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Traição

Diane era a melhor amiga de Samantha. Elas eram melhores amigas desde o primeiro dia de Samantha no ensino fundamental. Samantha estava em um país estrangeiro pela primeira vez na vida e estava nervosa e animada ao mesmo tempo.

Levou semanas e muitas súplicas de sua avó antes que seu pai concordasse em enviá-la para a prestigiada escola particular de onde sua irmã se formou na Suíça. Ele estava convencido de que ela iria manchar ainda mais o precioso nome Da-Silva se fosse permitida estudar fora da América.

Embora Samantha estivesse animada para conhecer novas pessoas e talvez fazer amigos, já que não tinha nenhum em casa, ela estava nervosa em assistir à sua primeira aula por causa das diferenças socioculturais entre os dois países, que estavam a continentes de distância um do outro.

Será que ela seria aceita ou seria como nos filmes, onde estudantes estrangeiros eram intimidados e sempre tinham dificuldade em se encaixar? No entanto, ela imediatamente se sentiu à vontade e feliz durante a apresentação da turma quando ouviu o nome, Diane Smith.

"Uma americana!?" Samantha questionou e sua mente se tranquilizou quando soube que Diane também era americana. Aqui estava alguém com quem ela poderia se relacionar e se identificar na turma, pensou feliz consigo mesma.

Quando chegou a vez de Samantha se apresentar para toda a turma, ela conseguiu falar com ousadia e confiança, como uma verdadeira Da-Silva que era. Todos os traços de nervosismo desapareceram.

Diane foi a primeira a se aproximar de Samantha imediatamente após o término da aula. A nova garota da América a fascinava. Ela ficou impressionada com a confiança, vivacidade, humor e charme com que Samantha falou ao se apresentar.

Diane nasceu na Suíça e só esteve nos Estados Unidos duas vezes nas férias, quando seus pais conseguiam tempo livre do trabalho. Ela também estava animada para conhecer uma garota da sua idade que acabara de chegar de seu país de origem.

Diane, que era uma borboleta social, era bastante popular entre alguns dos alunos. Ela apresentou Samantha aos seus amigos e contou o que era aceitável na escola em termos de moda para não se destacar como um dedo dolorido. Quanto à preocupação de ser intimidada... Quem ousaria intimidar a amiga de Diane!?

Samantha, por sua vez, contou a Diane tudo sobre a América, especialmente o estado da Califórnia... Tudo o que Diane não ouviu de seus pais e não viu nas redes sociais, ela aprendeu com Samantha.

As duas garotas eram como gêmeas siamesas inseparáveis desde o primeiro dia do ensino fundamental até se formarem no ensino médio. Elas foram aceitas na mesma universidade e se matricularam no mesmo curso, contabilidade.

Convencer seu pai a deixá-la ficar na Suíça para a universidade foi outra rodada de súplicas. Uma das muitas regras e condições ridículas que ele deu à sua avó antes de permitir que ela ficasse foi que Samantha sempre voltasse e passasse o fim de semana na casa deles na Suíça, onde sua avó estava para ficar de olho nela.

Quando Samantha tinha dezoito anos, durante seu segundo ano na universidade, seu pai veio à Suíça para uma conferência de negócios sem avisar. Naquela sexta-feira em particular, ela ficou fora a noite toda e o sábado inteiro comemorando o aniversário de Diane. Ela voltou para casa na manhã de domingo e encontrou seu pai furioso, que exigiu sem rodeios à sua avó...

"Ou ela se transfere de volta para a América ou será deserdada!"

Ele falou com sua avó como se Samantha não estivesse na sala com eles. Ele nem sequer disse seu nome, mas escolheu usar um pronome. Samantha ficou magoada com sua atitude. Ela sentiu que ele estava esperando a oportunidade de deserdá-la há muito tempo.

"Por que você me odeia tanto!? Eu estava apenas na casa da minha melhor amiga comemorando o aniversário dela... Qual é o mal nisso!?" Ela disse a ele, mas ele manteve sua posição.

Samantha escolheu ser deserdada, para surpresa e irritação de seu pai, antes que ele saísse da casa furioso. Se não fosse por sua avó, que continuava chorando e implorando, Samantha teria ficado feliz em se livrar do nome Da-Silva ali mesmo. Eles nunca a quiseram de qualquer maneira, então qual é o ponto!?

Diane insistiu e convenceu seus pais a deixá-la voltar para a Califórnia com Emma. Era uma ótima oportunidade para ela conhecer sua família extensa e se misturar com as pessoas.

Samantha confiava em Diane com sua vida. Elas eram irmãs de alma que tinham uma conexão profunda desde o momento em que se conheceram. Por isso, ela achou difícil acreditar na primeira vez que Ty lhe disse que Diane estava dormindo com Justine, seu namorado. Ela pensou que ele tinha inventado a história porque ela o rejeitou.

E ainda achava muito difícil de acreditar, mas decidiu ligar para Shey, a garota com quem ambas fizeram amizade quando voltaram para a América. Ela precisava se livrar da pequena semente de dúvida que Ty havia plantado em seu coração.

O telefone tocou por um bom tempo e Shey finalmente atendeu justo quando Samantha decidiu parar de ligar.

[Oi Sam! Por que você ainda não chegou? Por favor, não me diga que você não vem mais porque essa festa está precisando da sua energia.] A voz de Shey soou alta sobre a música que Samantha podia ouvir tocando ao fundo assim que ela atendeu a ligação.

[Já estou a caminho. Estarei aí mais rápido do que você imagina.] Samantha respondeu e riu antes de continuar. [Shey, você poderia ser um amor e passar o telefone para Justine, por favor?]

[Desculpa, garota, Justine não está aqui...]

[Sério? E Diane? Ajude a passar o telefone para ela então.]

[Diane me disse que ia ao banheiro feminino há uns cinco minutos... Me pergunto por que está demorando tanto? Não se preocupe, vou verificar e pedir para ela te ligar.]

[Ah, não se incomode, estou recebendo uma ligação dela agora mesmo. Te vejo em breve.] Samantha disse e imediatamente desligou a chamada.

Não havia nenhuma ligação entrando. Ela só não queria que Shey alertasse Diane de que ela estava procurando por ela. Isso significava que ela acreditava que seu namorado estava traindo-a com sua melhor amiga?

Só de pensar nessa possibilidade, ela sentiu uma sensação estranha, como um frio que apertava e esmagava o centro do seu peito.

'Eles dois não estão na festa!?' Ela pensou com medo e lembrou-se do que Ty lhe disse...

'Eles estão sozinhos juntos agora. Alugaram um quarto no hotel Lakes ao lado do clube onde estamos tendo a festa de TGIF.'

'Deus, por favor, não deixe isso ser verdade... Não é verdade.' Ela orou silenciosamente em sua mente enquanto procurava no chão por seus grampos de cabelo espalhados. Ela conseguiu domar os cachos apressadamente da melhor maneira que pôde antes de pegar suas chaves e sair apressada do quarto.

'Como os dois podem estar ausentes da festa ao mesmo tempo?... Deve haver uma razão genuína para isso. Sim, tenho certeza de que eles têm uma razão.' Ela se assegurou sem muita convicção enquanto corria para o carro.

+

O clube e lounge Lakes era propriedade de Brad Beckley, um dos três irmãos da família Beckley, que era uma das famílias mais ricas da Califórnia. Era um clube de strip-tease normalmente frequentado pelos ricos solteiros e solteiras da elite do estado.

Entrar no Lakes era estritamente por convite e festas como a TGIF dos Scholar Suits só podiam ser realizadas no Lakes por recomendação de um frequentador respeitável do clube.

A recomendação para a festa TGIF veio de Abby, uma estudante de Polímeros e Têxteis do terceiro ano que também tinha um quarto no mesmo albergue Scholar Suites que Samantha. Abby, que era invejada pela maioria das garotas que tinham um quarto no Scholar Suites, conseguiu dar a recomendação porque estava namorando um dos irmãos Beckley.

O enorme prédio do hotel Lakes ficava bem ao lado do clube e lounge Lakes. Samantha dirigiu pelo portão do hotel, estacionou o carro e foi direto para a recepção, onde realmente havia um envelope marrom com seu nome escrito nele esperando por ela.

Enquanto caminhava em direção ao elevador que a levaria ao andar que ela estava indo, Samantha foi tomada novamente pela estranha sensação de medo, pensando...

'E se Ty estivesse tentando me pegar sozinha no quarto do hotel?'

"Tanto faz... Deixe-o tentar o melhor que puder." Ela respondeu baixinho para a voz. Samantha estava confiante na aula de autodefesa que uma vez fez na Suíça e também sentiu dentro da bolsa para ter certeza de que ainda tinha seu spray de pimenta.

'Deixe Ty dar o seu melhor.'

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