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Ela é a lua

"Kendall, você está falando sério agora?" Os lábios de Juno se torceram em um sorriso perverso, expondo seus dentes afiados. O som de seu rosnado ameaçador ecoou na atmosfera tensa.

"Sim," Kendall respondeu sem hesitação.

"Você está questionando nossa confiabilidade ou desafiando a decisão do Alfa com suas ações?" O olhar intenso de Juno perfurou os olhos de Kendall. "Qual das duas possibilidades você está considerando, Kendall? Faça sua escolha."

Kendall revelou suas presas e emitiu um rosnado baixo, um arrepio percorreu minha espinha. Suas garras afiadas estavam visíveis, brilhando na luz fraca, e eu instintivamente dei um passo para trás. Esses indivíduos, ou melhor, essas criaturas, eram diferentes de tudo que eu já havia encontrado. Não pude deixar de questionar se de alguma forma eu havia caído em um pesadelo.

Desesperadamente, me belisquei, esperando acordar dessa experiência surreal. Eu preferiria muito mais lidar com os constantes lembretes da Sra. Taylor sobre o pagamento atrasado do aluguel do que enfrentar esses seres de outro mundo.

"Juno, não assuma mais do que você pode lidar!" Ela resmungou.

"Você também," as palavras desprezíveis de Juno gotejavam desdém enquanto ele zombava, seus olhos semicerrados e lábios curvados revelando sua hostilidade. "Aos meus olhos, você continua sendo a mesma velha beta fêmea, como qualquer outro membro desta alcateia. Você é apenas a falsa Luna e nada mais."

"Retire o que disse ou eu te mato!"

A atmosfera ficou tensa, como se uma tempestade estivesse se formando.

"Embora você possa ter enganado todos fazendo-os acreditar que é a companheira do Alfa, a verdadeira Luna do Alfa chegou agora. Acredito que seu falso reinado logo chegará ao fim," Juno concluiu.

A voz de Kendall rugiu como um trovão, me assustando. Seus olhos ardiam de raiva, e seus punhos se cerraram firmemente ao lado do corpo, pronta para atacar Juno por suas palavras desrespeitosas. No entanto, Ajar avançou, bloqueando seu caminho e segurando-a firmemente pelo ombro. O ar crepitava com tensão, e a adrenalina pairava pesada na atmosfera.

Kendall lutou contra o aperto de Ajar, seus músculos tensos e prontos para a ação. "Me solte, Ajar!" ela exigiu, sua voz gotejando veneno. "Vou ensinar uma lição a esse beta que ele nunca esquecerá, para que nunca mais ouse falar fora de hora!"

"Permita que a verdadeira Luna descanse no quarto do Alfa." Juno agravou a situação. Ele estendeu a mão, esperando receber algo para segurar. "A Luna está esperando há um bom tempo, e acredito que você deveria demonstrar algum respeito por ela. Embora eu esteja disposto a relevar sua falta de respeito nesta ocasião, não posso permitir que isso ocorra novamente no futuro. Entregue as chaves imediatamente!"

"Juno, você está realmente testando minha paciência!" Kendall rangeu os dentes.

O rosto de Juno se encheu de alegria, exibindo um sorriso largo que ia de orelha a orelha. Enquanto eu os observava, minha mente estava completamente em branco, como uma folha de papel nova. O silêncio era pesado, e eu jogava o jogo da espera quando, de repente, uma voz autoritária e áspera rompeu a quietude, como lixa raspando contra madeira.

"O que é toda essa confusão?" O som reverberou e ecoou, deixando meus ouvidos zumbindo. E assim, um homem apareceu diante de nós, como se tivesse sido convocado do nada.

Era ele novamente. Alphonse.

"Alfa Alphonse, já está na hora de você ensinar ao seu Beta a importância do respeito!" Kendall deu um empurrão suave em Ajar para poder dar um passo para trás e endireitar suas roupas desalinhadas. "Tenho segurado minha língua por tanto tempo, mas quem sabe quando finalmente vou perder o controle e matá-lo?"

"É irônico você falar sobre respeito, mas não consegue nem mostrar isso para a Luna quando ela está bem na sua frente. Vamos mergulhar no mundo da hipocrisia, onde ações falam mais alto que palavras e as pessoas usam máscaras para esconder suas verdadeiras cores."

"Eu só estava verificando se o que você está dizendo é verdade, já que o Alfa Alphonse não me informou sobre isso!" Kendall falou em um tom calmo e composto desta vez.

Enquanto eu olhava para ela, não conseguia parar de notar o quão deslumbrante ela era. Seus olhos tinham a cor de chocolate derretido e brilhavam à luz. Sua pele era lisa como seda, e eu quase podia sentir a maciez só de olhar para ela.

Não pude deixar de admirar as curvas impecáveis de seu corpo. Era como se ela tivesse sido esculpida pelas mãos divinas dos próprios Deuses, uma verdadeira obra-prima. Seu cabelo caía pelas costas em ondas luxuosas, emitindo um delicioso aroma de lavanda e mel. Eu não conseguia desviar os olhos dela, nem por um segundo. Ela era realmente uma visão de tirar o fôlego.

"Eles estão falando a verdade," Alphonse disse, sua voz gotejando frieza. "Ela vai assumir seu título."

Kendall não conseguiu falar e, antes que alguém pudesse reagir, Alphonse me puxou até chegarmos em frente à mansão. Num piscar de olhos, já estávamos em frente ao que eu acho... quarto dele. Imediatamente voltei à realidade.

"Me solte! Você é surdo ou o quê?" Eu gritei.

Lutei com todas as minhas forças para me libertar de seu aperto, mas era como tentar mover uma montanha - totalmente inútil. "Você tem noção de que o que está fazendo é um crime?"

"Um crime?" ele zombou, com o nariz empinado. "Eu sou um fora da lei, querida."

Minha boca se abriu quando ele escancarou a porta e me jogou na cama. Seus olhos se fixaram nos meus, cheios de um desejo profundo que parecia estar se acumulando há muito tempo.

"Pare de resistir a mim, porque goste ou não, você será minha companheira e a Luna desta alcateia--"

"Chega de mentiras!" Eu rugi como um leão feroz, tentando recuperar meu equilíbrio. "Não tenho interesse nessa Luna, alcateia, ou qualquer jogo que você esteja jogando. Simplesmente não é a minha praia!"

Levantei-me, pronta para passar por ele sem esforço. No entanto, ele me empurrou com força e me jogou de volta na cama mais uma vez. "Fique aqui até parar de fingir e me aceitar! Pare de fazer cena!"

Ele abriu a porta e se virou. Num instante, desapareceu no ar enquanto eu permanecia presa no vasto e silencioso quarto. Fiquei completamente surpresa, tentando compreender o que havia acontecido hoje. Fui despejada da minha casa alugada, comi em um lugar peculiar onde havia uma cerimônia estranha, e então... esbarrei nesse cara e agora, me encontro neste quarto simples com uma cama elegante e todas as decorações típicas de um quarto.

"De jeito nenhum estou fingindo! Não faço ideia do que você está falando!" Exclamei, deitando de volta na cama. Então, acenei com a mão para contar meus dedos enquanto olhava para o teto. Tudo estava dando errado... e eu tinha que descobrir como escapar daqui.

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