Passado e presente
"Não é nada sério." Kyle se afastou depois de examinar o ferimento no pescoço de Saya, enquanto Yifang suspirava aliviado.
"Da próxima vez, não a morda tão forte. E se quiser reivindicá-la, faça isso sem a coleira. E você, princesinha, da próxima vez não venha me visitar com um ferimento."
Ele disse a ambos, um por um, enquanto Yifang desviava o olhar de seu tio.
Depois de aplicar o remédio, Saya saiu com Yifang. Naquela noite, ela dormiu tranquilamente enquanto Yifang tentava não deixá-la desconfortável.
No dia seguinte, a rainha a chamou. Saya foi encontrar a rainha e, ao chegar lá, encontrou o homem que a atacou.
Yifang estava lá e ela se escondeu atrás dele. A rainha queria que Yifang deixasse Saya ir, e ele teria feito isso, mas Saya não o segurou assim. Ela não tinha ninguém naquele palácio e só ele podia protegê-la.
"Ela não vai a lugar nenhum."
"Yifang." A rainha Lycan tinha uma expressão severa, pois já havia prometido ao príncipe alfa que ele poderia levar Saya hoje.
"Ela é minha companheira. Você não pode impedi-la de ficar aqui."
"Ela é minha esposa e você também não pode levá-la." Yifang respondeu enquanto o aperto de Saya em seu braço se intensificava.
"Você, garota. Não quer ir com seu companheiro?"
A rainha questionou Saya, que parecia assustada.
"Eu tomarei a decisão do que ela quer. De agora em diante, não a chame para assuntos como este."
Yifang respondeu e segurou a mão de Saya. Ele a levou para fora enquanto Saya não conseguia expressar sua gratidão.
Quando todos saíram, a rainha Luna fez uma ligação mental para alguém e logo um homem entrou na sala e se curvou diante dela.
"Mate-a."
..........
"Príncipe Yifang."
"Hm."
Yifang tirou a camisa e deitou na cama.
"Você tem muitas cicatrizes no corpo." Saya estava fascinada enquanto Yifang pensava que ela estava zombando dele por causa de suas cicatrizes feias.
"Essas doem?"
"Não pode calar a boca?"
"Como você conseguiu essas? Em lutas. Você é um lutador muito bom. Vai me ensinar a lutar? Eu também quero me proteger."
Ela acrescentou enquanto Yifang franzia a testa. Por que ela precisa aprender a lutar? Como alguém poderia machucá-la quando havia uma longa fila de pessoas prontas para lutar por ela?
Ao lembrar do príncipe alfa, uma onda de raiva subiu em seu coração. Ele culpava Saya por tudo.
"Eu vou embora amanhã." Saya informou Yifang, que não disse nada. Ela estava visitando seu reino, pois era o aniversário de sua irmã mais nova.
"Você vai sentir minha falta se eu for embora?"
"Não."
Yifang partiu seu coração instantaneamente.
"Mas eu vou sentir sua falta." Ela disse a ele, que se virou para ela.
"Não se apaixone por mim, princesa. Você sabe a verdade. Eu tenho uma companheira e não é você." Ele disse a ela com raiva. Se ela tinha um companheiro, ele também tinha. Por que ele sentiria ciúmes quando ela deveria ser a única a sentir isso?
Saya não disse nada e se virou para o outro lado, fazendo Yifang se sentir mal. Talvez ele não devesse ser tão duro com ela, mas o que mais ele poderia fazer? Ele não queria que ela se apaixonasse por ele quando sabia que ela não significava nada para ele.
"Eu volto em uma semana."
"Você pode ficar lá por um mês. Eu não me importo nem um pouco."
Depois disso, Saya não disse mais nada. Ele a odiava e ela estava ciente disso. Não havia nada que ela pudesse fazer para conquistar seu coração.
No dia seguinte, Saya deixou o palácio em uma carruagem. Havia apenas uma criada com ela.
Ela estava feliz por voltar. Enquanto contava a Merry sobre seu reino, a carruagem parou de repente.
"O que aconteceu?"
Merry perguntou ao cocheiro, mas uma espada perfurou a porta, fazendo-as gritar. A porta foi arrancada, revelando um homem do lado de fora.
"Princesa, corra."
Merry disse a Saya enquanto se transformava em sua forma de lobo e atacava o homem. Saya não conseguia respirar de medo ao ver os dois lobos se enredando no chão.
O homem era um lycan e muito mais poderoso que Merry.
Ele jogou Merry contra uma grande árvore, que caiu e voltou à sua forma humana. Ela não conseguia se mover e só podia ver Saya correndo à distância enquanto o homem começava a segui-la.
Saya correu e correu, mas teve que parar quando o caminho terminou. Ela estava na beira de uma cachoeira.
Olhando ao redor, ela não conseguia encontrar uma saída enquanto o homem se aproximava.
Ela estava assustada quando ele puxou a espada. Seu rosto estava escondido por uma máscara, então ela não sabia quem ele era.
"Por que você quer me matar? Você não sabe quem eu sou? Você acha que o príncipe Yifang vai deixar você ir facilmente?"
Ela o ameaçou enquanto seu coração tremia como uma folha seca.
"Perdoe-me, princesa. Mas é uma ordem do príncipe."
O homem disse calmamente enquanto dava um passo à frente e Saya recuava. Não havia espaço atrás dela.
"Você está mentindo. Ele não pode te matar."
Ela não queria admitir que Yifang queria matá-la.
O homem não disse nada e levantou a espada para matá-la, mas Saya recuou. De repente, seu pé escorregou e ela caiu pela encosta.
Um grito ecoou e lentamente desapareceu na distância.
O homem olhou para baixo, onde podia ver o corpo nas pedras afiadas. Ele não tinha certeza se ela estava morta ou não, então desceu para verificar.
Saya tentou abrir os olhos, sentindo seu corpo dormente com toda a dor. Por trás do véu de sangue, ela viu o homem se aproximando. Ele parou perto dela e, vendo que ela estava respirando, levantou a espada.
"Vou te ajudar a se livrar da sua dor."