




Capítulo Cinco
Ele tinha vinte e cinco anos e ela tinha vinte e um.
Ele estava indo fazer algum recado para o avô ou algo assim — ele não conseguia lembrar o que era. Porque no momento em que a viu caminhar pela praia em direção ao cais, ele esqueceu o que deveria estar fazendo.
Ele estava escondido em um grupo de árvores. Ah, sim — ele se lembrou agora — ele estava cortando madeira de uma árvore que havia caído quando ouviu as dobradiças rangerem e uma porta de tela bater. Ele lançou um olhar rápido em direção à casa, onde uma garota de biquíni azul brilhante descia os degraus da varanda da frente e atravessava o gramado.
Ele encostou o ombro em uma árvore e apenas a observou. Ela tinha um corpo incrível. Ele pensou.
Então ele reconheceu o rosto dela. Ele não podia acreditar. Era Katherine Kavell — Kitty Kat.
Ele a encarou, com a boca aberta.
A adolescente desajeitada que usava muita maquiagem e o seguia por toda parte, irritando-o profundamente, havia sumido. Ela estava mais alta agora. E suas formas — isso o deixou impressionado.
Ele balançou a cabeça em descrença. A irritante Katherine Kavell — a praga irritante que achava que sabia tudo, espionava ele, o tinha visto chorar e se tornara sua melhor amiga. Bem, ela não era mais tão pequena. Ele estava surpreso com o quanto ela havia mudado.
Ele sentiu uma pontada de algo terreno e carnal atravessar o centro de seu ser. O machado que ele segurava escorregou de sua mão e caiu no chão com um baque surdo. Ele xingou baixinho e se mexeu um pouco.
Ele não conseguia tirar os olhos dela. E não queria. Então ele apenas alimentou seus olhos.
O cabelo dela estava mais longo e mais liso... Tocava seus ombros enquanto ela caminhava até o final do cais, onde uma toalha de praia vermelha e azul estava estendida e um rádio tocava uma música.
Ele se encostou na árvore e cruzou os braços, depois soltou um suspiro lentamente, meio que um assobio de admiração de que uma garota pudesse ser assim. Ela era tão linda.
Ela se abaixou e jogou algo na toalha. Ele gemeu e fechou os olhos. Ele ouviu a música pulsando no ar com o mesmo ritmo que seu coração batia. Ele abriu os olhos porque não podia mais se esconder. Ele tinha que vê-la. Ele não podia negar a si mesmo a visão de algo tão bonito — tão maravilhosamente feito. Então ele a encarou.
Ela estava de pé com os dedos dos pés curvados sobre a borda do cais, sua postura rígida e reta, os braços levantados, pronta para mergulhar.
Ele se empurrou da árvore e se moveu em direção a ela. Desta vez as coisas tinham mudado — ele estava seguindo ela. Isso era meio engraçado. Ele pensou. Lembrando quantas vezes ele tinha dito para ela ir embora e deixá-lo em paz. Ou quantas vezes ele teve que afastá-la. Agora ele era quem estava seguindo. Ele sorriu.
Ela mergulhou.
Quando ela atingiu a água, ele prendeu a respiração como se tivesse que segurar o próprio fôlego junto com ela. Ele caminhou mais rápido, descendo o cais em direção à água. Mas quando chegou à toalha, parou. Ficou ali, olhando para os anéis de água que ela deixou para trás, enquanto a música do rádio ecoava pela enseada.
A cabeça dela emergiu da superfície, lisa e molhada. Ele se abaixou e diminuiu o volume do rádio, depois se endireitou e esperou até que ela se virasse na água.
Ela congelou no instante em que o viu. Seus olhos se arregalaram. Ela parecia surpresa.
"Jensen", ela disse.
A voz dela era mais madura e rouca. Isso o fez pensar em coisas como pele macia e beijos profundos e quentes.
Ele deu dois passos até a borda do cais e se agachou, apoiando uma mão na coxa. Não disse nada... Apenas a olhou e apreciou a vista. Ele não tinha a chance de ver isso todos os dias. Na verdade, nunca a tinha visto assim. O ar ficou mais quente e pesado.
Ela nadou em sua direção.
Ele estendeu a mão para ela.
"Oi, Kitty Kat", ele disse sorrindo.
Ela colocou a mão na dele e ele se endireitou, puxando-a para cima enquanto observava a água escorrer pelo corpo dela. Ela tinha mudado tanto. Desenvolveu as curvas certas nos lugares certos. A luz do sol a banhava, delineando sua figura pequena vestida com o biquíni azul quente.
Caramba. Aquela era uma figura de verdade. As curvas e reentrâncias eram suficientes para fazer sua boca salivar. E sua boca salivou.
Ele estava surpreso. Nunca tinha pensado nela dessa maneira antes. Até então, ela era a pequena Kitty Kat. A irmã do seu melhor amigo que o seguia por toda parte e o irritava profundamente. Sua amiga que esteve lá para ele à sua maneira quando ele perdeu os pais. Sua dor de cabeça pessoal.
E falando em traseiros...
Seu olhar se prendeu no corpo dela. Ele tinha certeza de que aquele traseiro redondo seria suficiente para fazer seu estômago rugir. Por um segundo, ele imaginou dobrá-la, tirando aquele biquíni e afundando algo — uma parte dele — nela. E sua virilha pulsou em concordância.
Ele lambeu os lábios e os olhos dela seguiram o movimento.
Ela estava tão perto dele, tão perto que tudo o que ele precisava fazer era se inclinar para frente e seus corpos se tocariam.
Peito a peito. Quadril a quadril. Boca a boca. Ele teve uma versão estranha e engraçada deles se tocando e o vapor de repente embaçando o ar ao redor deles. Ele sorriu.
Ela estava muito mais alta agora. Não era mais a pequena Kitty Kat. Mas não importava o quão alta ela fosse, porque ele ainda era mais alto e ela ainda tinha que olhar para cima para vê-lo.
Ela deslizou a mão do aperto dele, virou-se e pegou a toalha.
Ela a usou para se cobrir enquanto fingia desajeitadamente se secar. Levando seu tempo. Ele quase podia ver a mente dela girando. Ele queria saber o que ela estava pensando. Ela parecia desconfortável... Bom saber que ele não era o único.