tudo isso.
"Eu não vou deixar essa coisa vil chegar perto da minha pele." Ela olhou para o Sr. Callahan, "Eu te conheço. Você vai derramar tudo na minha pele de propósito."
Ele sorriu como se ela tivesse descoberto, não é como se ele fosse fazer isso...
"Uau, querida, eu não sabia que você me conhecia tão bem."
Ok, então ele ia fazer isso.
"Senhora, eu prometo, vou cuidar bem de você. Quanto mais tempo essa cola ficar no seu corpo, maiores serão suas queimaduras." Eu comecei a acalmá-la lentamente, não porque eu estava preocupada, mas porque estava cansada de meus olhos inocentes serem alimentados com a visão de duas pessoas nuas que eu nunca mais veria.
Essa cena estúpida está gravada para sempre na minha cabeça.
"Eu vou te tratar no minuto em que você sair daquele banheiro."
"Não, você não vai."
"Desculpe." Minha cabeça virou para ele tão rápido que fiquei tonta por um segundo.
"Você me ouviu. Você não vai fazer nada com ela. No minuto em que ela sair daquele banheiro, ela vai arrumar suas coisas e sair do meu quarto de hotel."
Eu olhei para os dois, meus olhos piscando entre os dois que estavam ocupados lançando olhares mortais um para o outro.
A mulher em questão estava com o rosto vermelho como se fosse explodir a qualquer momento. E ela explodiu.
"John! Você está louco? Como ousa me tratar assim?"
Ele a olhou com o olhar mais frio e mortal que já vi em um homem.
Estou louca por achar que ele fica ainda mais atraente com esse olhar fulminante?
"Eu não me importo se você morrer por causa dessa supercola, você merece, de qualquer forma, eu te trato." Seus dedos apertaram o maxilar dela enquanto ele inclinava o queixo dela para olhar nos olhos.
Estou presa em uma briga de amantes?
"Você deveria estar agradecida por eu ter poupado sua vida, embora eu esteja repensando essa decisão. Então, se você sabe o que é melhor para você, vai dizer à simpática doutora aqui onde está o anti-cola ou eu vou usar essa acetona em você. Sua escolha."
Anti-cola?
Será que esse show de horrores foi planejado?
Tem que ser, porque não importa quantas vezes eu pense nisso, não consigo imaginar uma maneira de isso ter acontecido se alguém não tivesse aplicado a cola.
Talvez seja um fetiche que deu errado? Pessoas ricas são conhecidas por fazerem as coisas mais estranhas.
Os olhos dela brilharam com lágrimas e meu coração sentiu pena dela por um segundo, mas ele nem parecia se importar com as lágrimas nos olhos dela.
Ele é tão insensível quanto dizem?
"Você sabe o que, John Callahan, eu espero que você sofra miseravelmente. Espero que você veja o amor e, toda vez, ele destrua seu coração em pedaços. Seu coração frio será o começo da sua ruína porque você é apenas uma estátua de gelo que não merece ser amada."
Eu me virei para o Sr. Callahan a tempo de vê-lo fechar os olhos como se estivesse frustrado por estar com ela por muito tempo.
"Eu nunca disse que queria amor, querida, especialmente o seu. Agora pare com toda essa encenação dramática e faça sua escolha ou eu farei por você, Calista."
Calista riu e respirou fundo, "Há um zíper escondido dentro do meu vestido."
Eu peguei o vestido branco que estava pendurado na cadeira e procurei pelo zíper.
"Encontrei." Eu puxei e olhei para o frasco minúsculo.
"Precisamos encher a banheira com água e misturar isso. Depois mergulhar por cinco minutos e tudo vai sair."
O Sr. Callahan pegou o frasco e carregou Calista para o banheiro. Eu tirei o frasco de pomada que tinha pego na farmácia e rapidamente arrumei minha mala sabendo que tudo finalmente estava resolvido.
Não demorou muito para Calista sair do banheiro e, quando saiu, pegou as roupas imediatamente.
"Aqui, pegue isso." Eu estendi o frasco para ela, "Você precisa–"
Ela levantou a palma da mão, "Não, obrigada. Eu vou me virar."
"Mas–"
Ela saiu.
Eu suspirei e deixei meus ombros caírem, isso é mais agitado do que um dia na emergência.
Quando o Sr. Callahan saiu, eu me aproximei dele e coloquei o frasco de pomada em suas mãos.
"Você precisa aplicar isso nas suas queimaduras para evitar que piorem. Sugiro que fique por uma hora ou mais quando terminar."
Eu olhei para o meu relógio de pulso, "Preciso voltar para o hospital. Cuide-se."
Eu me afastei, mas ele agarrou meu pulso e me puxou de volta para ele.
"O que–"
Ele pegou minha mão e colocou a pomada de volta nela.
"Passe em mim."
"O quê!"