08. PARAÍSO DOS DIAMANTES
ISABELLE NASH
Acordo antes do alarme tocar, a ansiedade já me fazendo companhia na cama. Hoje é o grande dia: minha entrevista na renomada joalheria em Chicago. Sinto uma mistura de excitação e nervosismo percorrendo cada célula do meu corpo. Levanto e caminho até o espelho, observando meu reflexo enquanto tento acalmar a tempestade de borboletas no meu estômago.
No closet, enfrento a difícil decisão de escolher o que vestir. Puxo algumas opções, colocando-as na cama. Um terno azul marinho, um vestido preto simples e elegante, e um conjunto de saia e blazer cinza. Cada peça me faz questionar: é essa a impressão que quero causar? Cada uma dessas escolhas pode dizer algo sobre minha capacidade de assumir a posição que tanto desejo?
Depois de alguns minutos de indecisão, opto pelo vestido preto. É simples, mas elegante, e me faz sentir poderosa. Para me proteger do frio de março em Chicago, escolho um sobretudo longo e elegante que combina perfeitamente com o vestido. Para completar o visual, escolho um par de botas de couro de salto alto e uma bolsa discreta.
Enquanto me visto, as dúvidas começam a invadir meus pensamentos. Estou realmente pronta para esse desafio? A competição será acirrada, e não sei o que esperar da entrevista. Respiro fundo, tentando afastar a insegurança. Preciso confiar nas habilidades que me trouxeram até aqui.
Antes de sair, dou uma última olhada no espelho. Ajusto o cabelo, verifico a maquiagem e me certifico de que tudo está perfeito. Hoje é o dia em que vou mostrar meu valor, e nada pode me parar. Com um último suspiro determinado, pego minhas chaves e saio, pronta para conquistar o mundo, envolta no meu sobretudo contra o vento cortante de março.
Saio do prédio, olho para a janela onde fica meu quarto, tentando descobrir se dá para ver alguma coisa de lá. Mas rapidamente descarto o pensamento, dirigindo-me ao ponto de táxi. Não quero correr o risco de me atrasar usando transporte público. Aceno para um táxi que se aproxima e entro rapidamente, agradecida pelo calor que me recebe.
"Rua Principal, 123, por favor," peço ao motorista, que acena com a cabeça e nos coloca em movimento.
Enquanto o táxi desliza pelas ruas ainda movimentadas da manhã cedo, pego meu celular para distrair a mente. Verifico minhas mensagens, e-mails e dou uma olhada rápida nas redes sociais. No entanto, não consigo me concentrar totalmente. Minha mente volta a uma cena da noite anterior: um homem de capuz parado em frente à minha janela, olhando diretamente para mim. Sua presença foi tão perturbadora que mal dormi, e agora, a ideia de ele me seguir até a entrevista me faz sentir um desconforto ao qual não estou acostumada.
Guardo o celular e decido olhar pela janela, tentando afastar essas memórias perturbadoras. A cidade está viva, pessoas indo e vindo apressadas, cafés movimentados com clientes em busca do primeiro café do dia. O sol, fraco mas presente, tenta aquecer a paisagem fria da estação.
O táxi faz uma última curva, e chegamos ao endereço desejado. A Diamond Haven Jewelry se destaca entre os outros prédios com sua fachada elegante e convidativa. Pago o motorista e saio do táxi, respirando fundo, tentando deixar para trás o nervosismo e a lembrança inquietante do homem de capuz. Hoje é um dia importante, e nada vai me impedir de dar o meu melhor.
Enxugo as mãos suadas no meu sobretudo, tentando acalmar os nervos que parecem dançar sob minha pele. Encarando a fachada da joalheria, meu coração bate mais rápido. Estou tão nervosa que mal consigo respirar. Respiro fundo, reunindo toda minha determinação, e dou um passo à frente, entrando na joalheria.
Assim que cruzo as portas, sou instantaneamente encantada pela decoração da área de recepção. O espaço é um espetáculo de elegância e sofisticação, com paredes adornadas com painéis de madeira escura e vitrines exibindo uma variedade deslumbrante de joias, cada peça iluminada por pequenos holofotes que fazem os diamantes brilharem intensamente. O chão de mármore brilha sob a iluminação suave, e um grande lustre de cristal no centro do teto adiciona um toque de glamour ao ambiente.
Caminho até a recepção, onde uma recepcionista me cumprimenta com um sorriso caloroso. "Bom dia! Posso ajudar?" ela pergunta, com uma voz tão acolhedora quanto seu sorriso.
"Sim, bom dia. Sou Isabelle Nash, estou aqui para a entrevista de emprego," respondo, tentando manter a voz firme apesar dos nervos ainda presentes.
Ela acena com a cabeça, compreensiva, digitando algo no computador. "Ah, sim, Isabelle Nash. Por favor, aguarde um momento na sala ao lado. Alguém virá buscá-la em breve para a entrevista."
Aceno com a cabeça e me dirijo à sala de espera indicada, ainda impressionada com a beleza do lugar. A cada passo, tento absorver a serenidade do ambiente, permitindo que a confiança se instale no meu peito.
Entro na sala, acomodando-me em uma das poltronas de tom rosado que estão meticulosamente posicionadas ao redor de uma pequena e elegante mesa central. O espaço é aconchegante e projetado para transmitir tranquilidade, com paredes em tons neutros e obras de arte delicadas que adicionam um toque de sofisticação ao ambiente.
Respiro fundo, sentindo o tecido macio da poltrona sob meus dedos. Observo as outras cadeiras ao redor, vazias por enquanto, e o silêncio do lugar me ajuda a organizar meus pensamentos. Dou uma olhada nas revistas sobre a mesa—edições recentes de publicações de moda e negócios—mas decido deixá-las de lado, preferindo fechar os olhos por um momento para me concentrar.
Enquanto espero, penso no que me trouxe até aqui. As longas horas de estudo, os estágios, e agora a possibilidade de um emprego que parece mais um sonho do que realidade. Meu coração ainda bate rápido, mas a ansiedade inicial dá lugar a um crescente senso de expectativa.
De repente, a porta se abre suavemente, e uma mulher elegante entra na sala. Ela se apresenta como a gerente de RH, com um sorriso acolhedor que me faz sentir bem-vinda.
"Isabelle, certo? É um prazer conhecê-la, sou Clara Thompson. Vamos começar a entrevista?"
Aceno com a cabeça, levantando-me ainda mais nervosa do que quando cheguei. Sigo-a até a sala de entrevistas, pronta para enfrentar as perguntas e mostrar minha paixão por joias e design.
A gerente de RH me conduz por um corredor até uma pequena sala bem iluminada, com uma mesa de vidro e duas cadeiras. Sento-me de frente para ela, e noto que ela tem uma pilha de papéis e meu currículo à sua frente. O ambiente é profissional, mas seu sorriso amigável ajuda a aliviar minha ansiedade.
"Então, Isabelle, obrigada por estar aqui hoje. Vamos começar com algo simples. Pode me contar mais sobre sua experiência com design de joias?" ela começa, mantendo contato visual, o que me dá uma sensação de interesse no que estou dizendo, diferente de outros lugares por onde passei.
Respiro fundo, tentando manter a calma. "Claro," começo, tentando projetar confiança. "Durante minha graduação em design de joias, tive a oportunidade de estagiar com alguns designers renomados, onde pude aprimorar minhas habilidades na criação de peças que são não apenas esteticamente agradáveis, mas também comercialmente viáveis. Meu projeto final foi exibido em uma exposição universitária, e recebi ótimos feedbacks tanto dos professores quanto dos visitantes."
Ela acena com a cabeça, anotando algo em seus papéis. "Interessante," comenta. "E sobre suas habilidades técnicas? Estamos procurando alguém que não apenas desenhe, mas que também possa trabalhar diretamente com os materiais. Você tem experiência com isso?"
"Sim, tenho." Continuo, sentindo-me mais confortável falando sobre minha paixão. "Trabalhei diretamente com forja de metais e corte de pedras preciosas. Acredito que entender o processo de fabricação é crucial para o design de joias, pois permite ao designer fazer escolhas mais informadas e inovadoras."
Ela sorri, parecendo satisfeita com minha resposta. "Isso é excelente. Nossa equipe valoriza muito a capacidade de integrar design e produção. Agora, conte-me sobre um desafio que você enfrentou em seu emprego anterior e como o superou."
Penso por um momento, escolhendo cuidadosamente meu exemplo. "Durante um dos meus estágios, fui desafiada a criar uma coleção de joias inspirada na arte moderna, o que estava fora da minha zona de conforto. Mergulhei em pesquisas, visitei exposições e experimentei formas e materiais não convencionais. O resultado foi uma coleção que não apenas respeitava a estética moderna, mas também foi comercialmente bem-sucedida. Foi uma grande experiência de aprendizado sobre adaptabilidade e inovação."
A gerente acena com a cabeça, claramente impressionada. "Isso mostra grande adaptabilidade e criatividade. Muito bem, Isabelle. Você tem alguma pergunta para nós sobre a posição ou a empresa?"
"Sim, gostaria de saber mais sobre os projetos atuais da Diamond Haven e como meu papel se encaixaria nos objetivos futuros da empresa."
Ela explica os projetos futuros e como estão expandindo sua presença no mercado global, detalhando onde minha experiência e habilidades seriam mais úteis. Sinto uma onda de empolgação ao pensar em fazer parte de algo tão dinâmico e inovador.
"Obrigada, isso parece incrível. Estou realmente empolgada com a possibilidade de contribuir para a equipe," respondo, com um sorriso sincero.
A entrevista termina com um aperto de mão firme e um convite para manter contato nos próximos dias. Ao sair da sala, sinto uma mistura de alívio e ansiedade. A oportunidade parece perfeita, e fiz o meu melhor para demonstrar meu valor. Agora, tudo o que posso fazer é esperar e torcer para que a próxima ligação traga boas notícias.
Agora preciso voltar para a fraternidade para me encontrar com Amara, para que possamos tentar visitar alguns apartamentos, e à noite tenho um turno no meu querido bar na boate mais cobiçada de Chicago.