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"Eu preciso encontrá-la, Dante!" exclamei, tomando mais um gole da minha cerveja. Meu irmão bufou, cruzando os braços e se encostando no batente da porta. "Mesmo que você a encontre, não é como se ela fosse pular nos seus braços e te beijar," ele respondeu secamente, "ela provavelmente tem a própria vida agora. E se ela estiver namorando alguém?"

Rosnei com aquele último comentário. Dante levantou as mãos em sinal de rendição. Fitei-o por um momento antes de desviar o olhar. "Eu sinto falta dela," admiti, suspirando. "Tanta, tanta falta." Odiava como minha voz soava, era suave, triste.

Eu sentia falta da minha noiva. Ela era linda. Cabelos extremamente longos e cacheados, pele impecável, curvas perfeitas. Ela era sexy, tinha lábios rosados e beijáveis, um bumbum redondo de tamanho perfeito, seios tamanho C, um sorriso gentil. Ela tinha olhos brilhantes e hipnotizantes. Deus, a mulher era perfeita. Ela era gentil, doce, desajeitada e engraçada. Sempre via o melhor nas pessoas, seu rosto podia iluminar meu dia inteiro. Ela só via o bem em mim, mesmo quando eu fazia coisas horríveis.

Eu a amava tanto e ainda a amo. Estava esperando, rezando para que ela estivesse bem. Nunca me perdoei pelo que fiz a ela. O que havia de errado comigo naquele dia? Vi Bianca e tudo o que eu queria era ela. De repente, me senti atraído por ela e não sabia por quê.

Mia e eu nunca fizemos sexo. Ela era virgem. Eu adorava isso. Adorava como ela era inocente e doce. Sim, às vezes ela podia ser ingênua, mas eu adorava isso. Ela queria esperar até o dia do nosso casamento, me disse que seria especial. Às vezes eu tentava persuadi-la a dormir comigo antes, mas ela nunca cedia. Ela era determinada.

Íamos nos casar em uma igreja e depois ter uma lua de mel na Itália, meu país. Mia era semi-religiosa e acreditava um pouco na pureza para o casamento. Ela sempre foi tão gentil e queria me reformar.

Por quê? Por que machuquei meu amor precioso?

Eu me odiava tanto.

Eu precisava encontrá-la, precisava reconquistá-la. Eu a amava, não ia deixá-la ir.

-Mia-

Entrei no bar, sentando em um dos bancos em frente à minha amiga, Faith. Ela sorriu para mim, "oi." Faith tinha o cabelo tingido de roxo pastel, era linda com olhos verdes e sardas. Ela era minha amiga há cerca de dois anos e éramos extremamente próximas.

Dei-lhe um abraço rápido. "Estou tão cansada!" reclamei, estalando as costas. Faith fez uma careta com o barulho, "não me surpreende, do jeito que você festejou ontem à noite." Revirei os olhos, dando-lhe um empurrãozinho brincalhão. "É, é. Como está o Ty?" Ty era o namorado de idas e vindas de Faith. Eles brigavam constantemente, mas sempre faziam as pazes na cama.

Ela bufou ao ouvir o nome, "o idiota ficou conversando com uma garota a noite toda. Tive que praticamente arrastá-lo para casa!" Eu ri, balançando a cabeça. "Depois ele me irritou ainda mais comendo meu iogurte. Meu iogurte!" Eu honestamente não tinha ideia de por que eles ainda estavam namorando. Achava que era só por diversão. Eles brigavam pelos motivos mais bobos.

"Você já pediu algo?" perguntei, ela balançou a cabeça. Chamei o barman e pedi um suco de laranja para mim e uma bebida alcoólica para Faith. "Ainda não entendo por que você não bebe." Respondi dizendo, "beber mata." Faith bufou, "suco de laranja mata a diversão."

"Você pode se divertir sem álcool," disse, pagando o barman e tomando um gole. Faith soltou uma risada, "defina diversão sem álcool." Revirei os olhos, "tá bom então," comecei, "por que as pessoas bebem tanto no Ano Novo e no Natal? Elas não querem se lembrar de como foi?" Faith riu, balançando a cabeça, "essa é a parte divertida, não lembrar!"

"Har, har."

"Tem outra festa hoje à noite!" Faith me disse, animada. "Nós vamos!" Balançei a cabeça, "não, não. Estou exausta. Além disso, fomos a uma ontem. Por que você continua me arrastando?" Faith riu, "porque. Você precisa superar aquele seu ex." Eu gemi. Não queria ter essa conversa de novo.

Três anos atrás, meu noivo me traiu. Fiquei tão magoada e destruída por muito tempo. Tentei sair com outros caras, mas nenhum deles parecia me agradar. Tinha medo de ter meu coração partido de novo.

Olhei para o relógio. "Droga, tenho que ir, vou me atrasar para a entrevista!" Bebi rapidamente meu suco de laranja, dando um abraço rápido em Faith antes de sair correndo do bar. "Boa sorte!" ouvi ela gritar atrás de mim. Agradeci de volta.

Peguei o transporte público porque não tinha mais carro. Finalmente cheguei à Russo Enterprises quinze minutos depois. Estava cinco minutos atrasada.

Corri até a recepção, passando por pessoas de terno e com pastas.

Havia uma mulher sentada lá. Ela era loira, com olhos castanhos. Estava usando um terninho que destacava suas curvas e decote.

Cheguei ao balcão, ofegante. "Oi," cumprimentei-a, dando um sorriso brilhante. "Sou Mia Feather, estou aqui para ver o Sr. . ." Olhei para o meu celular. "Sr. Russo?" perguntei, incerta.

Ela me lançou um olhar irritado, apontando para o telefone que estava segurando. "Sim, sim. Ele era tipo, tão gostoso... não acredito!" Eu dei a ela um olhar de "o que diabos". Essa mulher estava desperdiçando meu tempo. Olhei para o relógio, seis minutos de atraso. "Moça, vou me atrasar muito se você não me disser onde está o Sr. Russo." Ela revirou os olhos, continuando a falar.

"Com licença?" eu disse, esperando que ela parasse. Ela bufou, "Te ligo mais tarde, Fallon. Uma mulher de aparência barata está me importunando." Levantei uma sobrancelha com o comentário que escolhi ignorar. Dei uma risada irônica. Ela gemeu, "o quê?"

Eu limpei a garganta. "Como eu disse, estou aqui para ver o Sr. Russo." Ela suspirou, "pegue o elevador até o último andar, há apenas cinco salas lá em cima. Você verá o nome dele em uma porta." Revirei os olhos para ela, indo para o elevador e entrando nele. Sozinha.

Eu estava nervosa, era uma entrevista para um trabalho de limpeza. Eu precisava muito desse emprego, as contas não iam se pagar sozinhas. Apertei o número 22, o andar mais alto. O elevador fez um som para avisar que havíamos chegado. Saí, caminhando por um corredor silencioso, parei quando vi o nome, Sr. Russo, CEO.

Hesitei antes de bater na porta duas vezes. Não houve resposta por um momento curto antes de uma voz profunda dizer, "Entre."

Engoli em seco antes de inspirar profundamente e empurrar a porta. Era um escritório, muito arrumado. Havia uma estante escura, algumas prateleiras, papel de parede branco, carpete bege, alguns arquivos e uma mesa. Havia uma cadeira de couro preta alta, onde estava sentado um homem com uma barba espessa e preta e cabelo preto. "Sr. Russo?" comecei, sentindo-me nervosa.

"Você está quase dez minutos atrasada. Quer se explicar?"

Engoli em seco com o tom severo da voz dele. "Senhor." Comecei, sentando-me em frente à mesa. "Peço desculpas pelo meu atraso, mas não foi inteiramente minha culpa. Sua recepcionista..." ele me interrompeu novamente. "Mia Feather? Esse é seu nome?" A voz dele era estrangeira. "Sim, é." Mordi o lábio.

"Nome bonito."

Agradeci, sentindo-me desconfortável. Ele começou a entrevista me fazendo algumas perguntas: de onde eu era, quantos empregos eu já tinha tido, quais eram minhas qualidades. Parecia estar indo bem.

No meio da minha resposta a uma pergunta, o telefone dele tocou. Ele pediu desculpas antes de atender. Ele não disse nada, mas manteve os olhos fixos em mim. Murmurou algumas palavras que não consegui ouvir antes de desligar o telefone.

"Mia?" Olhei para cima, "sim, senhor?"

"Você pode ir embora."

Olhei para ele em choque, "mas senhor, eu não terminei..." ele me lançou um olhar que eu não gostei, "saia." Fiz o que me foi mandado, pegando minha bolsa antes de sair da sala. Fiquei do lado de fora do elevador, esperando por ele. Eu estava confusa. Fui demitida antes mesmo de começar?

Disse algo errado? Ou foi aquela ligação misteriosa? Afastei os pensamentos, entrando no elevador que tinha duas pessoas dentro. Eles estavam de mãos dadas, então presumi que estavam juntos. Enquanto eu esperava minha parada, eles estavam conversando baixinho, rindo e se beijando.

Olhei para o outro lado. Isso me lembrava muito de como eu costumava ser com meu ex. Suspirei ao pensar nele.

Finalmente saí do elevador, desbloqueando meu telefone e prestes a ligar para Faith quando esbarrei em alguém, deixando meu telefone cair. Olhei para cima e vi um cara loiro. "Desculpe!" eu disse, ele pegou meu telefone sorrindo. "Tudo bem, não é todo dia que você esbarra em uma mulher bonita." Corei enquanto ele me passava o telefone. "Obrigada," respondi, sorrindo.

"Sou Harry," ele disse, estendendo a mão. Eu a peguei, apertando-a educadamente, "Mia. Prazer em conhecê-lo." Ele sorriu, mostrando os dentes brancos. "Você trabalha aqui?" ele perguntou, parecendo interessado. Balancei a cabeça, "eu estava aqui para uma entrevista," respondi, "mas acho que não foi muito bem."

Ele riu, "tão ruim assim?" Eu assenti, "ele me mandou sair."

"Seu entrevistador era o Sr. Russo?" Harry perguntou. Eu assenti novamente, "sim."

"Você trabalha aqui?" perguntei, curiosa. Presumi que sim, porque ele estava usando um terno e segurando uma pasta. "Sim. Sou o braço direito do COO." Assenti para ele, "legal," eu disse.

"Na verdade, estou de folga agora, quer tomar um café algum dia?" Harry perguntou, com os olhos esperançosos. Eu não podia recusar, então disse sim. Trocamos números e nos despedimos. Liguei para Faith, contando sobre meu dia. Ela estava super animada e continuava me dizendo para ligar para ele.

Quando cheguei em casa, estava exausta. Eu era colega de quarto de Faith. Ela continuava me importunando sobre Harry e explicando seu plano maluco de vingança contra o Sr. Russo. Comi pizza com ela, assistindo algumas novelas antigas e depois fui dormir, recuperando energia para o dia seguinte.

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