




04. “... EU ME SINTO ÚNICO.”
Isabelle Nash
Ele me puxa abruptamente da pia, me colocando inclinada sobre ela e levantando meu vestido até a cintura. Seus pés separam os meus, alargando o espaço entre minhas coxas, me deixando completamente exposta.
O toque áspero de suas mãos em minha nádega envia arrepios pela minha espinha, dissipando o calor que me deixa úmida. É exatamente onde seus dedos tocam que provoca um grunhido satisfeito. Ouço apenas o abrir do botão de sua calça junto com o zíper. Ele esfrega a cabeça de seu pau sobre minha umidade, me fazendo mover os quadris impacientemente.
Suas mãos seguram firme, pressionando as pontas dos dedos em meu quadril, impedindo-me de movê-lo. Espalho as palmas das mãos no vidro à minha frente, que está completamente embaçado pelo frio contrastando com o calor do ambiente. Com apenas um movimento, ele me penetra tão forte que faz meu corpo se inclinar mais contra o mármore da pia. Meu gemido ecoa pelo banheiro, junto com o grunhido que escapa de seus lábios.
Os movimentos são precisos, urgentes, com estocadas firmes, alternando a velocidade apenas para me provocar, mas uma tortura que me deixa louca por mais. Ele se inclina sobre minhas costas, passando a ponta da língua pelo meu pescoço, me fazendo arrepiar, contraindo minha buceta ao redor de seu pau, pulsando dentro de mim.
Ele desliza as mãos pela lateral do meu corpo, me pressionando contra o mármore. Abro os lábios, soltando um gemido baixo ao sentir ele ir fundo, sem qualquer contenção. Minhas pernas parecem enfraquecer quando outra estocada me atinge. Minhas mãos deslizam pelo espelho, viro a cabeça, levando meus lábios ao meu braço, mordendo, suprimindo o gemido do orgasmo que se torna tão intenso com os espasmos do meu corpo.
Posso ouvir o grunhido que ele dá enquanto ainda me penetra, mesmo durante meu orgasmo, se afastando abruptamente, gozando sobre minhas nádegas. Fecho os olhos com força, recuperando o fôlego que parece ter escapado pelo meu corpo.
A vontade de me virar e passar a língua por cada centímetro de seu pau parece tão tentadora. Mas minhas pernas não respondem aos meus comandos, me mantendo no lugar. Ele se aproxima de mim, tocando minhas nádegas com o que parece ser um pedaço de papel, limpando a área.
"Simon..." sussurro, mas ele responde com um tapa forte na minha nádega direita, me assustando. A sensação ardente me faz tremer, uma sensação de queimação, dolorosa, mas estranhamente prazerosa.
Ouço o som dele fechando o zíper da calça, se retirando completamente do ambiente e de mim. Endireito meu corpo, me levantando, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. Baixo meu vestido delicadamente, movendo os quadris de um lado para o outro, lembrando que minha calcinha foi rasgada.
"Merda... Simon," protesto, me virando na direção que lembro ser a da porta. A luz retorna quando saio pela porta do banheiro, cegando meus olhos. Apoio a mão na parede, me ajustando ao brilho.
Olho ao redor procurando por Simon, mas não o vejo em lugar nenhum neste quarto. Dou uma olhada no espelho, verificando se estou apresentável o suficiente para voltar ao salão. Pego a máscara que deixei na mesa de cabeceira, colocando-a de volta no rosto, arrumando nervosamente o cabelo, tentando disfarçar a agitação que ainda sinto por dentro.
Passo a palma da mão pelo vestido, tentando encontrar algum senso de calma em meio à ansiedade que sinto. Por que ele foi embora sem dizer nada? Na verdade, ele não disse uma única palavra durante nossa necessidade de nos sentir, tão intensa, de uma maneira rude que nunca experimentei antes.
Com passos hesitantes, saio do quarto, caminhando pelo corredor em direção às escadas, encontrando algumas pessoas conversando, bebendo seus drinks sem se importar com nada ao redor. Mas algo dentro de mim sabe que as coisas nunca mais serão as mesmas entre Simon e eu.
Enquanto desço as escadas, meu coração parece bater mais forte a cada passo. Ao chegar ao patamar, levanto os olhos e encontro o homem de quem Simon me pediu para ficar longe. Por trás da máscara, posso sentir seu olhar intenso encontrando o meu, me prendendo em seu campo de visão. Uma sensação estranha toma conta de mim, meu coração pula uma batida, mas por algum motivo, não consigo desviar meus olhos dos dele, tão intensos e escuros.
Sem quebrar o contato visual, ele leva o copo aos lábios, pausando ali com um sorriso de canto, capaz de deixar qualquer mulher perdida. Meus olhos desviam momentaneamente, notando as tatuagens adornando sua mão e pescoço.
Ele se porta com uma postura elegante, hipnotizante, como a de um predador prestes a atacar. Luto para desviar o olhar de seu olhar, focando novamente nos meus próprios passos, recusando-me a sucumbir ao efeito que ele está tendo sobre mim.
Desço os degraus restantes, encontrando-me no salão de festas um pouco mais animado, pessoas dançando, risadas e brindes ecoando pela sala, me deixando atordoada com o barulho. Caminho entre a multidão, pedindo licença, procurando por Simon. Meu coração pulsando inquieto, não o vejo em lugar nenhum neste salão.
Decido pegar minhas coisas e ir embora. Talvez seja melhor apagar essa noite da minha memória. Ele fugiu de mim depois de toda a declaração, e ainda posso sentir o toque de suas mãos no meu corpo, marcando cada centímetro dele.
À medida que me afasto da agitação da festa, meu passo se torna mais determinado. Sinto como se estivesse em um sonho, flutuando entre a realidade e a fantasia, incapaz de distinguir onde uma termina e a outra começa. É então que ouço vozes familiares vindo de fora. Paro por um momento, curiosa, e me aproximo cautelosamente. E lá estão eles, Simon e Evelyn, discutindo acaloradamente.
"Considero nosso noivado terminado, Evelyn. Não vou viver minha vida com alguém que não amo e que quer algo de mim que não posso oferecer." Simon soa nervoso em seu tom de voz.
Meu coração aperta ao ver a tensão entre eles, e me sinto uma intrusa indesejada em sua intimidade. Mas algo me impede de simplesmente virar as costas e ir embora. Evelyn começa a chorar, tentando alcançar Simon, que se afasta, notando minha presença.
O olhar de desdém que ela lança em minha direção é evidente enquanto seu rosto se contorce em desaprovação. Ela enxuga as lágrimas, assumindo uma postura completamente fora de controle.
"É por causa dela, não é? Sempre por causa dela," murmura amargamente, sua voz carregada de ressentimento.
Ela tenta se aproximar, mas Simon a segura pelo braço, conduzindo-a até o carro que a aguardava. Seus olhos encontram os meus por um breve momento, e neles vejo uma mistura de emoções: culpa, tristeza e algo mais que não consigo identificar.
"Desculpe, Belle," murmura ele antes de ajudar Evelyn a entrar no carro e fechar a porta com um suspiro pesado.
Fico ali, atordoada pelo que acabei de presenciar. Um turbilhão de emoções me envolve, deixando-me incerta sobre o que fazer a seguir.
"Eu... eu preciso ir, Simon," digo com a voz trêmula, lutando para processar o que acabei de ouvir.
Ele se aproxima, pegando minha mão e levando-a aos lábios em um gesto de conforto.
"Desculpe por não ter voltado," murmura, sua expressão séria e preocupada. "Evelyn perdeu completamente o controle aqui fora."
Um arrepio percorre minha espinha enquanto suas palavras ecoam em minha mente.
"Espere... você não voltou lá para cima?" pergunto, minha voz soando confusa e trêmula. Se Simon não voltou para o quarto, então quem estava comigo no banheiro? Um sentimento de desconforto se instala em meu peito, e me sinto ainda mais perplexa do que antes.
Olho nos olhos de Simon, procurando respostas que ele parece incapaz de me dar. Parte de mim quer confrontá-lo, exigir a verdade sobre o que realmente aconteceu, mas o ar parece escapar dos meus pulmões. A incerteza e o medo me paralisam, dificultando até mesmo formular as palavras certas.
Simon parece perceber minha confusão e angústia, mas sua expressão é indecifrável. Ele fica em silêncio por um momento, como se pesando suas palavras, antes de finalmente dizer, "Eu... eu não voltei. Precisei controlar Evelyn; ela estava atraindo muita atenção. Sinto muito."
Suas palavras me atingem como uma avalanche, deixando-me sem chão. Se Simon não estava comigo no banheiro, então quem estava? Um turbilhão de pensamentos e emoções passa pela minha mente; eu me entreguei completamente a alguém desconhecido, pensando que era ele.
Sinto-me perdida, desamparada, incapaz de encontrar uma saída. Como não percebi que algo estava diferente, mesmo na escuridão? E ao olhar nos olhos de Simon, vejo a sombra da dúvida e do arrependimento refletida neles, mas também vejo algo mais profundo, algo que não consigo identificar completamente.
Por um momento, quase perco a coragem de seguir em frente, de enfrentar a verdade diante de mim. Mas então, com um último suspiro, me afasto dele.
"Eu realmente preciso ir, Simon," digo com a voz trêmula, minha mente ainda girando com perguntas sem resposta. "Acho que é melhor esquecermos o que aconteceu naquele quarto. Obrigada pelo convite."
Sem esperar por uma resposta, me viro e me afasto, deixando para trás o homem que um dia pensei conhecer. Enquanto caminho em direção à saída, uma mistura de emoções me consome: confusão, tristeza, raiva e um profundo desejo de encontrar respostas para as perguntas que me assombram.
Me pergunto quem era o homem misterioso que me fez sentir única naquele banheiro escuro, quem era o estranho cujo toque ainda queima em minha pele.