




Capítulo 5
Clarie já estava no táxi que a levaria de volta para seu apartamento. Já eram onze horas da noite, e ela estava morrendo de fome. Levou menos de trinta minutos para o táxi amarelo chegar em frente ao prédio onde ela morava há quatro anos.
Clarie subiu as escadas até o terceiro andar, onde ficava seu apartamento. A garota tirou a chave da bolsa, e a porta à sua frente se abriu, revelando a figura de sua melhor amiga.
"Daniela?" disse Clarie, que entrou sem se importar com a expressão surpresa no rosto da amiga.
"Ei! Onde você estava?!" perguntou a garota de cabelo preto na altura dos ombros, chocada ao ver várias marcas vermelhas ao redor do pescoço de Clarie.
Clarie tomou um gole de água enquanto levantava a mão, pedindo para a mulher à sua frente ficar quieta por um momento. Daniela cruzou os braços sobre a barriga, esperando uma explicação da amiga desidratada.
Depois de beber um pouco de água, Clarie abriu a geladeira atrás dela e procurou algo para comer. Ela se lembrou que ainda tinha o pão de coco que comprou ontem à tarde.
"Vocês ficaram brincando até de manhã, e aquele cara não te deu comida, é?!"
Clarie deu uma pequena mordida no pão e o colocou na mesa de jantar.
"Fala!" disse Daniela firmemente.
"Onde você foi? Eu te procurei ontem à noite," disse Clarie, colocando as mãos nos quadris.
Daniela encarou. "Você esqueceu, eu já te disse que desci com o Erick," disse Daniela, revirando os olhos.
"Quando voltei, você tinha sumido. O Ronald disse que você foi ao banheiro e eu te procurei lá, mas não te encontrei. Então, quem aqui realmente desapareceu?" disse Daniela, irritada.
Clarie coçou a cabeça que de repente ficou coçando.
"Você encontrou um homem, né?"
Clarie assentiu.
"Quem?"
"Meu chefe," Clarie respondeu rapidamente.
"O quê?! Seu chefe? Sério?" perguntou Daniela, pedindo uma explicação. Clarie assentiu novamente.
"Então você conseguiu dormir com seu chefe bonitão?" perguntou Daniela em um tom alto.
"Pode abaixar a voz, idiota!" Clarie gritou, irritada.
Daniela apenas riu.
"Me conta, Clarie. Estou curiosa para saber como ele conseguiu romper sua virgindade?"
Clarie lançou um olhar fulminante para Daniela, que falou espontaneamente sem filtrar as palavras.
"Tsk! Vamos, me conta!"
"Agora não."
Clarie voltou a mastigar o restante do pão, ignorando a insistência de Daniela para que ela se abrisse.
"Clarie, vamos!" pediu Daniela, insistente.
"Vou tomar um banho primeiro," disse Clarie, afastando-se da amiga.
.
Clarie escolheu se mergulhar na banheira para relaxar o corpo. Ela fechou os olhos, lembrando do incidente que aconteceu naquela manhã no apartamento do homem que não era outro senão seu próprio chefe.
Ela não sabia o que aconteceria quando se encontrassem no escritório mais tarde. A garota mergulhou todo o corpo, até a cabeça, na água.
A manhã ensolarada de segunda-feira parecia dar as boas-vindas ao primeiro dia de Clarie como secretária de Lucas Henderson. Ela esperava que, em seu primeiro dia, não cometesse muitos erros; faria o possível para dar o seu melhor e não queria decepcionar Rebecca. Ainda mais, depois do incidente de ontem, que realmente foi além das expectativas.
Clarie estava no meio de arrumar a sala de Lucas, organizando os vários arquivos que estavam empilhados e colocando-os nos lugares disponíveis. Quando teve certeza de que não havia mais nada para arrumar, a garota saiu para sua mesa para organizar a agenda do dia para seu chefe.
A garota estava focada na tela quadrada à sua frente, seus dedos dançavam lindamente no teclado para digitar algo. Mal sabia ela que um par de olhos a observava há muito tempo.
Lucas estava de pé há dez minutos, observando a garota que parecia concentrada em digitar. O homem se lembrava do incidente de ontem, acordando sozinho sem a garota em sua cama. Ele também pretendia visitar Clarie, mas desistiu, com medo de que a garota ficasse chocada ao encontrá-lo em frente à porta de seu apartamento.
"Bom dia, Srta. Evans," Lucas cumprimentou com sua voz grave característica.
Clarie, ao ouvir isso, levantou-se imediatamente e parou de digitar espontaneamente.
"Bom dia, senhor," Clarie respondeu nervosa.
"Para o meu escritório, agora!" ele ordenou, entrando em sua sala.
"Sim, senhor," Clarie disse baixinho.
Clarie respirou fundo e soltou o ar devagar antes de bater na porta do chefe.
Toc! Toc! Toc!
"Entre!"
Clarie girou a maçaneta e empurrou a porta, então a garota entrou na sala de seu superior.
Lucas, que ainda estava sentado sem fazer nada, olhou imediatamente para Clarie que caminhava lentamente em sua direção.
Hoje a garota estava usando uma camisa amarela desbotada de mangas curtas com botões longos. Para a parte de baixo, Clarie usava uma saia preta justa acima do joelho, combinada com saltos pretos de sete centímetros.
Clarie se mexia inquieta porque Lucas a estava examinando.
"Sente-se, Srta. Evans," Lucas ordenou. A garota obedeceu e se sentou na frente dele.
"Antes de começar o trabalho de hoje, quero lhe oferecer um contrato de trabalho," Lucas disse friamente.
Clarie franziu a testa.
"Isso significa?" perguntou Clarie, sem entender.
Lucas encarou Clarie por um longo tempo sem dizer nada. Clarie se mexia desconfortável na cadeira sob o olhar intenso do homem que havia desfrutado de sua virgindade.
"Quero lhe oferecer um acordo, Clarie."
Clarie engoliu em seco. Em sua cabeça começaram a surgir muitas perguntas.
"Um acordo para satisfazermos mutuamente," Lucas disse.
Clarie prendeu a respiração ao ouvir a proposta do homem à sua frente.
"Clarie?" Lucas chamou, porque a garota não respondeu nada ao que ele disse.
"O que eu ganho com isso?" perguntou a garota, soando atrevida.
"Eu vou suprir suas necessidades. Como, compras, apartamentos, carros, o que for," Lucas disse.
"E sua esposa, senhor?"
Lucas cerrou o maxilar. Clarie, ao ver isso, se arrependeu da pergunta que acabara de fazer.
Lucas se levantou da cadeira e foi até a janela, olhando para as ruas de Nova York, que estavam muito movimentadas naquela manhã.
Clarie ainda estava atordoada na cadeira.
"Eu e Marion não estamos juntos desde que nos casamos."
Clarie ficou atônita com as palavras do homem.
'Como pode ser?' A garota pensou.
"Nosso casamento é apenas uma fachada, por causa dos negócios," disse o homem novamente.
Lucas virou o corpo em direção a Clarie e se encostou na janela. O homem então olhou para a garota que ainda estava imóvel na cadeira.
"E então, Clarie?" ele perguntou novamente. "Vou esperar sua decisão até esta tarde, se você recusar, não a tocarei novamente," ele acrescentou.
Depois de dizer isso, Lucas voltou a sentar-se em sua cadeira.
"Qual é a agenda de hoje, Srta. Clarie?" ele perguntou novamente formalmente.
Clarie gaguejou, mas logo começou a controlar a situação. A garota se levantou da cadeira e começou a ler a agenda do dia para seu chefe.
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Clarie se jogou na cadeira giratória. A garota suspirou pesadamente, lembrando da proposta do homem.
"O que devo fazer? Ele me deu pouco tempo para pensar. Irritante!" ela resmungou.
Às cinco da tarde, todos os funcionários já haviam saído do escritório. Clarie estava andando de um lado para o outro em frente à sua mesa, nervosa. Nesta tarde, ela se encontraria com Lucas e responderia à proposta do homem.
Lucas ainda estava ocupado em frente à sua tela quadrada jogando pôquer, esperando pela garota.
Toc! Toc! Toc!
"Entre!" ele ordenou ao bater na porta.
A garota entrou na sala ainda com sua aparência voluptuosa. Lucas engoliu em seco toda vez que enfrentava a garota.
"Boa noite, Clarie," ele cumprimentou agradavelmente.
"Quero dizer que estou disposta a aceitar sua proposta."
Os lábios do homem se curvaram em um sorriso.