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CAPÍTULO 13

CAPÍTULO 13

Um mês se passou e já era dezembro. Allison estava dirigindo para comprar mantimentos quando uma ligação a distraiu. Ela parou o carro e pegou o celular da bolsa. Olhou para o identificador de chamadas para saber quem estava ligando, mas estava marcado como desconhecido. Ela ficou olhando para o telefone tocando por alguns segundos antes de atender.

"Alô?"

"Alô, Ally?" seus olhos se arregalaram quando ela percebeu quem estava ligando.

"Rebecca?" ela disse o nome da amiga em choque, com a voz quase sussurrando. Ela não tinha notícias de Rebecca há um mês, desde a noite em que festejaram no bar do John, a mesma noite que Brent odiava lembrar. Nem mesmo Johnsy sabia do paradeiro da amiga desaparecida.

"Ally, vou te explicar tudo depois, mas por favor me ajude. Eu preciso de você agora. Vou te mandar o endereço de onde estou morando," disse Rebecca com a voz chorosa.

"Tudo bem. Estarei aí o mais rápido possível," respondeu antes de encerrar a chamada. A mensagem de Rebecca chegou assim que ela ligou o carro. Ela dirigiu para o endereço com toda a velocidade.

Quando chegou lá, um condomínio alto, amplo e luxuoso estava diante de seus olhos. 'Vejo que ela está indo bem,' pensou enquanto estacionava. Saiu do carro e pegou o celular para verificar o número do apartamento. 3º andar, apartamento 308. Entrou no saguão e parou surpresa quando o segurança a cumprimentou. Ela retribuiu o gesto com toda a civilidade, depois caminhou até o elevador e apertou o botão do terceiro andar.

"Ally!" disse Rebecca alegremente, abrindo a porta. Allison sorriu ao perceber que, após um mês de separação, sua amiga estava bem.

"Entre, por favor." Sua amiga ofereceu e ela entrou. No momento em que entrou, o aroma agradável e amoroso de lírios e rosas a saudou. Ela olhou ao redor antes de tirar os sapatos. O apartamento todo era espaçoso o suficiente para uma família com cinco filhos. Ela seguiu a amiga que se sentou em um sofá de couro.

"Sente-se ali, Ally," disse sua amiga, apontando para a cadeira em frente ao sofá.

"Obrigada." Ela se sentou.

"Quer alguma coisa para beber? Café, chá ou..." antes que Rebecca pudesse continuar, Allison falou.

"Becca..." ela hesitou. "Não preciso de nada. Já estou bem só de ver que você está bem depois de um mês sem saber onde você estava..." ela se levantou e caminhou até Rebecca, que também se levantou e a abraçou forte. Um mês de preocupações acumuladas foi esquecido e varrido para longe, pois o presente estava cheio de alívio. Ela não pôde deixar de sentir que algo pesado em seu coração foi removido e finalmente pôde respirar livremente. Ouviu um pequeno soluço e percebeu que Rebecca estava chorando.

"Eu senti sua falta, Ally..." disse Rebecca com a voz grossa de choro.

"Eu também senti sua falta, Becca," respondeu e as duas se afastaram e se sentaram no sofá. Sua querida amiga, tomada pela alegria, enxugou as lágrimas incessantes.

"Becca," ela segurou a mão dela, "Por que você sumiu?" perguntou, olhando em seus olhos.

"Ah," Rebecca enxugou uma lágrima. "Acho que você já sabe o que aconteceu entre mim e o Brent, né?" ela assentiu com a cabeça.

"B...Bom... Eu não pretendia dormir com ele, você sabe que eu estava desesperada por sua afeição, mas nunca desceria tão baixo. Eu também não sei como aconteceu. Nós dois bebemos muito, tudo estava girando e minha mente estava em branco. Tudo o que lembro é de nós conversando sobre várias coisas que não consigo recordar. Então eu acordei, nua e ao lado dele. Ele ainda estava dormindo e aproveitei para sair. Me mudei e comecei a viver aqui com minha prima, Isla. Estava vivendo minha vida despreocupada por um tempo até isso acontecer..." Rebecca explicou enquanto colocava algo na mão dela. Allison pegou o objeto e olhou, percebendo que era um teste de gravidez com duas linhas vermelhas. Ela cobriu a boca em espanto, "Oh Deus, Becca você..."

"Ally, por favor, não diga," Rebecca a impediu de terminar. "Por favor, não diga porque... isso só vai me lembrar do Brent. Eu não sei o que ele vai dizer ou fazer quando descobrir. Mas Ally, por favor, não conte para ele ou para ninguém, nem mesmo para Johnsy."

Allison assentiu ao pedido da amiga. Ela sabia que Rebecca não queria que Johnsy soubesse por causa do que aquela amiga explosiva poderia fazer. "E... E o Brent... vai ficar com raiva de mim... Eu não quero que isso aconteça..." Rebecca choramingou mais uma vez. Ela se inclinou e deu outro abraço em Rebecca.

"Vai ficar tudo bem," ela confortou. "Eu vou te ajudar a criar seu bebê."

"Obrigada, Ally," disse a voz abafada de Rebecca.

Quando ela se acalmou, as duas conversaram por um tempo, colocando o papo em dia após um mês de separação, e riram juntas como se não houvesse amanhã. 'Que pena que Johnsy não está aqui,' ela pensou. Fizeram alguns planos para a gravidez de Rebecca e, à medida que a conversa se aprofundava, Allison ficava cada vez mais animada. Quando já estava quase anoitecendo, ela foi embora, pois precisava ir para casa. Enquanto caminhava pelo estacionamento, lembrou-se de que ainda estava segurando o teste de gravidez. Suspirando, caminhou até a lixeira e o jogou fora, depois voltou para o estacionamento.

Hades olhou para Allison que acabara de sair da lixeira fedorenta. Ele a estava seguindo há uma semana, desde o dia em que a levou para casa no condomínio dela. Ele não estava satisfeito com as fotos roubadas enviadas por Dario todos os dias. Ele queria vê-la em carne e osso. Tinha dificuldade em se conter para não se aproximar dela, pois poderia assustá-la. Ver o medo nos olhos dela já era suficiente para machucá-lo. Doía que, sempre que ela olhava em seus olhos, parecia que via uma besta que deveria ser temida por muitos, um assassino que deveria ser evitado pelas massas.

Quando ficou claro que ela já tinha ido embora, ele saiu do carro e caminhou até a lixeira, o fedor horrível quase o fez vomitar, mas não era isso que importava. Bem ali, na lixeira feia e fedorenta, estava a última coisa que ele queria ver na Terra.

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