CAPÍTULO 7
Motivada
Samantha
É segunda-feira de novo e mal posso esperar para a escola acabar para eu ir ao bar para o meu turno. O fim de semana passou voando enquanto eu ajudava a Carla e o Rudy.
Felizmente, a Carla me pagou depois de cada turno, então pude desfrutar de um café da manhã incrivelmente farto no domingo de manhã em um dos meus cafés favoritos.
Fiz as contas e, se tudo correr bem com meu novo emprego de meio período, eu poderia alugar um pequeno estúdio. Só preciso continuar dormindo na escola pelas próximas 3 ou 4 semanas para economizar o suficiente para o primeiro aluguel. Parece fácil, né?
Caminho distraída e nem ouço minha amiga me chamando.
"Ei Sam, espera aí." Jen corre atrás de mim, ofegante.
"Bom dia, Jen, você correu até aqui?" Eu diminuo o passo tentando segurar uma risada. Jen não é de correr.
"Passei na sua casa mais cedo e seus pais agiram como se não soubessem quem você era. Sam, o que está acontecendo?"
Consigo ler a preocupação sincera nos olhos de Jen e me sinto um pouco culpada por não ter contado a ela sobre meus pais.
Jen é tão empática, tenho certeza de que ela será uma ótima médica um dia.
"Os pais dela a expulsaram. Bem, eles não são realmente os pais dela, são?" Marie se junta a nós e responde à pergunta de Jen provavelmente melhor do que eu poderia ter feito. Dou a ela um sorriso agradecido, praticamente implorando com os olhos para que ambas não façam mais perguntas.
"O quê, como isso aconteceu, por que eles fariam uma coisa dessas?"
Bem, acho que minha súplica não funcionou.
"Meninas, falem mais baixo, por favor. Não preciso que os valentões da escola tenham mais munição para usar contra mim. E também, eu realmente não quero falar sobre isso." Digo firmemente para as duas e solto um suspiro de alívio ao ouvir o sinal tocar e todas corremos para nossas respectivas aulas.
Consegui chegar à minha aula de inglês antes da Srta. Roberts, nossa professora. Felizmente, ela está sempre atrasada. Infelizmente, hoje isso jogou contra mim porque me encontrei na frente de Timothy, que exibia um grande sorriso maldoso no rosto.
Ming já está se agitando por dentro, sua raiva ficando cada vez mais difícil de conter.
Ah, isso é ótimo!
"Indo a algum lugar, Ômega?"
Ele agarra meus ombros, suas garras alcançando e cravando na minha pele, me fazendo estremecer de dor.
"Eu só quero ir para a aula, Tim, não estou procurando encrenca."
"É Timothy para você, vadia. E é uma pena que a encrenca esteja procurando por você." E então ele me dá uma joelhada no estômago e eu posso sentir o café da manhã que comi ontem tentando sair. Timothy rapidamente me solta. Posso ouvir os saltos da Srta. Roberts ecoando no corredor, então entro na sala de aula fazendo o meu melhor para não parecer machucada e ignorar todas as risadas.
"Eu poderia ter acabado com ele. Eu sei que poderia. Apenas se controle e me deixe assumir." Ming está divagando sobre como não deveríamos deixar que eles pensem que somos fracas e como ela pode derrotar todos eles. Honestamente, ela está me dando tanta dor de cabeça que decido bloqueá-la completamente até que ela se acalme.
Não que eu goste de ser intimidada, especialmente por pessoas que estavam acenando e me cumprimentando há pouco mais de uma semana. Confie em mim, é horrível, mas preciso ser realista. Sou uma Ômega, então obviamente nunca poderia vencer Timothy ou alguém como ele, que está literalmente treinando para se tornar um lutador.
Na hora do almoço, as duas meninas me encurralaram com expressões sérias no rosto. Preciso resolver isso. Elas têm sido minhas melhores amigas e ainda estão ao meu lado, então merecem saber de tudo.
"Precisamos conversar, Sam." Jennifer me diz e Marie apenas acena com a cabeça, cruzando os braços como um segurança de boate.
"Me sigam."
Levo as meninas para um grande depósito que descobri há alguns dias. Sei com certeza que não é usado a menos que tenhamos um grande evento na escola. As meninas me seguem para dentro do grande depósito que está cheio de coisas de madeira que você precisa para montar um pódio ou palco e muitas cadeiras.
"O que é este lugar?" - pergunta Marie, olhando ao redor com cautela.
"Guardam coisas aqui que são necessárias quando temos um evento na escola. Ninguém vai nos incomodar. Sentem-se e eu vou contar tudo de uma vez, e só uma vez. Depois disso, realmente não quero mais falar sobre isso."
Ambas assentiram e cada uma pegou uma cadeira da pilha.
Depois de respirar fundo, contei a elas tudo o que aconteceu desde que fugi após a cerimônia de classificação. Jen estava um pouco mais composta enquanto ouvia minha história, enquanto Marie ficava cada vez mais irritada. Deve ser o Alfa nela, tendo mais dificuldade em controlar suas emoções.
"Então você está praticamente morando aqui de favor?" Jennifer me pergunta com lágrimas nos olhos. "Você pode vir morar comigo. Eu... tenho certeza de que meus pais não se importariam."
Ela tenta, mas nós duas sabemos que isso não é uma opção.
"Está tudo bem, honestamente. Na verdade, encontrei um emprego de meio período e em algumas semanas poderei pagar meu próprio lugar. Só preciso aguentar por um tempo, e vou me virar bem." Estou surpresa novamente com o quão confiante eu pareço.
"Faltam alguns meses para eu encontrar meu parceiro, e tenho a sensação de que encontrá-lo vai mudar tudo para mim." Jen se anima um pouco quando vê o quanto eu falo com entusiasmo sobre encontrar meu parceiro, mas Marie parece ficar cada vez mais irritada, então interrompo a reunião emocional e todas voltamos para nossas aulas.
Depois da escola, Jennifer se oferece para me acompanhar até o pub e eu a apresento a Carla e Rudy. Ela ficou por um tempo, mas eu estava ocupada atendendo as mesas, então ela finalmente foi embora, mas não antes de me dar um grande abraço e dizer o quanto está orgulhosa de mim. Acho que estou orgulhosa de mim mesma também, então eu consigo!
Estamos nos aproximando do horário de fechamento e, enquanto os últimos clientes saem, vou para os fundos arrumar o escritório da Carla. Cantando, danço com a vassoura e organizo seus papéis. Parece que sou boa em ser Ômega.
"Uau, você canta?" Carla se aproxima com a boca aberta e os olhos arregalados como pires.
"Oh, minha Deusa, você me assustou até a morte. Desculpe, não percebi que você estava aqui."
"Você tem uma voz muito boa, Sam. Sabe de uma coisa? Você deveria cantar no próximo microfone aberto."
"Pff, você não precisa ser tão gentil. Não estou querendo assustar todos os clientes do pub, então prometo que vou me abster de cantar em público." Eu rio o mais suavemente que posso, mas Carla não cede.
"Você está brincando agora, né?" Assim que ela percebeu que eu estava falando sério, ela grita para Rudy entrar.
"Ei, Rudy, seja um velho lobo sábio e ouça essa garota cantar. Juro que nunca ouvi ninguém com uma voz tão bonita e ela soa tão bem, mas parece que ela acha que é surda."
"Ok, deixe-me ouvir!" Rudy se joga em uma cadeira agindo como um jurado do 'The Voice'. Por mais divertida que eu ache toda essa situação, prefiro não cantar na frente deles.
"Vamos esquecer tudo isso, certo? Acho que vou só para casa. Tudo parece arrumado por aqui, vejo vocês amanhã?"
Pergunto na esperança de que eles simplesmente deixem isso pra lá e me deixem em paz.
"Canta, droga! Você tem uma ótima voz, garota, só precisa de um empurrão, então estou te empurrando, agora canta!"
Não entendo o que aconteceu, mas no segundo em que Carla levantou a voz e me ordenou que cantasse, eu me soltei. Fechei os olhos e comecei a cantar o refrão de Dark Paradise da Lana Del Rey.
"Uau, garota, você vai cantar neste sábado." Rudy se levantou rindo e aplaudindo.
"Acho que vou colocar meu nome na lista." Sorrio amplamente e não consigo evitar me sentir empolgada para cantar.
Enquanto Samantha se preparava para colocar seu nome na lista do microfone aberto para sábado, ela não conseguia deixar de sentir um novo senso de esperança e empolgação sobre sua vida. Seus amigos, Jennifer, Carla e Rudy, eram solidários e encorajadores. Ela sentia que estava no caminho para mudar as coisas.
Mas enquanto ela escrevia seu nome na lista, uma figura sombria apareceu na porta do pub. Samantha não percebeu, muito envolvida em seu momento de triunfo. A pessoa misteriosa a observava com um sorriso malévolo, um brilho de algo perigoso nos olhos.
Ela não sabia que sua decisão de cantar na noite do microfone aberto desencadearia uma série de eventos que mudariam sua vida de maneiras que ela nem poderia imaginar.