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Lançando-lhe um olhar muito confuso e certificando-me de que ele percebesse para que recuasse um pouco, segui em frente e fui para a minha próxima aula, esperando que essa fosse a primeira e única vez que eu veria esse idiota.
Passei o dia inteiro com Elliot ao meu lado porque tínhamos quase o mesmo horário e aulas semelhantes. O verdadeiro choque para mim foi que Christian também tinha exatamente as mesmas aulas que eu. O dia todo, ele estava ou ao meu redor, ou sentado atrás de mim, e definitivamente havia algo errado comigo. Eu não conseguia evitar sentir uma estranha e forte atração que me fazia procurá-lo. Meus olhos o buscavam quando ele não estava por perto e, quando ele estava, eu evitava olhar em seus olhos por causa da sensação que seu olhar provocava em todo o meu corpo.
A sensação de tê-lo perto de mim era como uma inegável atração e, bem... excitação. Sempre que eu o sentia perto, a única coisa que passava pela minha cabeça era correr para frente e fazer com que ele me tomasse em seus braços. A antecipação, a excitação e o desejo de sentir seus lábios nos meus eram tão fortes que eu tinha certeza de que perderia todo o controle até o final do dia. E por causa de todos esses sentimentos estranhos, eu estava pirando.
O que diabos estava acontecendo comigo?
Era hora do almoço, e Elliot e eu estávamos caminhando em direção ao refeitório para comer. Estranhamente, pela primeira vez em tantas horas, eu havia perdido Christian. Ele não estava em lugar nenhum perto de mim. Por um lado, eu estava tão aliviada que era impossível descrever em palavras. Ao mesmo tempo, eu estava chateada por não conseguir encontrá-lo.
Estar perto dele me dava estranhamente uma sensação de proteção. Se fosse outra pessoa no meu lugar, teria ficado completamente assustada com a forma como Christian esteve perto de mim o dia todo, mas minha mente louca estava encantada. Meu olhar o procurava, tentando vislumbrá-lo e assegurar meu coração de que ele não tinha ido a lugar nenhum e estava apenas perto de mim.
Estávamos caminhando pelo corredor em direção ao refeitório quando de repente ouvi a voz de uma garota vindo da sala de aula próxima. O som era como se alguém estivesse estrangulando a garota e ela estivesse com muita dor. Imediatamente parei. O que diabos estava acontecendo?
Decidindo ver o que estava acontecendo, disse a Elliot para esperar ali e entrei na sala para verificar se não estava ocorrendo um assassinato.
Assim que entrei na sala e olhei para a cena à minha frente, me arrependi instantaneamente de ter entrado. Queria vomitar ao ver aquilo e nem sabia por quê. A cena à minha frente não era horrível ou inapropriada - muito - mas eu ainda estava infeliz e angustiada.
Na minha frente, havia uma garota e Christian se devorando. A garota fazia barulhos nojentos enquanto Christian devorava seus lábios e os mordia com força, sem nenhuma piedade. Seus lábios se moviam sobre os dela fervorosamente, enquanto ele segurava a parte de trás da cabeça dela, apertando seu cabelo em um punho firme, inclinando a boca dela de um jeito que ela não conseguia fazer nada além de deixar que ele tomasse o que quisesse. Uma das mãos de Christian estava dentro da blusa da garota, provavelmente apertando seu seio macio.
Que nojo!!!
A garota estava de costas para mim, enquanto Christian estava encostado na parede atrás dele. Quando meu olhar passou das costas da garota para Christian, encontrei seus olhos já fixos no meu rosto com um sorriso de canto. Por alguma razão completamente desconhecida, senti uma dor aguda no estômago ao ver aquela cena.
Senti como se meu coração estivesse queimando e uma dor enorme no peito. Senti ciúmes porque ele estava beijando outra garota, mesmo que eu nunca tivesse visto ou falado com ele na vida.
O que havia de errado comigo?
Tudo isso, tudo o que estava acontecendo desde a manhã sempre que eu estava perto de Christian, estava me deixando louca. E o sorriso no rosto dele era nada mais do que um tapa de água fria na minha cara que me trouxe de volta à realidade e me fez perceber que eu ainda estava olhando para ele e parada na frente dele, encarando seus olhos sem motivo, sem direito de fazer isso.
Virando-me imediatamente, recuperei todos os meus sentidos e empurrei para longe a dor aguda que queimava meu peito por dentro. A próxima coisa que soube foi que eu estava correndo para fora da sala para encontrar Elliot. Eu não conseguia suportar ficar naquele lugar ou olhar para Christian novamente. Eu só queria sair dali porque a dor no meu coração estava literalmente me esmagando a ponto de querer chorar.
Engolindo respirações profundas, empurrei para longe todos os sentimentos que eu definitivamente não deveria sentir hoje, e muito menos por um completo estranho, e comecei a procurar por Elliot. Eu o encontrei um pouco distante da sala, encostado em uma parede com um ombro enquanto jogava um jogo de luta no celular. Assim que voltei, ele olhou para cima da tela, sorriu para mim. Apertei os lábios e, para ser educada, sorri de volta enquanto sentia como se algo estivesse sendo esmagado dentro do meu peito. Balançando a cabeça em frustração, decidi ir almoçar.
Acho que eu era a única que estava enlouquecendo.