




Capítulo 4 Alguém quer te pegar
Reese estava determinada a consertar a perna de Malcolm. Não era uma paralisia comum; era algo de outro nível. Ela pressionou um ponto na perna dele e puxou uma agulha prateada.
"Espera aí," disse Malcolm, olhando para aquelas agulhas afiadas como se fossem mordê-lo. "Você tem licença médica ou algo assim?"
Reese piscou, olhando para ele. Licença médica? Ela era professora, isso contava? Mas mesmo que dissesse isso, ele provavelmente não acreditaria. Na verdade, ela mesma não tinha certeza se acreditava nisso agora.
"Minha licença ficou na vila, mas confie em mim, eu sei o que estou fazendo."
Ainda assim, ela sabia que precisaria ficar de olho na situação dele por um tempo.
"Beleza, vou começar. Pode doer um pouco, então aguenta firme." Ela alinhou a agulha novamente, mas sua mão tremeu, quase deixando-a cair.
"Desculpa, faz um tempo que não faço acupuntura. Estou um pouco nervosa."
O rosto de Malcolm estava escuro como uma nuvem de tempestade. Sério? Essa garota quase deixou cair uma agulha e está dizendo que pode consertá-lo? E ela está apenas "nervosa"? Estava brincando com ele?
Quando Reese estava prestes a inserir a agulha, Malcolm agarrou seu pulso. Ela olhou para ele, as sobrancelhas levantadas de surpresa.
"Escuta, minha perna já foi examinada pelos melhores médicos do país, até do exterior," ele disse, sua voz carregada de ceticismo.
Dado o que ela tinha feito antes, ele duvidava da habilidade dela.
Reese retrucou, "Você tem certeza de que viu todos os médicos famosos?"
Nenhum desses chamados médicos famosos era como ela, isso era certo.
A mente de Malcolm voltou a algo que seu avô mencionou—um jovem médico em nível de professor, supostamente um prodígio médico. Essa pessoa era super misteriosa, recusando ofertas de todas as grandes escolas de medicina. O sobrenome era Brooks, assim como o de Reese, mas ele não conseguia lembrar o nome completo.
Ainda assim, ele achou que provavelmente era apenas uma coincidência. Não tinha como ser ela.
Vendo Malcolm perdido em pensamentos, Reese decidiu não perder mais tempo. Ela bateu na perna dele, pegou a agulha e rapidamente a inseriu em vários pontos de acupuntura. Quando terminou, Malcolm olhou para o trabalho dela e notou que as colocações das agulhas estavam perfeitas.
Embora Malcolm não fosse um especialista médico, ele tinha visto médicos suficientes para reconhecer os pontos certos. Parecia que Reese realmente sabia o que estava fazendo.
Tudo bem, ele pensou, ela parece confiante. Pode ser que valha a pena deixá-la tentar.
Reese era uma personagem interessante. Apesar das roupas simples e da aparência comum, havia algo nela que a diferenciava.
Malcolm não conseguia identificar exatamente o que era.
Reese pressionou cuidadosamente outras partes da perna dele, depois retirou as agulhas, examinando-as de perto. Ela levantou uma sobrancelha e disse, "Isso não é uma paralisia típica, mas eu posso te consertar."
Ela tinha acabado de verificar que a perna de Malcolm estava gradualmente enrijecendo. Em menos de três meses, ele poderia enfrentar uma amputação.
Malcolm franziu a testa, "O que você quer dizer com isso?"
"Alguém está tentando te prejudicar," ela disse seriamente. "Durante o seu tratamento, colocaram algo a mais. Mas eu preciso de mais tempo para descobrir exatamente o que é."
A ideia de que alguém queria prejudicá-lo não era exatamente uma surpresa. Em uma família rica como a dele, havia muitas pessoas que adorariam vê-lo morto. Mas essa garota, descobrir que ele estava sendo incriminado apenas cutucando-o com algumas agulhas? Isso era outra coisa.
Reese nem teve tempo de guardar suas agulhas prateadas quando Jason bateu na porta.
"Sr. Malcolm Flynn, o Sr. Aiden Flynn quer que a Sra. Reese Flynn desça."
Malcolm não respondeu, ainda observando Reese atentamente.
Isso deu a Reese a desculpa perfeita para sair.
"Vou descer então. E não feche as cortinas de novo, não é bom para suas pernas."
Depois que Reese saiu, Malcolm olhou para a luz do sol entrando, percebendo que não era tão forte quanto ele lembrava. Ele chamou o servo.
"Sr. Flynn, precisa de algo?"
"Feche as cortinas."
"Ok." O servo deu um passo à frente, pronto para fechá-las.
"Espera, esqueça. Pode ir."
"Certo." O servo estava confuso, mas só sabia uma coisa: essa nova garota, Reese, tinha algumas habilidades sérias. Ela conseguiu fazer com que Malcolm, que não via a luz do sol há anos, abrisse as cortinas e até concordasse em mantê-las abertas.