Capítulo 4 - Introduções
Sigo pelo corredor do meu quarto em direção a um conjunto de escadas em espiral que vejo à minha frente. O corredor é muito parecido com o quarto em que eu estava, paredes brancas, piso de madeira, peças de arte de bom gosto espalhadas aqui e ali, um aparador com um vaso de lírios frescos à minha esquerda enquanto caminho mais adiante. Do topo das escadas, tenho uma visão perfeita do espaço aberto abaixo. Como o resto da casa, as paredes são brancas, no entanto, os móveis parecem acolhedores e convidativos, uma mistura de creme, dourado, bege e um toque sutil de azul cobalto compõem as muitas almofadas espalhadas de um grande sofá de canto que domina o espaço, com uma grande mesa de centro de carvalho no centro. Uma TV grande, de pelo menos 75 polegadas, está fixada na parede distante. Do outro lado das escadas, há uma grande cozinha aberta com uma ilha central e um balcão de café da manhã com 4 banquetas. Os armários são do mesmo azul cobalto, lembrando-me do oceano com tampos de carvalho. Meus olhos continuam a olhar fixamente para a ilha da cozinha e minha respiração se prende, enquanto observo Bryant e dois outros homens, que não reconheço, sentados ao redor dela, bebendo café e conversando baixinho entre si.
Eles ainda não me notaram, então tenho a chance de observá-los de longe. Todos os três são homens bonitos, seria preciso ser cego para não apreciá-los. Todos os três têm facilmente mais de um metro e oitenta, bronzeados, ombros largos e músculos das costas que se movem de uma maneira que me faz lamber os lábios e imaginar como seria passar minhas unhas por eles. Jesus, o que diabos há de errado comigo? Eles me sequestraram e aqui estou eu babando como uma colegial apaixonada. Sabendo que não posso ficar onde estou, limpo a garganta suavemente, três cabeças se viram para fixar o olhar em mim, e então começo a descer lentamente a escada.
Eles ficam em silêncio enquanto desço a escada, mas sinto seus olhos em mim enquanto mantenho os meus fixos no chão, meu estômago revira e minhas pernas parecem que não vão me sustentar, fazendo-me segurar firmemente no corrimão para me equilibrar, e sinto minhas palmas começarem a suar. Chego ao final da escada e caminho em direção à ilha da cozinha, levantando meu olhar para encontrar o deles, suas expressões são indecifráveis, mas posso dizer que estão observando cada movimento que faço, como pítons prontos para atacar a qualquer momento, esses homens parecem perigosos sem mover um centímetro.
Chego à cozinha e volto meu olhar diretamente para Bryant e espero, com uma sobrancelha levantada em questionamento. Sim, amigo, você me deve uma boa explicação pelo que acabou de fazer. Mas, para minha surpresa, é o homem à esquerda de Bryant que fala primeiro.
"Oi, eu sou Chase. Café?" ele pergunta, casualmente. Sem esperar minha resposta, ele se afasta da ilha da cozinha com os cotovelos e vai até a máquina de café, pegando uma caneca na prateleira de vidro acima. Eu o observo enquanto ele se move, ele é tão bonito quanto Bryant, mas parece mais um surfista, com longas franjas loiras caindo na frente dos olhos que ele afasta descuidadamente enquanto prepara minha xícara. Colocando-a na minha frente com um sorriso e uma piscadela, ele se move para se encostar na parede distante, cruzando os braços sobre o peito largo. Ele acabou de piscar para mim?
Balançando a cabeça, levo a xícara quente aos lábios e tomo um gole. Quase gemo de prazer enquanto o líquido fresco e quente desce pela minha garganta. Segurando a xícara firmemente, volto a encarar Bryant. Seu rosto não revela nada, mas os músculos tensos em seus ombros e a veia pulsando em seu pescoço me dizem que ele está tenso, nervoso talvez?
Sem rodeios, sibilo para ele duramente, "você tem algumas explicações a dar."
"Não temos que te dizer nada," rosna uma voz à minha direita, me fazendo pular. Eu tinha esquecido do terceiro homem na sala. Virando-me para encarar o homem agora, dou um passo involuntário para trás. Ele é construído como Bryant e Chase, mas seu rosto é frio, sua expressão sombria, seu cabelo é curto e preto como azeviche, combinando com seus olhos. Não acho que já tenha visto alguém com olhos negros antes. Eles me lembram de um tubarão, frios e sem vida.
"Calma, Michael," Bryant diz, dando um passo à frente para acalmar a situação.
"Ivory, este é Michael. Ele e Chase são membros da minha equipe," ele explica.
"O que isso tem a ver comigo? O que diabos estou fazendo aqui? E onde é aqui?" pergunto, quase implorando agora.
"Venha se sentar e eu vou te explicar tudo."