CAPÍTULO 2
🌺OKLAHOMA CITY, OKLAHOMA🌺
"Então, o que mais vamos comprar?" Sandra perguntou à amiga enquanto saíam do shopping Penn Square, cada uma carregando duas sacolas cheias de acessórios e necessidades de Ismena para suas férias.
"Nada, acho que terminamos. Deus, isso é maravilhoso!" Ismena levantou a cabeça em direção ao sol, um sorriso largo no rosto, "Não me lembro da última vez que fiz compras."
"Eu também. Estou feliz que você voltou, sabia? Quase esqueci como é o interior de um shopping. Tenho estado muito ocupada correndo atrás de histórias. Quem disse que ser jornalista é fácil?"
"Eu sei, né?" Enquanto caminhavam em direção ao carro de Ismena, ela virou a cabeça na direção da amiga, "Se você quer se divertir na vida, agora é a hora, Sandy. Não espere até estar morrendo ou ficando velha. A vida é muito curta."
"Olha quem fala? Só porque você tem um tempinho livre agora não significa que você não seja uma workaholic." Sua amiga provocou.
"Bem, você está certa, mas—Whoofs!!!" Ela ofegou de repente quando o ar foi subitamente expulso de seus pulmões. Ela havia esbarrado em alguém enquanto falava sem olhar.
"Desculpa, desculpa..." Ela começou a dizer imediatamente, mesmo enquanto a grande mão instantaneamente a envolvia para ajudá-la a se equilibrar, ajudando-a a encontrar seu equilíbrio. "Muito obrigada, estou grata—"
"Não foi nada. Eu também deveria ter prestado atenção." O homem a interrompeu, sua voz profunda.
Tendo encontrado seu equilíbrio, Ismena olhou para seu 'acidente masculino'. Ela ficou subitamente sem palavras. Ele é grande, musculoso e tão alto que a dominava. Ele tem o porte de um guarda-costas perigoso e os óculos de sol que escondiam seus olhos não ajudavam em nada.
Um arrepio de medo percorreu sua espinha. Isso é algo, porque ela não se assusta facilmente. "C-Como eu disse, sinto muito por ter esbarrado em você assim."
Sua cabeça acenou. "Está tudo bem." Uma grande mão se estendeu em sua direção, "Eu me chamo Alphose, e você?"
"Eu-Ismena. Eu me chamo Ismena, esta é minha amiga, Sandra." Ela direcionou para sua amiga enquanto apertava a mão estendida dele.
"Prazer em conhecê-la." Ao contrário dela, Sandra não estava nada perturbada, "Sinto muito pela minha amiga. Ela não parece, mas é uma zona de acidentes ambulante."
"Sandra!" Ismena sibilou, lançando-lhe um olhar furioso.
Os lábios do homem se curvaram novamente, "Eu posso ver isso."
"De qualquer forma, temos que ir agora. Desculpe mais uma vez, Alphose, foi um prazer conhecê-lo, mas temos que ir." Ismena praticamente arrastou sua amiga em direção ao carro.
Ela não se virou, suas costas formigavam até o carro, mas quando finalmente se virou... O homem não estava mais à vista.
"Meu Deus, aquele cara é tão gostoso! Bejeezus!" Sandra sussurrou, procurando freneticamente pelo estranho com os olhos, "Céus, eu nunca vi um cara tão gostoso na vida real, e eu já trabalhei com algumas celebridades! Uau!"
"Ele seria gostoso se não estivesse me assustando tanto." Ismena admitiu relutantemente.
"Ele com certeza não me assustou. Pobre homem não fez nada assustador, não é culpa dele que Deus e a Criação o favoreceram muito bem." Seus olhos assumiram um olhar sonhador, "Eu totalmente ficaria com ele se eu gostasse de caras maus."
"Tá bom, chega de sonhar acordada. Vamos colocar isso no porta-malas, meus braços estão doendo." Ismena caminhou em direção ao porta-malas enquanto falava com a amiga. Sandra está certa, o homem não fez nada particularmente assustador.
Ele estava de óculos de sol pretos, mas ela sabe que ele estava olhando para ela. Observando-a. De propósito.
E, há algo na maneira como ele estava olhando para ela...
Arrepios percorreram sua espinha.
🌺🌺TORRE DO REI, NATURIAH🌺🌺
"Como foi sua viagem, Alphose? Espero que tenha boas notícias para mim da filial de Oklahoma?" A voz profunda de Wolfariane estava calma, mas o vazio do Salão de Reuniões fazia sua voz ecoar pelo grande espaço.
Alphose caminhou em direção a uma das cadeiras das doze cadeiras altas, douradas e vazias que cercavam a enorme mesa redonda que dominava o centro do grande Salão de Reuniões. Sempre que há uma reunião geral das espécies, as cadeiras altas são ocupadas pelos doze Alfas e líderes de cada espécie, enquanto a enorme cadeira-trono na cabeceira da mesa é ocupada pelo seu Rei, Wolfariane.
Sentando-se a três cadeiras vazias de distância de Wolfariane, Alphose pigarreou, "Infelizmente, não tenho, Rei Alfa. Na reunião que tive com Josiah e seu bando, há muitas incertezas no mercado agrícola, e com as novas regulamentações que a empresa está passando, isso não está ajudando nosso mercado de crédito. A Nector and Co. Limited Company, nossos concorrentes, estão crescendo rapidamente no mercado internacional."
"Josiah e seus Cougars estão tendo dificuldades para controlar as coisas? Isso é decepcionante." O descontentamento de Wolfariane era evidente em seu rosto forte e esculpido. "E a nossa filial de Nova York?"
"Também não há boas notícias de lá, Rei Alfa. Cronus e seu bando têm estado ocupados nas últimas semanas tentando recuperar o controle do mercado inferior. As vendas dos novos produtos de fertilizantes para crescimento de plantas estão estagnadas, e os tratamentos de sementes continuam caindo no mercado. Eles têm desenvolvido estratégias de negócios para regular esse problema, que até agora, não funcionaram. Mas, eles não estão desistindo." Alphose odiava ser o portador de más notícias, mas não tinha escolha.
O silêncio desceu após seu relatório. Ele podia ver as engrenagens girando na cabeça do Rei Alfa, mesmo sem o tamborilar rítmico de seus dedos no braço de seu trono.
O tempo passou. O Rei Alfa não conseguiu mais ficar sentado, então se levantou de sua cadeira e começou a andar em passos lentos e constantes. Mesmo um movimento inconsciente tão simples retratava uma ação predatória letal.
Ele brincava com o enorme anel de diamante em seu dedo médio. O anel tem duas pérolas douradas como uma coroa anexadas a ele. Sempre destacado e brilhante na maioria das vezes, também é muito precioso para Wolfariane.
Quando ele falou, o descontentamento ainda era claro em sua voz. "Então, deixe-me ver se entendi. O que você está tentando me dizer é que, entre todas as minhas empresas espalhadas pelo mundo, duas das cinco mais poderosas, maiores e mais bem-sucedidas, lideradas pelos Alfas mais fortes, poderosos e melhores de nossa espécie, estão tendo sérios problemas de negócios que não foram resolvidos?"
Lá vamos nós. "Infelizmente, sim, Rei Alfa." Ele fez uma pausa, "Mas ainda há tempo para eles resolverem isso. Cronus já está—"
"Eu mesmo irei para Nova York. Prepare o jato e avise Cronus para aguardar minha chegada." Wolfariane declarou autoritariamente.
Alphose ficou chocado com sua decisão. "Mas, você não gosta de sair de Naturiah." E com boas razões também. Uma delas é que o Rei Alfa não gosta de 'humanos normais' de jeito nenhum.
Isso é um eufemismo. Ele os odeia.
"Eu não gosto." Ele afirmou, de forma categórica. "Mas, obviamente, não posso deixar esses problemas sem solução. Tenho que estar lá pessoalmente. Irei primeiro para Nova York. Prepare o jato."
"Farei isso o mais rápido possível." Alphose se levantou da cadeira.
Wolfariane caminhou até sua cadeira e se sentou no trono elaborado. Ele se recostou relaxadamente, pegou uma caneta e começou a assinar os documentos que Alphose havia colocado à sua frente.
"Você está dispensado."
Alphose inclinou a cabeça, virou-se para a porta e começou a caminhar em direção a ela. Então, ele se lembrou...
Seus passos vacilaram. O Rei Alfa é realmente a pessoa certa para ele dar essa notícia?
"O que há de errado?" Wolfariane perguntou sem levantar a cabeça.
Alphose se virou, "Hoje, em Oklahoma, eu senti o cheiro de uma potencial companheira."
Nenhuma reação. Nada. "Você deveria estar contando isso a outros machos. Eu não me importo com uma companheira, Alphose." Foi tudo o que ele disse.
Alphose esperava isso? Sim, ele esperava.
Outra pessoa reagiria com admiração, felicidade e surpresa, mas não Wolfariane.
Alphose continuou de qualquer maneira, "Não só ela tem o cheiro de uma potencial companheira, mas o cheiro também era muito forte e distinguível acima de outras probabilidades. Ela tem o cheiro de uma companheira Alfa não reivindicada."
Colocando o documento assinado de lado, ele pegou outro. "Isso é uma boa notícia para você, Josiah, Cronus e os outros Alfas sem companheiras, Alphose. Você pode reivindicá-la antes que os outros a descubram e a reivindiquem primeiro."
Alphose desejava poder fazer isso mais do que qualquer outra coisa no mundo. "Ela não é minha. Eu cheguei bem perto e até esbarrei nela para ter certeza porque ela tem outros cheiros também. O Cougar não tem a menor simpatia pelo toque dela."
"O 'outro' cheiro dela?" Wolfariane perguntou, relutantemente.
"Ela está morrendo. O cheiro da morte era muito forte. Ela não tem muito tempo."
Os olhos se levantaram do documento para Alphose, "Pena para ela, e para quem quer que ela pertença."
O curioso leão da montanha dentro dele precisava saber, "E se ela for sua?"
Wolfariane não piscou. "Ela nunca pode ser minha. E se for, estou feliz que ela esteja morrendo."