




Capítulo 5
Virei a caneca, a cerveja acalmou minha garganta e deixei meu corpo cair sobre o balcão.
"E você deveria estar usando suas lentes hoje, eu não sou boa como passatempo. Além disso, não vou mudar meu corpo para me encaixar, não tenho tempo para me tornar um padrão e ser aceita pela masculinidade frágil dos homens de hoje. Você sabe quantas notas eu consigo guardar no meu sutiã? Ou nas dobras do meu umbigo?"
Eu não era gorda, mas também não era uma modelo como a Jess, cujas calças ficavam ótimas em sua cintura fina. Mas para a minha altura, eu tinha carne demais.
Mike riu alto e virou o banquinho para me encarar, eu tomei outro gole e apertei os olhos para fingir que estava bem o suficiente para prestar atenção no que ele estava dizendo.
"E é exatamente isso que chama minha atenção, você sabe que eu não vou desistir, né?"
"Você deveria." Desta vez roubei o shot dele e virei rapidamente. "Você deveria ir atrás da Mackenzie, ela adora o seu cabelo."
Mike tinha cabelo comprido e um coque frouxo na cabeça para não atrapalhar o "look" profissional, que eu ainda estava tentando descobrir onde estava até hoje. E Mackenzie era a garota do turno da noite que era louca por ele. Ela era uma morena com cabelo preto liso e comprido, e esse idiota corria atrás de mim sempre que podia, mesmo sabendo que meus quadris poderiam quebrá-lo num piscar de olhos.
"Para com isso, caramba." Desta vez ele foi mais rápido e virou o shot antes que eu roubasse. "Você poderia pelo menos pensar na possibilidade?"
"Vou pensar se eu puder."
"Já é um começo."
Virei a cabeça e olhei para ele com dificuldade, minha visão começando a ser afetada mais cedo do que eu pensava.
"Merda, eu preciso de um emprego para pagar todo esse maldito álcool. Me dá seus contatos, Mike, me deixa ser feliz ganhando mais."
Ele riu e virou o banquinho para o resto do bar, a essa altura todos estavam bêbados e quase se comendo nas mesas.
Eu não podia julgar, minha vida não era um mar de rosas, mas eu conhecia meus limites.
"Acredite, se eu tivesse, eu passava. O problema é que não tem milagre, tá muito pior lá fora. Eu tentei."
Suspirei e deitei a cabeça no balcão, eu precisava de algum trabalho alternativo.
"Mais uma cerveja para a ruiva chateada." Levantei a cabeça e desisti de tentar ver o rosto daquele homem perfeitamente, a tontura e a escuridão do bar tinham tirado meu dom perfeito da visão.
"Ela já está acompanhada, cara."
Exalei, Mike era legal, mas bêbado ele ficava possessivo e protetor e eu era uma mulher adulta. Além disso, eu nunca tinha ficado com ele para ele ter esse tipo de confiança.
"Eu aceito, obrigado."
Mike bufou e eu ri, se ele continuasse com essa merda, eu nem pensaria na possibilidade.
"Não se preocupe, eu não vou roubar sua companhia a menos que ela queira ser roubada."
Eu ri, tinha que ser uma piada. Mike deveria ter comprado uma rodada para o cara só para ele poder ser o salvador da pátria, eu odiava o apelo e a atenção excessiva que eu vinha recebendo nos últimos dias, era mais do que eu estava acostumada.
"Talvez eu queira." Mike provaria do próprio veneno, Rohypnol era para os fracos.
Minha visão estava tão embaçada que o rosto dele era incompreensível, mas o cheiro fresco do perfume dele ativou meu interesse e eu não perderia a oportunidade de fazer Mike parar com essa frescura.
Nem minha mãe tinha esse hábito irritante.
"A conta dela." Ele pediu. Uau, dessa vez tinha sido um ótimo investimento.
"Vamos, Sarah!" Dei de ombros e pulei do banquinho. "Você não vai me deixar aqui sozinha, vai?"
"Obrigada por hoje, Mike." Agradeci por ele ser tão gentil a ponto de gastar tanto comigo.
Eu estava bêbada e, honestamente, fazia muito tempo que eu não me sentia livre para fazer alguma besteira. Minha vida tinha sido uma loucura desde que comecei a pós-graduação e eu não podia perder essa oportunidade.
Aceitei a mão estendida do homem e saímos do bar. Eu poderia ter sido morta por fazer algo estúpido assim, mas que atire a primeira pedra quem nunca arriscou.
"Você tem certeza que vai deixar seu namorado assim?" A voz dele era suave e eu gostei da preocupação enquanto ele indicava o carro que estava estacionado do outro lado da rua.
"Primeiro, ele não é meu namorado e eu não perderia a chance de fazê-lo pagar."
O cara riu e eu senti meus pelos se arrepiarem de antecipação.
"Muito bem, senhorita. Para onde você gostaria de ir?" Não prestei muita atenção à minha falta de visão clara, afinal, ele poderia ser pior do que o cavalheiro do apartamento ao lado do meu.
Sorri em agradecimento quando ele abriu a porta do carro para mim e esperei ele se acomodar no banco do motorista.
"Por que não podemos ficar aqui?"
Que se dane a decência.
Minha mãe odiaria saber que eu estava sentada no colo de um estranho em um carro, mas eu não me arrependi de aceitar a oferta.
Não perguntei o nome dele e nem me importei, o joguinho do Mike estava desmoronando e eu adorava as mãos ansiosas e sedentas por todo o meu corpo. Talvez até esse cara se deixasse levar pelo calor do momento.
Pulamos para o banco de trás sem nos importar se a polícia passaria em algum momento da noite, se ficasse mais quente do que isso, eu não me importaria de ser presa também.
O carro começou a ficar abafado e a tontura me fez esquecer de ser cautelosa, arranquei a regata que agora parecia estar apertando demais meu corpo e ouvi ele suspirar. Claro, eu não me importava de ter os lábios de um estranho explorando a pele delicada dos meus seios e até puxei meu cabelo para dar ainda mais acesso a ele.
"Você tem certeza disso?"
Como eu não teria? Eu já estava excitada e podia senti-lo duro embaixo de mim. Droga, eu queria isso.
Eu me esfreguei contra ele, queria mais dessa sensação que não sentia há um tempo. Ele gemeu, apertando minha cintura e me empurrando contra sua ereção.
"Tenho." Ele sorriu e eu me rendi à língua quente e ansiosa que invadiu minha boca novamente.
E droga, ele me fez querer ainda mais.
Eu não tenho o hábito de perder minha decência assim, mas eu tinha tido um dia de merda e não havia nada que pudesse tirar o estresse como um bom sexo sem compromisso com um estranho.
"Eu não quero que você..." Eu o calei, não queria pensar no que poderia acontecer depois, não queria perder a excitação que estava irradiando de dentro de mim e tomando conta de todo o meu corpo. Então pressionei meus quadris ainda mais contra ele e arranquei meu sutiã. "Esquece..."
Minhas calças jeans foram desabotoadas e eu me levantei para que ele pudesse tirá-las de mim, minhas calças foram jogadas no chão do carro junto com meus sapatos e calcinha. Eu estava com pressa e ele parecia sentir a mesma necessidade que eu, então puxei o zíper das calças dele e me coloquei na posição antes de pensar melhor na estupidez que estava prestes a fazer.
Sem proteção, sem culpa, deixei meu corpo engoli-lo lentamente até que nada mais pudesse ser feito. Meu Deus, eu estava preenchida.
Gemi sem vergonha, sem medo de ser silenciada ou pega transando com um estranho no estacionamento do bar, um orgulho de filha.
"Delícia." Meus pelos se arrepiaram com a rouquidão da voz dele e eu ignorei minha mente traiçoeira, pensar nele agora seria ridículo e eu duvidava que ele desperdiçasse seu tempo precioso dentro de um bar. "Melhor do que eu imaginei, muito melhor."
Aumentei o ritmo dos meus quadris, queria gozar e não me importava com o cara embaixo de mim. Mas me rendi quando ele agarrou um dos meus seios e chupou o mamilo sem hesitar em machucá-lo. Eu adorava a sensação de impotência contra o desejo, adorava quando não podíamos conter toda a excitação que estava fervendo pronta para consumir o outro.
O cheiro delicioso do perfume dele, o álcool, a adrenalina correndo pelas minhas veias, o pau dele entrando e saindo de mim, procurando e encontrando aquele ponto sensível. Eu ia gozar rápido e estava adorando.
"Estou quase..." Gemei, descansando meu rosto no ombro dele e sentindo meu canal apertar enquanto estava prestes a explodir.
Ele riu seguido de um gemido rouco e eu arfei com o som, como poderia ser tão bom? Então me deixei levar e ele gemeu quando atingi meu ápice, meu corpo tremeu violentamente e eu desabei em cima dele.
Acordei com meu celular apitando e foi só um momento antes de jogá-lo contra a parede. Minha cabeça doía tanto que eu talvez não conseguisse abrir os olhos por algumas horas.
Mas o que eu poderia fazer? Mike tinha me deixado de castigo na noite anterior e eu não podia ir trabalhar, então levantar cedo não era algo que eu precisava fazer hoje.
Mas abri os olhos rapidamente quando uma luzinha acendeu na minha cabeça, Mike tinha me deixado de castigo do hospital e...
Ah, merda.