4| NOITE, NOITE
"Levanta, vadia, vamos para uma festa!" Riley gritou de repente e eu estreitei os olhos para ela.
"Que diabos, Riles, estou morta de cansaço, o mínimo que você poderia fazer é me deixar em paz." Eu disse, franzindo a testa com meus próprios palavrões.
"Levanta. Agora., Sua preguiçosa. Arsen precisa de mim em uma festa e eu não vou sozinha. Você aprendeu a xingar, então pode muito bem aprender a festejar também." Ela disse, me lançando um olhar incisivo.
"Arsen? Ah, Riles, você sabe como meu irmão é, ele vai ficar bravo se me vir em qualquer festa." Eu disse razoavelmente e ela mordeu o lábio, pensativa.
"Sabe de uma coisa? Eu cuido do Arsen. Agora levanta essa bunda e vamos para a maldita festa." Ela disse, me arrastando para o armário.
"Tá bom! Tá bom! Eu vou! Para de me arrastar como um porco," eu disse, e ela me soltou, sorrindo.
"Eu prometo que você vai me agradecer depois, querida." Ela disse e começou a vasculhar meu armário, procurando um vestido ou algo assim.
Revirei os olhos e peguei um macacão jeans curto e uma jaqueta jeans combinando.
Ela melhor rezar para que Arsen goste dela o suficiente para deixar isso passar.
Decidindo deixar meu cabelo como estava, dei umas batidinhas nos cachos antes de calçar meu All Star preto e me virar para o espelho.
Riley assobiou atrás de mim e eu sorri. Eu sabia que tinha sido abençoada com tanto bunda quanto peito, então já estava acostumada a ser olhada. Segundo todos, eu puxei à minha mãe. O que não era mentira, já que ela também era curvilínea.
Me virei para Riley e minha mandíbula caiu levemente ao ver a escolha de roupa dela. Ela estava vestida com um vestido preto extra curto que expunha a maior parte do decote e, caramba, estava quente.
Ela não era tão curvilínea, mas o pouco que tinha era perfeito.
"Agora para a maquiagem," ela começou, sorrindo ao ver meu olhar atordoado antes de me arrastar para uma cadeira e fazer sua mágica no meu rosto.
"Tudo pronto, melhor amiga." Ela disse e eu me virei para o espelho, mal me reconhecendo. Riley fez maravilhas.
"Você é incrível, Riles." Eu disse, sorrindo.
"Já me disseram," ela deu de ombros, aplicando sua própria maquiagem. Quando terminou, se virou para mim e sorriu.
"Vamos buscar meu irmão." Eu disse, sorrindo.
**
Chegando à festa, senti meu nível de confiança cair conforme entrávamos no clube.
"Hum, Riley, tem um banheiro aqui?" Eu perguntei, sentindo uma súbita vontade de fazer xixi. Exatamente o que acontece quando vou a lugares lotados como esses. Era uma surpresa que eu não quisesse vomitar também.
"Uhum," ela respondeu, distraída, "Eu vejo o Arsen!" Ela gritou de repente e eu gemi.
"Apenas me mostre o maldito banheiro, Riley." Eu falei novamente. Ela agarrou meu pulso e meio que correu comigo, parando em uma porta.
"Obrigada." Eu murmurei e empurrei a porta imediatamente, indo direto ao meu negócio.
Quando terminei, dei descarga e saí.
Merda, eu mal sabia onde diabos estava.
Desistindo, me sentei na mesa do bar e pedi um copo de tequila. Bebi tudo de uma vez e me virei.
Puta merda.
Arsen estava me olhando com uma carranca nada agradável no rosto e, naquele momento, eu xinguei Riley por ter me convencido. Onde diabos ela estava agora, afinal?!
Fiz um aceno fraco enquanto ele começava a se aproximar e engoli em seco quando ele continuou andando.
"O que diabos você está fazendo aqui, Frema?" Ele perguntou e eu franzi a testa.
"Eu sou uma mulher adulta, Arsen, acho que posso estar onde diabos eu quiser." Eu retruquei, sentindo raiva do tom frio dele. Seus olhos se arregalaram um pouco e eu de repente percebi meu erro.
"Você sabe xingar agora." Ele disse e eu pisquei.
"Eu- bem, mais ou menos." Eu respondi, me sentindo mal de repente. Seu rosto ficou rígido enquanto ele murmurava algo. Riley apareceu atrás dele e eu senti um leve alívio com sua presença.
"Arsen," ela falou atrás dele. Ele ficou tenso por um segundo e depois relaxou um pouco. Ela respirou fundo e continuou, "Fui eu quem a convenceu a vir, juro que ela nem queria estar aqui, então você deveria descontar sua raiva em mim, não nela." Ela completou, respirando fundo enquanto Arsen se virava para ela.
"Ela é minha irmã, linda, e por mais que eu queira te punir agora por trazê-la aqui, ela também tem que pagar pelos próprios erros." Ele disse e então se inclinou para sussurrar no ouvido dela, "Eu vou lidar com você depois." Ele completou e se virou para mim. Minha boca abriu e fechou sem palavras.
"Eu--" comecei, mas ele me interrompeu assim que a palavra saiu dos meus lábios.
"Acho que não preciso ser tão superprotetor mais. Meu trabalho acabou, Frema. Você é uma garota grande agora e pode cuidar de si mesma, daqui em diante." Ele disse friamente e saiu, meio que arrastando Riley com ele. Senti lágrimas quentes se formarem nos meus olhos e engoli em seco, percebendo que eu não queria que ele parasse de ser tão superprotetor.
Eu queria meu irmão mais velho de volta.
Suspirando de arrependimento, pedi outra dose de tequila e bebi tudo de uma vez. Todas as minhas tristezas tinham que ir embora essa noite. Elas simplesmente tinham que ir.
"Olá, querida," ouvi alguém chamar atrás de mim. Não me dei ao trabalho de me virar e retruquei,
"Vai incomodar outra pessoa, tá? Estou meio ocupada aqui." O idiota aparentemente achou engraçado porque riu.
"Não, querida, não posso incomodar outra pessoa. Você é quem o chefe pediu." Ele disse e eu abri a boca para perguntar o que diabos ele estava dizendo, mas não consegui, pois ele colocou um lenço no meu nariz e a última coisa que vi foi escuridão.