




Capítulo 3 (Marlon) — Dirtball
Marlon sentia seu lobo puxando-o. Uma sensação no peito que ele não conseguia ignorar. A pequena escrava no chão parecia incrivelmente magra e nua. Ela havia corrido direto para o peito de Marlon, e ele normalmente a acharia repulsiva. Ela tinha um cheiro estranho, e seu cabelo era preto e emaranhado.
Seus olhos encontraram os dela e, por um momento, ele não conseguiu desviar o olhar. Os olhos dela eram castanho-dourados e tinham o formato de uma castanha. Ele podia sentir seu lado lobo puxando-o em direção a ela, embora ele mantivesse sua postura. Ela parecia ser apenas uma criança; não tinha mais de 17 anos e, mesmo assim, estava afetando seu lobo de uma maneira que só uma companheira faria.
Ela não era nada mais do que uma sujeira, deitada nua na frente dele.
Ela o encarava de volta, com a respiração cada vez mais trêmula. Seus dedos tremiam enquanto tentava se levantar, mas seus membros se mostravam fracos demais para sustentar seu peso.
Os gêmeos estavam envergonhados atrás dela, olhando para Marlon com choque e culpa estampados em seus rostos. Ele deveria ter sabido que seus filhos se interessariam pela nova escrava negra. Assim que soube que ela chegaria ao castelo em breve, ele sabia que precisava voltar para casa para ver por si mesmo a sujeira.
Lobos de pelagem escura eram conhecidos por serem impuros, sem educação e desinteressantes. Ele não permitiria que seus filhos se envolvessem em atividades sexuais com essa escrava. Muitos nobres mantinham esses lobos como escravos sexuais, mas os Roessler não eram esse tipo de família. Ele não permitiria que seus filhos se tornassem esse tipo de nobres.
Uma lição certamente teria que ser ensinada.
Desviando os olhos da jovem escrava, ele se dirigiu aos filhos. Ambos o encaravam como se tivessem visto um fantasma.
Marlon sabia que precisava se recompor. Ela era uma escrava. Uma sujeira. Uma criatura lobisomem de pelagem escura e não havia lugar para ela em sua mansão.
"Alex... Bob..." A voz de Marlon era baixa. "Por favor, venham ao escritório em 15 minutos. Precisamos conversar." Como se estivesse tentando espantar uma mosca, ele acrescenta: "Coloquem-na no jardim e não a deixem entrar no castelo."
"Sim, pai!" Disseram os dois em uníssono.
...
Marlon permaneceu no escritório enquanto os meninos se aproximavam. Ambos estavam ofegantes de tanto correr para chegar a tempo. Eles sabiam que não deviam se atrasar para uma reunião com o pai.
Marlon não conseguia esconder o desgosto em seu rosto. Ele estava enojado com a audácia de seus filhos em tentar fazer sexo com uma escrava de pelagem negra. Sujeiras. O mais baixo dos baixos. Esse tipo de escravo não era nada além de criaturas sujas e fazer sexo com uma delas não faria nada além de poluir a linhagem nobre.
Os Roessler não eram o tipo de família nobre que costumava manter escravos por muito tempo. Eles preferiam destruir os escravos, caçando-os por diversão, em vez de escravizá-los. A ideia de manter um escravo na casa trazia desconforto a Marlon.
"Já falamos sobre isso no passado. Não tocar nos escravos," Marlon começou, olhando para seus filhos. Ambos os rostos idênticos o encaravam com consternação. Marlon tentou manter a voz firme, mas a raiva estava transparecendo. "Com os novos palácios em construção, não podemos nos dar ao luxo de cometer erros."
Os novos palácios significavam que haveria concorrentes. Ele não permitiria que seus filhos arriscassem poluir a linhagem nobre se envolvendo com uma sujeira.
Ele fez uma careta ao pensar nisso.
"Desculpe, pai," Alex falou por ambos.
Olhando para Bob, Marlon falou diretamente com ele. "E você... seu tutor diz que você está reprovando em várias línguas. Que tipo de exemplo você dará se não conseguir passar nas suas línguas? Você acha que pode ser um líder se não consegue passar em algo tão simples como Latim?"
Os olhos de Bob se voltaram para o chão enquanto seu pai continuava. "Você precisa estudar mais se quiser ser algum tipo de herdeiro nesta família."
"Sim, senhor," Bob disse suavemente enquanto Alex soltava uma risada.
"Vocês dois me enojam," Marlon latiu, silenciando a risada de Alex.
Marlon começou a vasculhar sua mesa sem dizer mais nada até encontrar um par de abotoaduras. Ambas as abotoaduras tinham pequenos desenhos dourados que Marlon sabia serem o símbolo da família. Ele também sabia que, com seus filhos usando essas abotoaduras, eles não seriam capazes de se transformar em suas formas de lobisomem até que fossem removidas.
Normalmente, os trabalhadores da mansão, como o mordomo, as empregadas, o paisagista, o jardineiro, etc., usariam as abotoaduras. Marlon não permitiria que qualquer um de seus empregados pudesse se transformar em seus lobos.
Somente Marlon poderia remover essas abotoaduras. Ele achou que seria a punição perfeita para seus erros. Mostrar a eles como é estar preso em suas formas humanas; talvez eles ganhassem mais respeito por sua herança.
Os olhos de Alex se arregalaram quando as abotoaduras foram reveladas a eles. Eles já as tinham usado algumas vezes, e a restrição quase os enlouqueceu. Eles ficavam fracos e cansados por não poderem se transformar. Lobisomens precisam se transformar para manter sua força; se não o fizerem, tornam-se fracos como escravos e eventualmente apodrecem.
"Hoje à noite é lua cheia," Alex bufou enquanto seu pai se aproximava dele com uma abotoadura.
"Talvez isso ensine vocês a respeitar," Marlon sibilou para eles enquanto trancava as abotoaduras em seus pulsos. "Agora, saiam da minha frente," ele ordenou.
Sem dizer mais nada, ambos saíram.
Satisfeito consigo mesmo, Marlon decidiu que estava com fome e queria pegar um lanche na cozinha.
Ele notou um copo de leite na mesa. Ele o bebeu, sem perceber o que isso lhe traria.