Capítulo 3: Para Oceania Villa
No momento em que Madison ouviu a voz dele, ela ficou atordoada; sua voz naquele momento era muito suave e doce, diferente do tom autoritário que ele usou para reivindicá-la durante o leilão. Enquanto Madison ainda o olhava em um transe, o homem que havia falado há pouco tempo interpretou que ela não conseguia se manter de pé naquele momento, então ele imediatamente a segurou pelo braço e a trouxe para seu abraço. O impacto fez com que o nariz de Madison batesse em seu peito duro e robusto. Instantaneamente, lágrimas brotaram em seus olhos. Foi tão doloroso!
O homem olhou para baixo e viu as lágrimas que estavam prestes a escorrer pelo rosto dela e ficou chocado. No entanto, ao ver o nariz vermelho dela, ele imediatamente entendeu a causa.
"Está doendo?" Ele se abaixou para alcançar a altura dela. Embora ela fosse considerada alta entre as mulheres, ainda assim era pequena em comparação com a altura dele. Ele era muito alto, como um modelo masculino.
Sem perceber seu próprio estado, ela subconscientemente assentiu.
Recebendo a resposta dela, o homem usou o dedo e gentilmente esfregou o local que estava dolorido. Sentindo a frieza dos dedos dele em sua pele, Madison ficou tensa. O que ela mais odiava era o contato físico com outras pessoas. Ela odiava quando as pessoas a tocavam. Além disso, era alguém que iria mantê-la presa em sua casa, por Deus sabe quanto tempo. Claro, o homem naturalmente percebeu a resistência dela. Seu dedo pausou o movimento por um momento antes de continuar como se nada estivesse errado.
"Melhor?" O homem perguntou a ela depois de esfregar seu nariz por cerca de cinco minutos.
Madison assentiu novamente.
"Vamos," o homem disse e ajustou o casaco que havia colocado nos ombros dela mais cedo, apenas depois de cobrir seus ombros expostos. Bem, ele parecia satisfeito e saiu enquanto a abraçava pelos ombros. Duas horas depois, em frente a uma mansão gigantesca, Madison sabia que seus dias tortuosos estavam prestes a começar.
"Esta é sua casa a partir de agora." O homem que estava em silêncio o tempo todo de repente falou. Naquele momento, sua aura dominadora foi totalmente liberada. Não havia nada como a voz gentil que ele usou para falar com Madison anteriormente. Madison até tremeu um pouco com a intensidade.
"Sim, senhor," Madison respondeu olhando para baixo. Ela já podia imaginar a expressão feroz e cruel dele naquele momento.
"Wesley," o homem disse com uma expressão séria. Ele não sabia por que isso o irritou no momento em que ela o chamou de senhor.
"Hã?" Atordoada, Madison levantou os olhos apressadamente. Ela não sabia o que ele queria dizer com isso.
"Meu nome é Wesley, não me chame de senhor no futuro." O homem, que acabara de se apresentar como Wesley, disse friamente. Sua voz não permitia nenhuma negociação naquele momento.
"S-Sim," Madison respondeu suavemente. Ela não queria entrar na lista negra dele, especialmente não imediatamente. Quem sabia se ele dobraria a punição por causa disso? Só para ficar do lado mais seguro, ela teve que obedecer.
Ela acabara de levantar os pés para seguir Wesley, que a estava arrastando para a vila, quando uma voz delicada de uma mulher reverberou perto da entrada da casa.
"Irmão, quem é ela?" A garota perguntou fazendo beicinho. Ela estava agindo mimada. No entanto, para Madison, que já havia recebido vários de seus olhares como punhais, ela sabia que a mulher estava fingindo o tempo todo. Madison podia sentir a atitude hostil dela de onde estava.
"Quem deixou você entrar?" O rosto de Wesley imediatamente escureceu no momento em que ouviu a voz dela. Ele se lembrou de ter dado instruções para não deixá-la entrar em sua vila novamente, afinal, ele já havia percebido suas intenções há muito tempo, no entanto, para ele, isso era muito impossível entre os dois.
"Não posso vir visitar o Irmão?" A mulher perguntou novamente, soando magoada. No entanto, Wesley, que já a tinha visto através dela, não se importava com ela de jeito nenhum. Ele só queria que ela saísse de sua vista. Só de pensar no que ela havia feito um mês atrás era o suficiente para fazê-lo sentir nojo. Ele a detestava profundamente.
"Alguém, leve-a para casa. Qualquer um que se atrever a deixá-la entrar..." Wesley não terminou sua frase, mas todos que o ouviram estremeceram subconscientemente. Afinal, ele sempre cumpria o que dizia. Para eles, ele era como um bloco de gelo, completamente impossível de agradar. Eles ficaram até chocados ao vê-lo andando de mãos dadas com uma mulher de cerca de dezoito anos. Ele não sentiu nojo nem um pouco. Com suas roupas esfarrapadas, não era o mestre deles um germofóbico? Eles tinham muitas perguntas, mas só podiam guardá-las em seus corações, não queriam enfrentar sua ira.
"Sim, senhor." Todos abaixaram a cabeça e reconheceram suas palavras respeitosamente.
Depois disso, dois seguranças vieram e a "convidaram" a sair.
Depois de lançar olhares fulminantes para Madison, a mulher saiu ressentida. Madison sabia que aquilo não tinha acabado. Ela definitivamente encontraria uma maneira de culpá-la no futuro. Madison só podia suspirar com sua má sorte. Ela não sabia por que sempre atraía problemas onde quer que fosse. Pelo amor de Deus, ela só queria viver em paz. Por que sua vida de repente se tornou tão dramática?
Enquanto ainda estava em um transe, eles já haviam passado pela sala de estar e estavam prestes a subir as escadas que os levariam ao andar de cima.
De repente, o telefone no bolso de Wesley tocou, ele não teve escolha a não ser entregar Madison a uma empregada que estava ao lado.
"Mostre o caminho para ela." Ele instruiu antes de pausar por um segundo, então acrescentou, "o quarto principal." Depois de deixar essas palavras, ele atendeu a ligação e saiu.
"Por favor, me siga," a empregada sorriu cortesmente, mas Madison podia ver o desdém no fundo de seus olhos.
Madison suspirou internamente; até as empregadas a tratavam com desprezo. Havia um lugar para ela neste mundo?
Quando chegaram ao quarto principal, a empregada imediatamente mudou seu comportamento. Seu rosto originalmente amigável se transformou em uma expressão de pura maldade.
"Fique à vontade. No entanto, tenho que te lembrar de uma coisa, este não é o seu lugar. Nosso senhor nunca se interessaria por uma pessoa insignificante como você." Depois de deixar essas palavras cruéis, a empregada saiu do quarto, batendo a porta com força.
Até Madison não pôde deixar de franzir a testa com o impacto. Seus ouvidos estavam zumbindo com a explosão repentina.
Madison não teve tempo de admirar o quarto gigantesco ou a bela cama ampla. Seu coração estava batendo de medo. Ela não sabia o que a aguardava naquele momento. Assim, depois de contemplar por um tempo, ela escolheu sentar-se no sofá que estava colocado em um dos lados do quarto. Mesmo depois de sentar-se, ela não sabia onde colocar as mãos. Então, escolheu colocá-las no colo. Ela as torcia nervosamente enquanto olhava para a porta de vez em quando. Todo esse tempo, ela sentia que estava sentada em cima de agulhas e alfinetes. Era simplesmente desconfortável demais. Ela sentia que não merecia um lugar como aquele. Sim, a empregada estava certa. Ela precisava saber seu lugar. Mas ela não sabia o que fazer no momento. Ela tinha que ouvir o que os outros diziam. Seu mestre tinha que falar antes que ela tomasse qualquer ação. No entanto, ela sabia que aquele lugar a deixava desconfortável da cabeça aos pés. Parecia que ela estava pisando em dinheiro toda vez que colocava os pés no chão.
Dez minutos depois, ela ouviu a porta do quarto sendo destrancada do lado de fora.
Ela imediatamente olhou para cima. Quando viu que era ele, ela se levantou de um salto, um pouco nervosa. Essa ação assustou Wesley, que acabara de entrar.
"O que foi?" Wesley olhou confuso e perguntou.
"Uhm, senhor, acho que devo me mudar para os aposentos dos servos, acho que é onde eu pertenço," Madison disse com um tremor na voz. Para Wesley, foi de partir o coração. Ele não sabia por que de repente sentiu uma pontada no coração. No entanto, o que ela disse também fez a raiva borbulhar dentro dele. Ela queria tanto deixá-lo? Ele já era um monstro aos olhos dela?
De repente, o ambiente ficou gelado. Até Madison subconscientemente estremeceu.
"Madison, nesta casa, quem manda sou eu, confie em mim, se você quiser ir contra mim, esteja pronta para enfrentar as consequências. Entendeu?" Wesley estreitou os olhos perigosamente e avisou antes de continuar; "agora, vá lá e tome um banho. Imediatamente," Wesley ordenou com raiva. Isso fez Madison ficar ainda mais assustada. No entanto, ela não tinha escolha a não ser agir de acordo com ele. Ele parecia tão implacável. Mais implacável do que ela jamais poderia imaginar. Agora, ela sentia como se estivesse andando sobre ovos.
"Ok," Madison respondeu, e antes que percebesse, já estava diante da porta do banheiro, seus olhos cheios de apreensão.
Wesley, que de repente ficou sozinho no quarto, estreitou os olhos. Um traço de melancolia passou por seus olhos...