Homem invisível
Tempestade
Enquanto fumava, vi Carmen com um homem careca e uma mulher com cabelo colorido de arco-íris. Só uma garota estaria com Carmen: Sawyer Lily Hughes. O balanço dos quadris dela em suas calças de couro e saltos vermelhos quase me fez deixar cair o cigarro. Ela ficou curvilínea nos lugares certos e não é mais a vara de pescar que éramos antes. Tenho que ajustar minha virilha ao vê-la. Ela não percebe que estou aqui observando-a.
Nunca deveríamos tê-la deixado, mas não tivemos escolha. Aos dezenove anos, tivemos que escolher entre a prisão por assassinato ou nos juntar aos Death Kings, um grupo sancionado pelo governo especializado em assassinato e espionagem.
Os Death Kings começaram como uma organização criminosa subterrânea em Palomino Bay, Texas, conhecida como Cards Royalty. Treinamos com eles por três anos e depois fomos para missões.
Agora finalmente podemos voltar para casa. Grêle, Louisiana, será a base de operações para nossa equipe. Como o nome da cidade significa tempestade, somos chamados de Tempestade.
Os Kings têm muitos grupos como o nosso espalhados por aí. Um deles tem minha amiga/irmã de criação como médica de campo. Eu não gostava do CHOAS inicialmente, mas depois de ver o quanto eles mimam Carley, passei a gostar deles. Aprendi que podia confiar neles com minha melhor amiga, uma mulher que passei a considerar como irmã.
Meus irmãos saem do clube justo quando Carmen e Sawyer sobem em uma grande caminhonete preta. Jensen está de braços cruzados com uma carranca no rosto. Carter está sorrindo de orelha a orelha. Tenho a sensação de que ele conseguiu tocar e segurar nossa garota. JT está imitando Jen, só que parece mais magoado do que zangado. Eu nem sequer deixei a mulher que todos nós amamos saber que eu estava na cidade, muito menos que a estava observando.
"Carmen está furiosa comigo. Ela não me deixa explicar nada. Sawyer nem me deu chance de falar," lamenta Jensen.
O que ele esperava? Todos nós a abandonamos.
Quando Carter saiu de sua instalação, ele tomava cuidado para ligar para Sawyer à noite, se não estivéssemos trabalhando, já que ele tinha conseguido o número dela. Uma vez por mês era o máximo que podíamos arriscar, usando um celular descartável. Carter colocava o telefone no viva-voz para ouvir a voz sensual de Sawyer.
"Pelo menos ela não quebrou seu nariz," resmunga JT. Olho para a camisa dele, notando o sangue seco na frente.
Interessante. Acho que crescer conosco foi bom para ela, tornando-a rígida e capaz de cuidar de si mesma. No entanto, não podemos levar todo o crédito, já que ela cresceu no MC.
"Não sei do que vocês dois estão reclamando," Carter dá de ombros com um sorriso. "Eu consegui que ela enrolasse as pernas em mim enquanto segurava aquele traseiro incrível. Sério, ela tem a melhor bunda que já senti." Carter sorri como um idiota convencido.
Balanço a cabeça para meus irmãos. "Bem, acho que isso é melhor do que ser invisível," digo, esmagando meu cigarro sob a bota.
"Vamos para o apartamento. Precisamos descobrir como voltar às boas graças dessas garotas. Se não conseguirmos, elas podem se tornar alvos desprotegidos para outros. Precisamos mantê-las seguras, o que significa que precisamos reconquistar a confiança delas." Recebo acenos de cabeça em resposta.
Jensen sobe no banco do passageiro enquanto eu entro no banco do motorista. JT e Carter entram no Ford Torino Cobra laranja de 1970 do Carter.
Sawyer, vamos reconquistar você. Afinal, você é a Bonnie para o meu Clyde. Você pertence a nós pelo resto de nossas vidas. Só espero que nossa obsessão por ela não a mate.